Capítulo 11 - Decisões

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Ouvir ele dizer que vai ficar tudo bem me conforta, é incrível como ele me relaxa só com o poder das palavras.

Lembro que Karen ainda está na cozinha fazendo algo para comer.

- E oque nós fazemos com a Karen? - Pergunto.

- Você que sabe, vai me deixar contar pra ela? -

- Eu não sei, ela não reagiria da mesma forma. - Digo.

- Que forma? Desmaiando? - Pergunta Tomás.

- Não não, da forma de agora, eu entendo oque você é! Eu acredito em você. - Digo.

Tomás se aproxima e me dar um selinho.

- Então é melhor aguardarmos um pouco para contar para ela. -Diz Tomás.

- Você disse que tem um estoque, eu posso ver? - Pergunto.

- Claro, vamos lá. - Diz ele.

Levantamos da cama, saímos do quarto e vamos até a sala.

- Espera, vou avisar para Karen. - Digo.

Vou até a cozinha e encontro Karen sentada ao balcão comendo e mexendo no celular.

- Vou na casa de Tomás ta? Eu volto logo. - Aviso.

- Tudo bem, que bom que vocês se acertaram. - Diz ela.

Lembro que Tomás a fez esquecer do acontecido no parque e que ela só lembra do Tomás ter ido embora da minha casa na noite antepassada, sei que ela vai perguntar depois, tenho que pensar em algo para dizer.

Eu e Tomás saímos de casa e em questão de segundos estamos na casa dele.

- Vamos lá. - Diz ele erguendo sua mão para a minha. Agarro sua mão e ele me leva até o porão.

Descendo as escadas percebo que é bem iluminado e grande. As escadas de madeira rangem ao andar pelo degrau. Descemos as escadas. Ele me leva até perto de um freezer, abre e vejo algumas bolsas de sangue.

- Como você.... - Gaguejo. - Como você consegue isso?

- No hospital,  eles não percebem porque eu hipnotizo eles, faço com que eles permitem eu pegar. - Ele responde.

- Como vou saber se você não me hipnotizou pra conseguir algo? - Pergunto cruzando os braços. Reprendendo-o.

- Eu nunca pensei em fazer isso com você. - Diz ele.

- Eu acredito, mas e as pessoas do hospital, elas precisam de sangue. - Digo.

- Eu só pego algumas bolsas, tem o suficiente lá para os pacientes, acredite. Vamos lá pra cima.

- Entendi. - Digo.

- Droga. Não fala nada. - Diz ele fechando o freezer e me puxando para o canto.

- Oque foi? - Pergunto.

- Tem alguém aqui, alguém entrou na minha casa. - Diz ele.

Fico nervoso, meu coração acelera.

- Não , não, tentar ficar calmo, se for um vampiro ele vai conseguir sentir seu nervosismo e ouvir sua respiração. Diz ele pondo a mão no meu rosto e dando um beijo em minha testa, me acalmando por completo

- Tá bem, vai dar certo, vou tentar. - Digo.

- Eu volto já. - Diz ele enquanto sobe pelas escadas, ele fecha a porta do porão.

Ouço alguns passos e depois de alguns segundos a porta do porão abre e Tomás desce as escadas.

- Tá tudo bem, pode subir.

Saiu do canto da parede e subo as escadas com ele.

- É um velho amigo meu. - Diz Tomás.

Tomás me leva para a sala e vejo um cara em pé no canto, ele está usando uma calça jeans da cor preto escuro, sua blusa cinza combina com o colar prata em seu pescoço, seu tênis branco brilha até mesmo no escuro do canto da sala, ele é um pouco moreno, cabelo curtos lisos, seus olhos verdes brilham junto com seu tênis.

- Felipe esse é Liam meu amigo! - Tomás nos apresenta.

- É um prazer te conhecer Liam! - Digo.

- O Prazer é todo meu! - Diz Liam enquanto me olha de cima a baixo.

Tomás agarra meu braço e me puxa para cima.

- Vai pro meu quarto, já já eu apareço lá, Liam parece estar com fome. - Ordena Tomás. Logo percebo que Liam também é um vampiro.

Subo as escadas, chego em frente ao quarto e ouço eles dois conversando. Fecho a porta do quarto mas fico do lado de fora, me aproximo da escada tentando ouvir oque eles estão dizendo.

- Então você tem guardado um lanche. - Diz Liam.

-Felipe não é um lanche. - Diz Tomás.

- Pelo seu olhar percebo que se apaixonou pelo o humano. - Diz Liam. - Ah que saudades do velho Tomás, o sanguinário Tomás. -

- Isso já faz 80 anos Liam, estou diferente agora.  - Diz Tomás.

- Viajei tão longe para te encontrar, você foi se esconder longe ein! - Diz Liam. - Nossa, consigo ouvir os batimentos do seu amiguinho, Já provou o sangue dele? - Pergunta Liam.

- Não, tenho sangue lá em baixo, vamos , posso te dar um pouco. - Diz Tomás chamando Liam para o porão.

- Okay. - Diz Liam.

Tomás entra no porão e rapidamente Liam empurra Tomás escada a baixo e fecha a porta.

- Desculpa amigo, mas eu gosto de beber da fonte. - Diz Liam.

Corro para dentro do quarto, fecho a porta e ouço Tomás gritar:

- LIAM NÃO FAZ ISSO! -

Em seguida a porta é aberta violentamente por um chute de Liam.

Vejo Liam, ele está com suas presas a mostra e seus olhos vermelhos, está faminto.

Corro para a janela mas Liam aparece e me agarra pelo pescoço. Ele me leva até a parede e lentamente cheira meu pescoço.

- Tomás, me ajuda! - Tento gritar mas não consigo, estou ofegante.

Rapidamente Liam me morde no pescoço, sinto suas duas presas perfurarem a minha veia, é uma dor insuportável, uma dor que sobe rapidamente para a cabeça.

Tomás puxa Liam fazendo com que ele me solte e eu caia no chão, minha visão está embaçada mas consigo ver Tomás brigando com Liam, com socos e mais socos de ambos.

A dor permanece no meu corpo,minhas mãos estão cobertas de sangue, a dor coroe o corpo todo, passando por cada parte das minhas veias, queima, aos poucos meus olhos fecham e tudo fica escuro.


Continua...

Um Vizinho EstranhoWhere stories live. Discover now