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Buenos Aires, Argentina
10 de Outubro de 2014
16:24 da tarde

TINI

Após uma cena de terror com Mercedes, eu estava sentada no banquinho da nossa varanda. Os meninos ainda estavam descansando, deve ser por conta do fusorário que eram cinco horas de diferença, talvez não seja muito mas para eles talvez seja.

E, droga, Diego estava vindo em minha direção com um sorriso estampado eu havia me esquecido de contar para ele sobre o meu namoro com Leon, e agora eu faço o que?

─ Tini! ─ Ele disse empolgado, dando um beijo em minha bochecha. Merda. Merda. Merda. Merda. Merda.

─ Quanto tempo! O que aconteceu com você?

─ Eu estava de cama, peguei uma gripe forte, ainda estou me recuperando. O que faz aqui sozinha? Onde Mercedes está? ─ ele perguntou se sentando ao meu lado.

─ Foi até vizinha pegar uma bolsa que ela tinha emprestado, não entendi direito.

─ Ah... Como vai a vida?

─ Vai bem, eu acho.

E AGOOOOOOOORA, LASCOU-SE TUDO. Eu não estava tendo coragem de contar a ele que eu estava namorando, e bem na hora em que ele passou seu braço por meu ombro, Leon apareceu na porta de espreguiçando e olhando em volta enquanto me procurava.

─ Uh, amor. ─ Ele falou achando estranho aquela situação e melhor foi a cara do Diego.

─ "Amor"?

─ Tudo bem? ─ Leon perguntou esticando a mão para Diego, em forma de cumprimento.

─ Sim, e com você? ─ Ele comprimento um pouco cabisbaixo.

─ Tudo cara. ─ Ele sorriu. Sensato. ─ Você é amigo dela?

─ Sou, e você é...?

─ O namorado. Amor, não contou pra ele? ─ Jorge fez uma cara misturada: irritado, enciumado, irônico e brincalhão.

─ E-eu não tive tempo...

─ Vou indo para que vocês possam conversar mais a vontade.

Diego saiu decepcionado, e a cara do Leon não era uma das melhores. Revirei os olhos, e ele entrou para dentro de casa furioso. O procurei e ele estava na cozinha, encostado no balcão e com um copo de água na mao e com a cara fechada.

─ Você estava me escondendo dele? Por isso não quis deixar eu ver a fazenda quando cheguei?

─ Não amor, eu não vejo ele faz meses, desde que fui pra Espanha e não tenho costume de ir até sua casa,
p

or isso não tive tempo de contar.

─ E não contou quando viu ele por que?

─ Leon... É mais complicado do que você pensa...

─ O que? Vocês tiveram um romance? Seja lá o que for. ─ Ele riu ironicamente.

─ Foi... ─ ele se calou. ─ Ele foi o meu primeiro amor, mas nunca nos beijamos. Eu senti coisas por ele, mas eu não sabia como demonstrar, e ele também não, mas depois que eu te conheci...

─ Você conseguiu tapar buraco. Já entendi tudo. Vai lá, conversa com o seu "primeiro amor", enquanto eu volto a arrumar minhas coisas para ir embora, não tem como eu ficar aqui desse jeito. ─ Ele havia ficado chateado. Não tinha nada demais, eu nem costumava falar com ele com frequência, não tinha com o que ficar bravo.

─ Amor, por favor, me escuta...

─ Pra quê? Pra você inventar qualquer coisa e mentir pra mim, para que eu acredite? ─ Parei e o encarei. A expressão dele mudou, ele se sentou na cama e ficou encarando o chão. ─ Não foi isso o que eu quis dizer...

─ Eu não entendi você...

─ Esquece sobre a mentira, foi um erro ter dito aquilo.

JORGE (...)

Eu havia deixado escapar aquelas palavras, mas não deveria, pois o único errado naquilo era eu. Ela não teve tempo, eu entendi, mas fiquei enciumado com aquilo e falei o desnecessário, machucando ela. O que eu vou fazer quando eu contar a verdade? Ela vai me deixar.

─ Me... Me perdoa, amor. ─ Suspirei.

─ Não tem o que perdoar você.

Ela disse simples, vindo até mim e me abraçando fortemente. Eu a amava, e estava a machucando mais do que qualquer outra pessoa.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Where stories live. Discover now