24 | f i n g i m e n t o

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"Eu tive um sonho
Em que eu conseguia tudo o que queria
Não é o que você pensa
E, pra falar a verdade
Ele pode ter sido um pesadelo"
— everything i wanted, Billie Eilish.

"Eu tive um sonhoEm que eu conseguia tudo o que queriaNão é o que você pensaE, pra falar a verdadeEle pode ter sido um pesadelo"— everything i wanted, Billie Eilish

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anteriormente, em Two Souls:

"Descubra por conta própria, a voz do loiro ecoa em meu crânio repetidas vezes.

E é bem ali, em um beco escuro entre beijos molhados e palavras vazias, que eu tomo uma decisão.

Espero que Santa Mônica traga, de uma vez por todas, as respostas que procuro."

Capítulo 23, por Caleb Hughes.

Sempre fui apaixonada por teatro.

Ao decorrer da vida, escutamos uma só pergunta várias, e várias, vezes; o que você quer ser quando crescer? As respostas geralmente variam. Um única pessoa, por exemplo, já quis ser várias coisas – quando criança, bailarina ou astronauta, e, quando adulto, médico ou advogado.

Eu não.

Quando criança, antes dos Morgan's me adotarem, eu não tinha perspectiva alguma de vida. Passar dez anos em um orfanato, conhecendo diversas famílias para, depois, assisti-las escolhendo outras crianças, só permitia que eu vislumbrasse um futuro possível para mim; ser despachada do orfanato ao completar dezoito anos e ter de trabalhar para viver – ou melhor, viver para trabalhar. Eu teria de me virar sozinha, e seguir sonhos não me parecia algo concebível.

Mas então, eu fui adotada.

Uma nova Clare nasceu, cheia de esperança e perspectivas. Desde então, desde que eu me descobri, que percebi que haviam sim possibilidades para mim, eu quis ser atriz. Uma ótima atriz. A melhor.

E, parada em frente ao grande aeroporto esperando por Caleb, eu não consigo deixar de pensar na ironia disso tudo.

Do nosso reencontro, do seu esquecimento nada conveniente e, principalmente, do meu fingimento.

Do meu teatro.

É estranho quando paro para pensar.

Quando o vi entrando na sala de aula da Sr. Maxwell pela primeira vez, o mundo pareceu congelar. Andar em câmera lenta. E tudo o que eu queria era que seus olhos encontrassem os meus e que, assim como havia acontecido comigo, o seu mundo parecesse sair de órbita.

Eu queria ter causado nele o mesmo que ele causou em mim. Queria ter sido memorável.

Mas isso não aconteceu.

Depois, quando me dei conta de que ambos havíamos mudado mais do eu jamais esperei, eu fiquei aliviada por ele não ter me reconhecido. Sim, eu fiquei extremamente aliviada, porque, dessa forma, teríamos a chance de nos conhecer outra vez.

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