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Buenos Aires, Argentina.
22 de novembro de 2019

TINI

Cinco anos. Esse foi o tempo que se passou desde então eu e Mercedes termos descoberto em partes o que acontecia com os nossos supostos namorados. Não comentamos mais nada, assim como foi pedido e também estava difícil de esconder dos meus pais. Principalmente de Diego.

Recebi uma carta de Jorge, que é o Leon, ou pelo menos eu pensei que fosse, dizendo que viriam e aqui estávamos nós duas os esperando.

Depois de duas horas, vimos o carro dos dois. Meus pais pela graça Deus, pois eu não saberia reagir.

Ele estava diferente. Seu cabelo estava mais cumprido na franja, seu rosto angelical de um adolescente agora era de um homem adulto.

─ Oi. ─ Jorge disse receoso, mas não respondi.

E sua voz? Mais rouca do que o normal. Indiquei a poltrona, também não iria querer que eles dois entrassem.

─ Vou conversar com ele perto dos arbustos. ─ Mercedes falou e eu concordei.

─ Martina...

─ Você simplesmente mentiu, mentiu em dizer que você era uma pessoa simples, mentiu esses anos todos nós quais eu dediquei todo o meu amor a você. ─ Falei o cortando.

─ Sempre quis contar a você, mas... como? Como eu iria te confessar um segredo que eu não fazia ideia de que ia se estender?

─ Ah. Imagina só, eu jurei casamento, junto de uma mentira e eu não sabia que ia se estender. ─ meu tom era debochado.

─ Olha... O que vocês viram aquele dia foi um trato com um amigo meu, não foi exatamente o que eu escondi de você...

─ Ótimo, então tem algo a mais?

Ele suspirou.

─ O que é?

─ Eu me casei.

Aquilo foi o fim. Engoli seco, sem sair da minha postura anterior.

─ Depois que eu pedi você em namoro, minha ex voltou, e nós transamos. Eu sou homem Tini, e aí eu bebi e fiz merda.

Eu quis enforcar ele, mas não faria nada.

─ Depois que eu vim aqui, eu quis te contar sobre tudo, mas como eu ia te dizer que engravidei minha ex, voltamos e ela perdeu o bebê?

Meu silêncio estava me matando.

─ Droga, outra que eu sou uma espécie de "famoso" ─ ele disse fazendo aspas no ar. ─ Mas eu tentei te esconder disso tudo pra te proteger...

─ Pra me proteger ou pra não passar vergonha, mostrando ao público que você namora com uma caipira? Ou pelo menos eu achei que você namorasse.

─ Pelo amor de Deus, me escuta...

─ Sai da minha casa. Eu não quero mais te ouvir falar nada.

─ Tini... Eu te amo, me escuta, por favor..

─ Não. Você não me ama. Você nunca me amou. Se fosse amor de verdade, você teria me contado toda essa barbaridade sem medo de me perder. Mas você preferiu deixar isso virar uma bola de neve e jogar encima de mim tudo de uma vez só. Se não fosse aquele dia, talvez você nunca teria me contado... Era esse o motivo de você nunca ter me apresentado aos seus pais?

─ Lógico que não, eu só...

─ Não tem mais desculpas. Acabou. Sai daqui, eu não quero te ver mais.

Minhas últimas palavras foram aquelas. Tranquei a porta, e a cada palavra que ele dizia e me chamava, era uma lágrima que escorria pelo meu rosto.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Where stories live. Discover now