14.TENTAÇÕES EM VOLTERRA

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Naquela noite, eu não pude dormir. Por mais que meu corpo estivesse cansado e machucado da batalha, eu não podia deixar de pensar nela. Nela, e em tudo que ela havia me dito. Já não era fácil lutar contra meus próprios demônios. Lutar contra Satine então, seria muito pior. Um dia, era tudo que eu tinha, antes da viagem. Um dia inteiro, e nós estaríamos longe de Volterra.

Quando faltava pouco para o nascer da manhã, eu fui até seu quarto. Ela estava dormindo. Seu lindo rosto naquela cama lembrava-me um anjo, meu anjo. Eu me aproximei da cama. O lençol branco cobria apenas alguns pontos de sua delicada pele. Eu me aproximei mais, observando cada contorno seu. Ela estava ali, nua, ao alcance das minhas mãos. Senti que minhas presas se alargavam e elas não eram a única parte do meu corpo a reagir a ela. Eu me abaixei um pouco e a beijei na testa.

- Minha menina, minha doce vampirinha – então eu sussurrei ainda mais baixo – eu te amo.

Voltei para o subterrâneo e fiquei ali. A antiga adega era um dos poucos lugares onde eu me sentia em casa. Peguei o cavalete e comecei a criar um esboço dela. Com giz preto, eu desenhei, sombreando as curvas de suas costas, o desenho suave de seus quadris, imaginando o que o lençol ocultava. Quando o desenho estava quase pronto, eu ouvi passos suaves. Meu corpo inteiro agitou-se, porque eu sabia exatamente quem era. O aroma doce e picante inundava meu olfato.

Cerrei meus punhos, enquanto esperava que ela se aproximasse.

- Então, é para cá que você traz suas amantes? Ela me perguntou, ainda na porta.

- Não seja boba.

Satine caminhou para dentro do cômodo, diminuindo o espaço entre nós.

- Diga-me Demetri, é aqui?

Eu não respondi.

As mãos quentes e suaves pousaram sobre meus ombros. Eu podia sentir o calor de sua ele, através do tecido da camiseta.

- Por que você nunca me trouxe aqui?

- Este lugar não é para você, baby.

Virei de costas para o desenho, esperando que ela não o visse, não adiantou. Satine pegou o papel nas mãos, um brilho suave e malicioso em seus olhos.

- Você foi ao meu quarto.

Não era uma pergunta, mesmo assim, eu tinha que dizer alguma coisa.

- Você não deveria dormir daquele jeito. Alguém poderia ter entrado lá.

Satine sorriu, estreitando ainda mais o espaço entre nossos corpos.

- Eu sabia exatamente quem me visitaria, general. E, sinceramente, esperei que você puxasse o lençol – Suas mãos se colocaram sobre meu peito, deslizando suavemente sobre a camiseta – não teve curiosidade, general?

Eu ofeguei.

- Não brinque comigo, menina!

Ela se afastou de mim e andou delicadamente pelo cômodo. A pouca luz contribuía apenas para que sua pele parecesse ainda mais radiante. Era como se Satine tivesse luz própria. Eu a observei, desde o fino tornozelo até a curva dos joelhos, perdendo-se na barra do vestido floral. A cada respiração, eu podia perceber o desenho de seus seios sobre o tecido fino. Seu pescoço reluzia como se me chama-se, enquanto as ondas cor de chocolate de seus cabelos emolduravam seus olhos e seu sorriso. Linda! Absolutamente Irresistível.

É a filha do mestre! É a filha do mestre! Eu obriguei minha mente a se concentrar em algo.

- Mestre Aro deve estar procurando-a.

- Talvez esteja.

Ela estava novamente no alcance das minhas mãos.

- Você deveria subir.

I Love DemétriWhere stories live. Discover now