Saímos de casa, estamos parados em pé na varanda esperando o Uber que Tomás chamou, eu não me importaria em ir de ônibus mas vou deixar ele bancar o cavalheiro.
O Uber chega e nós entramos, é claro que de carro é mais rápido do que de ônibus então chegamos no shopping em menos de 30 minutos!
Entramos no shopping e vamos andando até o cinema.
- Você não falou uma palavra desde que a gente saiu? Tá tudo bem? - Pergunta Tomás.
- Hmm... desculpa, eu não sei oque dizer! - Digo com um tom de nervosismo.
- Você ta nervoso? - Pergunta ele.
- To um pouco. - Digo baixando minha cabeça. Por um lado eu pensei, se eu disse que estou nervoso então ele vai pensar no porque eu estou nervoso. - Na verdade não muito, eu to bem, desculpa! - Digo tentando disfarçar.
- Ah sim, que bom, então qual filme você quer assistir? Pode escolher a vontade, eu gosto de todo tipo de filme. - Diz ele apontando para o telão do cinema que mostra os filmes em cartaz.
- Ah, vamos assistir aquele! - Aponto para o filme, é "Me chame pelo seu nome". - Já li o livro e nesses dias estava pensando em assistir. - Digo.
- Vamos então! - Diz ele .
Nós andamos a caminho da bilheteria e compramos o ingresso junto com um combo de pipoca que contém uma pipoca grande e dois refrigerantes médios.
Entramos na sessão e assistimos o filme, é magnifico , um romance LGBT que se passa na cidade da Itália, não vou falar muito, vão assistir, vocês não vão se arrepender.
Saímos do cinema e andamos em direção a saída do shopping.
Tomás está mexendo no celular, provavelmente chamando o Uber.
- Iai, oque achou do filme? - Decido puxar assunto.
- O filme é ótimo, é tão delicado e apaixonante, é bem cativante, eu gostei muito. - Diz ele sorrindo pra mim. Meu deus aquele sorriso de novo, ele realmente gostou do filme, que bom.
- Que bom que você gostou, eu particularmente adorei, posso te emprestar o livro se você quiser ler depois. - Digo.
- Eu adoraria ler. - Diz ele sorrindo e olhando fundos nos meus olhos.
O Uber chega e nós estramos.
O carro segue caminho, encosto minha cabeça no banco , estou muito cansado. Estou olhando para a janela e percebo um movimento do meu lado, Tomás está se aproximando, sinto meu ombro perto da minha cabeça, encosto minha cabeça no seu ombro e cá estamos nós , colados um no outro. Vamos a viagem toda assim até que por fim chegamos em casa.
Dessa vez eu pago o Uber, Tomás pede que não mas eu insisto e acabo pagando.
Estamos parado em frente a minha casa.
- Felipe você quer entrar pra jantar, posso fazer comida pra gente. - Pergunta Tomás.
- Claro. - Respondo.
Ouço barulhos vindo de casa e vejo Karen abrindo a porta, ela está segurando uma garrafa de Whisky e está cambaleando pela varanda.
- Oi gente..... Como foi o primeiro encontro? - Pergunta Karen completamente bêbada.
- Droga! - Digo indo até ela, segurando-a.
Felipe me segue até a varanda.
- Tá tudo bem? Eu posso ajudar. - Pergunta Tomás.
Em outra situação eu teria falado que está tudo bem e que não preciso de ajuda, mas, esse não é o caso.
- Pode sim, por favor, me ajuda a leva-lá para dentro. - Digo.
Tomás apoia o braço direito de Karen no ombro, eu seguro o esquerdo e levamos ela para dentro.
- Vamos por ela na cama. - Ordeno.
Subimos a escada segurando Karen, confesso que se não fosse por Tomás a Karen teria ido dormir no sofá, não conseguiria subir com ela sozinho , digamos que força não é muito meu forte.
Chegamos no quarto da Karen e deitamos ela na cama.
- Vocês deviam se beijar, vocês são lindos juntos. - Geme Karen.
- Desculpa por isso, ela nunca fica bêbada desse jeito, deve ter acontecido algo. - Digo, tentando me esquivar da vergonha que Karen está me fazendo passar. Ela me paga.
- Tá tudo bem Felipe, não se preocupa. - Diz ele.
- Você pode pegar aguá lá na geladeira, por favor, é só descer as escadas, final do cômodo, enquanto eu troco a roupa dela. - Pergunto.
- Claro, estou indo. - Ele diz saindo do quarto e fechando a porta.
Pego no guarda-roupa dela uma camisa grande , e um short de dormir, tiro suas roupas e visto ela com as outras que peguei.
- Posso entrar? - Ouço Felipe perguntando por de trás da porta.
- Sim, entra. - Respondo.
Ele entra e me entrega o copo de aguá, Levanto a cabeça de Karen e ela por fim bebe. Deito ela na cama , ponho o lençol por cima dela, apago a luz e saio do quarto deixando a porta semi-aberta.
Tomás e eu descemos a escada e seguimos até a cozinha. Tomo um copo de aguá, estou com muita sede e cansado.
- Olha, eu te devo desculpas, a noite foi ótima, eu adorei sair e assistir filme com você, mas me desculpa pela forma de como a noite termino. - Digo dando mais um gole de aguá.
- Felipe, está tudo bem, essa foi umas das noites mais controversas e inesperadas da minha vida, e eu adorei, ainda mais estando junto contigo. - Ele diz sorrindo para mim e passando a mão no cabelo que por sinal está um pouco bagunçado, mas mesmo assim deixando-o irresistível. Meu deus.
- Você deve estar muito cansado, assim como eu estou, então eu vou indo. - Diz Tomás.
- Claro, eu te acompanho até a porta. - Digo apontando para a saída.
Abro a porta e saímos para a varanda.
- Eu me diverti muito hoje, muito obrigado por me convidar para sair. - Digo sorrindo.
- Eu digo o mesmo, ei, será que posso anotar seu número , pra gente se falar e quem sabe marcar de sair mais vezes. - Diz Tomás.
- Claro, sim sim, pode ser. - Digo, Tomás me entrega seu celular, anoto meu número e entrego o celular de volta.
- Então até amanhã. - Diz Tomás se aproximando de mim, ele me pega de surpresa quando chega mais perto, sinto sua respiração perto da minha, seus lábios tocam o meu suavemente com um selinho delicado, nossa, foi muito bom!
- Boa noite Felipe. - Diz ele.
- Boa noite Tomás! - Digo sorrindo e acenando para ele.
Entro e fecho a porta.
Uau!
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Um Vizinho Estranho
Romance"O quão longe você iria para guardar um segredo?" Felipe vive uma típica vida de um jovem de 22 anos,divide a casa com uma amiga, trabalha numa cafeteria no centro da cidade e nos tempos livres adora sair ! Um certo dia ele encontra Tomás,um novo vi...