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Buenos Aires, Argentina.
19 de Junho de 2014.
10:42 da manhã

TINI.

SOSSEGA! ─ Falei gritando ao ver Mercedes pulando encima da cama, era depravante aquela situação.

─ Irmã, você é tão broxante. ─ Revirou os olhos.

─ Eu só não tenho o mesmo fogo que você. ─ Falei lhe jogando um travesseiro.

Bom, eu sou uma adolescente de 19 anos que vive em uma área bem isolada da cidade e de qualquer outro país que podemos chamar de grande. Tenho uma irmã de 20 anos que é a Mercedes, mas com um juízo de uma criança de 5.

Meus pais são fazendeiros e não conhecem muito o mundo lá fora, por isso nós duas só sabemos dos babados após 1 semana de terem acontecido. Deve estar se perguntando se eu me importo com isso e a resposta é não. Eu nunca tive contato com a cidade grande, então eu não posso sentir falta de algo que eu nunca pude investigar mais a fundo como é.

Meus pais estão pensando em fazer uma viagem para a casa do vovô em Madri, o que também é no interior e seriam dias longos de viagem por termos que ir na lata velha que meu pai cuida como se fosse a vida dele e minha mãe já tentou estragar.

─ Nós vamos ver pessoas novas, você tem noção do que é isso?

─ Tenho e não faço questão alguma. ─ Falei me deitando na cama, e pegando uma revista de 2 anos atrás para ler.

─ É por isso que o Diego nunca olhou pra você. Você sempre foi assim, quieta, nunca esboça um tipo de sentimento ou expressão por alguém.

─ Eu não preciso que um garoto fique me olhando, estou bem assim. ─ Na verdade, eu estava mentindo. Sempre fui apaixonada no Diego mas ele me vê como uma irmãzinha.

─ Grossa. ─ Mercedes falou e saiu do quarto, indo atrás do meu pai.

HORAS DEPOIS.

Estamos dentro do carro faz duas horas e eu estava com fome, recusei o almoço pois eu sabia que não iria me fazer bem algum, eu tinha um estômago péssimo mas Mercedes comeu por mim e por ela.

Meu pai e minha mãe tinham mania de ficarem se alisando e mesmo na nossa frente, eu nunca critiquei mas era nojento.

Agora já estávamos perto de um hotel que iríamos passar a noite, eu não gostei nada da ideia mas dentro do carro enrolada com a minha irmã eu não iria ficar.

No quarto, eu estiquei o meu corpo encima da cama, não pensando em mais nada, só em como aquela cama era confortável. Resolvi ir até la embaixo para comprar alguma coisa para comer, mesmo não tendo noção de onde eu estava indo, e foi aí que achei um problema na máquina de biscoitos. Não que o problema fosse a máquina, mas sim, um garoto de cabelo preto que estava na minha frente. Ele se virou após me ver e abriu um sorriso imenso, me assustando um pouco e me fazendo afastar.

─ O que uma moça tão bonita faz aqui?

─ O mesmo que você. ─ Respondi firme, apontando para a máquina.

─ Bom, fique a vontade. ─ Ele disse e saiu da frente da máquina. Eu agradeci, colocando a moeda que estava pedindo e fiquei olhando para o vidro, na expectativa do meu pedido sair.

─ Essa porcaria deve ter quebrado... Máquinas. ─ Falei rindo disfarçadamente, e voltando o meu olhar até a máquina.

─ Você tem que apertar um desses botões pro seu pedido sair. ─ Ele falou se escorando na parede e me olhando.

Minha cara foi no chão. Apertei o botão e assim que meu biscoito caiu, peguei o mesmo e saí correndo dali, ouvindo um "ei, pra onde você vai?" bem longe dele e corri para o elevador, voltando para o quarto.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora