Serendipity - Vmin - KTh + PJm

Capítulo 14

— Verdade, estou exausto.

Jimin tirou dinheiro do bolso o valor que pagaria todas as bebidas e ainda sobrava um pouco.

— A gente se vê, HimChan – Jimin falou acenando para o menino e o ruivo o imitou.

Jimin se sentiu culpado por ignorar o rapaz daquele jeito, mas não havia muito o que pudesse fazer. Não confiava nele o suficiente para falar de seus problemas na sua frente. Não o odiava, só ficava mesmo incomodado com a perseguição e a obsessão do rapaz. Esperava que passasse, mas pelo jeito não ia ser tão simples. Já estava aliviado de ele não ter arrumado encrenca com Taehyung.

Os dois saíram na chuva, agora um pouco mais branda e seguiram em direção a casa do outro amigo.

— Jimin, cadê o seu carro? – Hoseok perguntou olhando o platinado.

— Está lá em casa.

— Por que não o usa mais?

— Meu pai amava esfregar aquele carro na minha cara, dizendo que eu não o merecia e que só me deu por causa da minha mãe. Então abandonei ele, não preciso do carro – contou o mais novo.

— Você devia voltar a usar. Está trabalhando agora, ele não pode mais reclamar disso...

O platinado deu de ombros, já tinha pensado nisso, mas estava tão cansado de tudo naquela que casa que só queria evitar o que pudesse.

— Eu já gasto o dinheiro. Meu pai vai me matar quando ver a fatura do meu cartão – contou o ele.

— Por que? Gastou com o que?

— Com uma câmera – contou o menor.

Hope franziu o cenho, Jimin não era apegado a fotos, foi quando se lembrou de Taehyung com câmera no parque.

— Pro Taehyung?

— É. Ele vai me expulsar de casa quando ver a fatura...

Era uma coisa séria, mas Jimin falava como se fosse a mais simples do mundo. Hoseok estava a par de toda briga eterna de Jimin com o pai. E a cada dia que se passava Jimin parecia se importar menos com a possibilidade de o pai o deserdar, tinha horas que parecia desejar isso. O menor se sentia tão pressionado e aprisionado a tudo aquilo que chegou ao ponto de não se importar o custo da liberdade, só a queria. Mas parecia estar esperando que alguém agisse por ele.

— Jimin, você tem que resolver as coisas com seu pai. Não pode viver o resto de sua vida fugindo dele. Deve se impor um pouco mais. Sei que isso é bem desrespeitoso e eu nem devia estar te dizendo isso, mas a sua situação é meio extrema, seu pai simplesmente quer fazer de você o filho ideal. Isso não existe, nem seu irmão é. Se não se importar agora em mostrar a ele o que quer, vai ficar preso a isso, e infeliz, para o resto da sua vida. Sabe que vamos te ajudar, não é? Jungkook e eu? E mesmo Taehyung, sei que a situação financeira dele não é boa, como você mesmo disse, mas tenho certeza que ele deixaria de ter para te dar – disse o mais velho olhando o amigo sério.

— Eu sei de tudo isso, Hobi, mas pense comigo, eu supostamente tenho tudo. Como posso largar tudo isso, e simplesmente pedir a vocês que me ajudem com coisas que eu tenho hoje? Minha casa é o sonho de consumo de muita gente. Meu carro que eu nem uso, também é. Eu posso comprar o que quiser, a hora que quiser. Eu estou bem ciente disso. E ciente de que estando naquela casa eu posso ajudar meus amigos com o que precisarem, saindo de lá eu viro um peso. Olhe pra mim, Hobi.... Eu sou um filhinho de papai, mesmo que as palavras em si não me representem. Por mais que eu tente me fazer de durão, tenho certeza que entraria em pânico se meu pai cancelasse meu cartão. Eu não sou nada, Hobi... Perto de vocês eu não sou nada!