- Algo errado com você?
Eu paralisei com o som da voz. Eu me lembrava exatamente de onde me lembrava daquele som – era o anjo! O anjo que eu havia encontrado na estrada.
Engoli em seco o bolo de emoções que se formavam em minha garganta. Era estranho. Muito estranho. Meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam frio. Tão frio que pareciam á ponto de congelar. Eu forçava minha garganta a emitir algum som, mas meus lábios se recusavam a abrir.
Uma mão fria e delicada pousou sobre meu ombro.
- Minha querida. Algo errado com você? Sente alguma dor? Quer que eu a examine?
Obviamente, havia algo de errado comigo: Eu era uma idiota completa! Nem mesmo conseguia falar com ele! O que eu queria? Que ele abrisse os braços e me dissesse que esperou por mim a vida toda? O cara nem mesmo sabia da minha existência!
Burra! Burra! Burra! – minha mente gritava com um megafone.
Você é uma Volturi! Você é uma Volturi! – eu respondi á ela.
Endireitei meu corpo. Respirei fundo e dei uma alisada nos cabelos com os dedos.
- Errrr... Na verdade... Eu... – sou sua filha e espero que você me ame! – gostaria de saber se o senhor tem um tempinho para conversar.
Ele não respondeu. O corredor permaneceu em silêncio absoluto.
Respirei fundo novamente e me virei, enxugando o principio das lágrimas que se formavam em meus olhos.
Quando olhou em meu rosto, o anjo ficou paralisado. Era como se ele visse algo que os outros não viam, e olha que eu nem me referia ao meu estado – deplorável, diga-se de passagem – naquele momento.
- Tem um tempinho doutor? – ele permaneceu em silêncio, aumentando minha agonia.
- Doutor?
- Desculpe – o anjo deslizou as mãos pelos cabelos claros, como se precisasse de um tempo para organizar as idéias – Eu... Eu... Claro! Podemos conversar.
Dei um espaço para que ele pudesse passar e entrar na sala, mas ele não fez. Ficou ali parado, com as sobrancelhas franzidas, como se me estudasse.
- Algum problema, doutor? É uma hora ruim? – baixei minha cabeça e usei a lógica – eu posso voltar em outro momento.
- Não! – ele me interrompeu – agora está perfeito. Entre.
Eu entrei. Ele também. Sentou-se na cadeira por detrás da mesa e continuou me fitando – eu estava começando a me sentir incomodada.
- Quem é você?
- Sou Satine Volturi – eu disse, os olhos ainda perdidos naquele mar de âmbar.
- Volturi? Volturi? – ele repetiu como se não conseguisse entender.
- Sim. O senhor os conhece?
- Você – ele encarou ainda mais os meus olhos – os conhece, criança?
Deixei que meus olhos encontrassem o padrão dos pisos do chão – Kate havia me dito que odiava os Volturi, mas que amava meu pai. Provavelmente o sentimento dele era o mesmo em relação á ela e aos Volturi.
- Um pouco – eu menti.
Minha mão estava sobre a mesa de madeira. Eu estava distraída. Tão distraída que nem percebi quando ele tentou aproximar a mão da minha. Eu a puxei. Não como um humano puxaria, lenta e descoordenadamente, eu a puxei como um vampiro, um movimento único e certeiro.
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I Love Demétri
רומנטיקהUma linda historia de amor entre um volturi e uma black cullen.