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A GAROTA TINHA SEU CORAÇÃO ACELERADO e sua respiração descompassada, como se tivesse caindo de sua vassoura em uma altura relativamente grande. Mas ela sentia apenas um sentimento.
Medo.
Anny tinha medo. Ela tinha medo do julgamento, mas não tinha um pingo de medo do dia que seria julgada por todos os seus segredos. Tinha medo de sentir os olhos fixados de seus melhores amigos e seu irmão, tinha medo das pessoas esperarem um passo falso ou apenas um errinho para tacarem pedras nela, e ela já tinha certeza que todas aquelas pedras estavam nas mãos daquelas pessoas.
Ela sempre teve a consciência que todos os segredos que ela guardava a mais de 7 chaves iriam ser descobertos, mas Anny sempre tentaria prolongar aquela descoberta para não sentir aquele sentimento horrível de medo. Anny nunca se saia por baixo, era apenas por cima, iria fazer de tudo pra sempre continuar assim.
Suas pernas pareciam andar sem rumo, ela apenas queria parar de se sentir sufocada com a presença de seus melhores amigos da sua casa, a garota apenas precisava espairecer e parar de se sentir culpada por não contar nada a seus amigos, nenhum tinha um segredo aparente naquele grupo de amigos, Anny não queria ser diferente, mas as consequências daquilo a fazia ser mais do que diferente.
Nenhum. Mas pela primeira vez ela estava absolutamente errada, mesmo que a garota jurasse de pé junto que conhecia todos os seus amigos e que eles não tinham segredos entre si próprios. Todos tinham segredos, alguns mais obscuros que os outros, alguns mais problemáticos que os outros. Mas ninguém, nenhum, estava salvo da vida sem segredos.
Anny sabia que nada era guardado para sempre, quanto mais estivesse guardado mais de sua essência iria embora, mais estranha ela ficaria, tudo iria mudar aos poucos. A garota não tinha apenas segredos seus, tinha de algumas pessoas consigo também, que ela tinha prometido com tudo de si que nunca iria abrir a boca a ninguém, ou poderia sofrer a consequência por aquilo.
Sentiu seu corpo se chocar com o de alguém, tirando todos aqueles pensamentos de sua mente a tornando limpa quando percebeu quem era a pessoa tão desastrada que ela. Severus Snape, seu melhor amigo da casa inimiga, quase como os que estavam na comunal de sua casa. Anny sabia da habilidade do menino ser um pequeno enxerido na mente das pessoas, não iria arriscar aquilo tudo.
— Garota, quanto mais você anda com o Potter mais cega você fica. — O menino de cabelos longos e pouco oleosos reclamou, enquanto limpava suas vestes com as mãos longas.
— Se eu sou cega, você também está ficando, não esbarrei sozinha. – As pessoas de fora que vissem aquela pequena discussão de ambos pensariam que são como os rivais de ambas as casas, mas era apenas a forma de comprimento.
— Chata. – Sua voz estava carregada com o seu deboche diário, enquanto revirava seus olhos em diversão. — O que você tá fazendo aqui perto das masmorras? Nem todo mundo gosta da sua presença aqui, muito menos dessas cores do seu uniforme.
