17 | m a c i e i r a

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"Então me diga como viver neste mundo
Diga-me como respirar e não sentir dor
Diga-me, porque eu acredito em algo
Eu acredito em nós
Diga-me, quando a luz apagar
Que mesmo no escuro podemos encontrar uma saída"
— Us, James Bay.

"Então me diga como viver neste mundoDiga-me como respirar e não sentir dorDiga-me, porque eu acredito em algoEu acredito em nósDiga-me, quando a luz apagarQue mesmo no escuro podemos encontrar uma saída"— Us, James Bay

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acordados(as)? :)

Estou me envolvendo demais, isso é óbvio. O que, levando em consideração as minhas experiências passadas, não é nada bom. Conheço bem as consequências de se apegar a alguém, de tornar determinada pessoa uma necessidade.

As expectativas são as maiores formadoras do mundo ideal, aquele onde idealizamos as coisas da forma que queríamos que elas fossem. Da forma que elas deveriam ser para que fôssemos felizes.

Um mundo onde os seus pais não morreram, talvez. Ou, quem sabe, um em que você conhece uma garota extraordinária aos doze anos e vocês crescem juntos, construindo uma relação incrível e inabalável.

Um mundo em que você é, verdadeiramente e por completo, feliz.

Mas esses mundos são apenas ideias. Não são reais, apenas ilusões de coisas que jamais acontecerão.

E quando a realidade te acerta como um tapa de surpresa no rosto e você se vê completamente sozinho, o profundo e esmagador vazio te envolvendo, se apegar a alguém já não parece mais algo bom a se fazer.

Eventualmente, todos se vão.

Então por que continuo me afundando mais, e mais, nisso? Nela?

Mesmo sabendo de todas as milhares de consequências, entretanto, não consigo evitar. Não consegui evitar quando a vi pela primeira vez, na aula de teatro. E não consigo evitar agora, quando só o que eu quero é estar com ela, conhecê-la melhor.

É inevitável.

Ela se mantém em silêncio, continuando calada desde que embarcou no carro. Diferente de quando estávamos em seu loft, porém, o silêncio que se estabelecera entre nós dessa vez fora um tanto reconfortante. Nenhum de nós sente a necessidade de falar algo. Apenas ficamos ali, aproveitando a companhia um do outro enquanto uma melodia qualquer ecoa através do rádio.

O dia está nublado, com nuvens espessas e acizentadas pincelando o céu como um pincel faria em uma tela. Sempre adorei dias assim, enevoados. Combinam perfeitamente com uma boa xícara de café preto.

— Aonde estamos indo? — Morgan indaga, falando pela primeira vez desde que entrou no carro.

— Eu já disse. Quero te mostrar um lugar.

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