blindspot [jjk + pjm]

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Eu não dormia bem fazia dias.

Minha cabeça era um caos.

Eu, de fato, não deveria ficar confuso. Não quando meu trabalho estava em jogo, quando meu sucesso profissional precisava daquilo. Eu não devia pensar duas vezes antes de passar todas aquelas informações para o inspetor-chefe.

Mas lá estava eu sentado em frente ao computador enquanto fazia meu relatório semanal, pensando se deveria repassar as informações que Jimin me cedeu sem ao menos saber que eu era pessoa que pretendia acabar com sua vida.

O quão bosta eu era?

Muito, eu sei.

E não, eu não estava apaixonado e nem perto disso.

Não vou mentir que sentia uma atração enorme por ele, pois afinal eu não era cego. Ele mexia comigo e mexeu mais quando foi atencioso, quando amou Sunny daquele jeito e quando me levou para um piquenique noturno.

Mas confiar em mim pra contar tudo aquilo foi além do que eu merecia. Eu não precisava me sentir culpado no meu trabalho, eu já me sentia assim em todos os outros aspectos da minha vida.

Eu odiava ser eu às vezes.

Ou sempre.

No final das contas eu apenas escrevi que havia descoberto a causa da nomeação de Jimin para o cargo de chefe da South Blood: problemas de saúde e a idade que já era avançada do Park mais velho.

Sim, eu omiti todo o resto.

Tentava não me perguntar o porquê.

[...]

- Ele simplesmente te contou tudo isso? - Namjoon perguntou.

Em dias de tempestades internas, só Namjoon era calmaria para mim. Só ele me ouvia, nunca me julgava e jamais saía do meu lado.

Era só isso que eu precisava naquele momento.

- Sim.

- O quão idiota esse cara é? Fico me perguntando como virou chefe de máfia, mas se bem que é um posto herdado, então....

Mas Namjoon era um poço de humor ácido também.

- Hyung!

- Mas é, Guk! Como é que ele sai contando sobre a vida pra qualquer um?

- Ele disse que confiava em mim.

- E isso mexeu com você.

- Ai hyung, eu não sei..

- Isso não foi uma pergunta, Guk.

Fiquei em silêncio. Não sabia o que pensar e muito menos falar.

Namjoon e eu estávamos sentados no pequeno sofá da minha sala, Sunny deitada em meus pés. A TV conectada ao Spotify tocava uma playlist de Hozier, nossa banda favorita.

- Eu sei que é ridículo me sentir culpado porque é meu trabalho, mas eu não consigo deixar de me sentir assim.

- Você não é ridículo, é apenas bom demais.

- Não é hora para me elogiar, Nam hyung.

- Não encare isso como elogio, meu anjo.

Kim Namjoon, senhoras e senhores.

- Mas sério, hyung, eu não sei o porquê disso tudo mexer tanto comigo. Não é a primeira vez que eu me infiltro em alguma gangue ou máfia, já ouvi mil histórias mas nunca deixei nada disso afetar minha capacidade saber que lado escolher.