Mandinga de futebol

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E o cara no alto do morro carioca
Vestido de rubro-negro,
Camisa, bermuda, meia,
Boné e cueca,
Ficou sentado no sofá diante da sua TV,
Praticamente o jogo todo,
Suspirando, gemendo e
Engolindo até os quase finalmente
Do segundo tempo, um River
Atravessado na sua garganta.
Ao lado, esquecida no quarto
Sua morena deitada provocativa
Estava até então desapercebida
Diante da importância do evento
Que o dilacerava, e puto da vida, 
Sem esperanças de virada,
Mandou TV e jogo às favas e,
Lançou-se furiosamente sobre
A esposa, arrancando-lhe calcinhas
Com tudo mais que tinha direito
E ao avançar nas intimidades dela,
Escuta um gol vindo da TV,
O artilheiro rubro balançava a rede,
Era um empate, prorrogação.
Considerou que a troca feita,
TV versus mulher, fosse uma mandinga,
Sinal de Deus, então não arredou pé
Da cama quente, e continuo a fungar,
Se afogar naquele corpo e,
Novo gol ecoa.
Mengão, Campeão da Libertadores 2019.
O cara fica louco, vibra, agita a camisa,
Berra e xinga, mas, num estalo,
Fica estático e se pergunta:
Se o segredo da mandinga vazar,
Como ficaria a vida da sua amada?
Estaria sujeita a ser abusada
Pela torcida flamenguistas, que
Em momentos de liquidação
De uma fatura no Maraca ou
No Ninho do Urubu,
Com certeza, fariam fila
Na porta do seu barraco.

No desespero e se vendo sem saída,
Desistiu do morro, fizeram as malas
E foram para paradas mais paradas,
Sem torcidas desesperadas, onde
O esporte mais agressivo,
Era a Peteca

Soluções de uma vida....rsrs

HummmmmWhere stories live. Discover now