Capítulo 10 - Verdades Secretas

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- Não pode ser ! - Diz Karen!

- Calma, não é isso! - Digo.

- Você tá pensando o mesmo que eu estou pensando? - Pergunto.

- Que Tomás matou os dois meninos! - Diz ela.

- Eu não quero acreditar nisso mas, eu não vi muita gente no parque, e nós fomos os únicos a entrar na trilha. - Engulo seco. - E eles foram mortos com mordidas no pescoço, Tomás não é um urso ou um lobo! - Digo.

- É mas também não existe lobo nem urso no parque, muito menos na cidade. - Karen acrescenta.

- Não, vamos parar de falar isso, a policia falou que foi um animal! - Digo.

-É, tem razão, desculpa Felipe, eu só to nervosa, podia ser a gente na noticia. - Diz ela baixando a cabeça.

Vou até ela para abraça-lá e acalma-lá.

Subo as escadas até meu quarto á procura do meu celular, vou até a janela e consigo ver que Tomás está se vestindo, ele está vestindo um short jeans, está sem camisa e com o cabelo solto um pouco bagunçado, logo me vem uma memoria do acontecido de hoje, meu corpo treme, de medo? Talvez.

Ele acena para mim e sorri. Ele pega seu celular no balcão e começa a digitar algo, rapidamente uma mensagem surge no meu celular.

Tomás : Preciso falar com você!

Respondo.

Eu : Okay! Vou tomar banho ai eu te chamo!

Tomás : Okay!

Largo meu celular e vou me banhar.

Termino o banho e vou me vestir, acabo de me vestir e mando mensagem para Tomás.

Depois de uns minutos terminando de me arrumar, desço as escadas e vou beber água na cozinha, receio que Karen deve ter ido para o quarto tomar banho.

Ouço batidas na porta, vou até ela e abro, é Tomás, ele está me olhando com um olhar recaído, como se estivesse pedindo desculpas por algo,arrependido, triste.

- Entra. - Digo e ele entra.

Nós entramos e subimos para o quarto, chegando no quarto, nos sentamos na cama.

- Preciso te contar uma coisa! - Diz ele.

- Pode falar! -

- Eu quero que você acredite em mim, e não quero que você fique com medo, não tem porque ficar com medo, eu só não quero que você surte.- Diz ele.

- Tomás fala logo, oque foi? - Digo, quase ordenando que ele me fale.

Ele baixa sua cabeça e seus olhos por um segundo e levanta novamente,ele abre os olhos,seus lindos olhos castanhos agora são vermelhos da cor sangue, ele abre sua boca e duas presas surgem, presas um tanto grandes e afiadas, sua feição parece de desejo, seus olhos continuam encarando os meus.

Tento dizer algo enquanto me afasto dele rapidamente, acabo caindo no chão ao perceber que enrolei um pouco minha perna na outra, ele levanta da cama rápido e seu rosto volta ao "normal", seus olhos voltam para o castanho e suas presas somem.

Me levanto do chão e corro para a porta, uma sensação de medo surge em minha cabeça e lágrimas caem dos meus olhos, meu coração acelera e minha respiração fica cada vez mais lenta.

Ele surge rapidamente na minha frente, como um raio.

- Calma Felipe, eu não vou te machucar, sou eu Tomás. - Diz ele.

Tomás me leva para dentro do quarto e veja a porta.

- Me deixa sair, eu devo estar louco, isso não é real, eu nem sei oque é isso ! - Digo ainda ofegante.

Caiu de joelho no chão e minha visão embaça, quando menos percebo, tudo fica escuro.





[____]





Acordo na minha cama, percebo que não tem ninguém ali comigo, levanto lentamente e sinto uma leve dor de cabeça, por um segundo lembro oque havia acontecido, corro para fora do quarto e desço as escadas rápido, ouço barulhos na cozinha, vou até lá. Vejo Karen preparando algo para comer.

- Oi Felipe, acordou finalmente. - Diz ela.

- Eu não dormi, eu... - Tomás me interrompe quando sai do banheiro da cozinha.

- Oi Felipe. - Tomás diz.

- Oque que você ainda ta fazendo aqui? - Pergunto.

- Estava esperando você acordar, precisamos conversar. - Diz ele.

- Eu não tenho nada para conversar com você. - Digo indo até Karen. - Karen foi ele, ele matou os meninos no parque, eu não sei oque ele é, mas ele tem que sair daqui.

Sempre fui muito de deixar as decisões para Karen, ela sabe oque faz.

- Que meninos no parque?? Oque que cê ta falando? - Karen pergunta.

- Não vai adiantar Felipe, eu fiz ela esquecer. - Diz Tomás.

- Oque? Como assim? Oque é você , um Xmen?? Tira isso dá minha amiga agora! - Ordeno.

- Calma, ela está bem, continua sendo a Karen, a gente explica pra ela depois que eu e você conversarmos, por favor, você tem que me escutar. - Diz Tomás.

Olho para ele , ele está com aquele olhar novamente, por um segundo arrependido, ele lamenta oque fez.

- Okay, vamos conversar. Karen eu volto já. - Digo.

- Tudo bem, Felipe. - Diz Karen.

Sigo andando subindo as escadas até chegar no meu quarto. Entramos e nos sentamos na cama.

- Você tem que me escultar e por favor, não desmaia dessa vez. Diz Tomás.

- Ta bom, fala.

-  Eu sou um vampiro. - Diz Tomás.

Engulo seco oque ele acabou de dizer, meu coração dispara e parece que ele percebe.

- Fica calmo, eu não te machucaria, nem você, nem a Karen. -

- E enquanto aqueles garotos do parque? - Pergunto.

- Eles iam me machucar, eu precisava de sangue, meu estoque estava quase acabando.- Ele diz.

- Estoque? Você tem um estoque de sangue? - Pergunto confuso.

- Sim, no porão. - Responde. - Eu não ia te contar até o momento em que você percebesse, vampiros existem , na minha antiga cidade meus pais foram mortos por caçadores, é por isso que eu tenho aquela arma, pra me proteger, não sei ao certo se eles vão parar de me procurar. Meus pais não eram vampiros mas pagaram o preço por mim,  eu fiz com os corretores de imóveis oque eu fiz com a Karen, fiz com que eles me deixassem eu ficar na casa de graça.

- Nossa, isso é tudo novo para mim, vampiros, eles existem, você é um. E você mentiu para mim.

- Eu apenas menti sobre o fato de eu ser um vampiro, ainda sou eu, Tomás, o cara que gostou de você desde a encarada na janela, eu não queria me aproximar de você , não queria que você entrasse nesse mundo, mas eu precisava falar com você, e eu sinto muito. - Diz ele.

- Tá, tá tudo bem. Eu só não entendo. - Digo baixando minha cabeça.

- Ei, tá tudo bem, lembra oque eu disse, eu nunca irei te machucar, nem você, nem a Karen. - Diz ele sorrindo.

- Pode me mostrar de novo? - pergunto.

Ele faz que sim com a cabeça e em questão de segundos, seus olhos ficam vermelhos e suas presas aparecem.

- Nossa. - Digo.

Ele esconde de volta suas presas e seus olhos retornam ao castanho.


- Vai ficar tudo bem. - Tomás diz

Um Vizinho EstranhoWhere stories live. Discover now