Um Vizinho Estranho

Capítulo 14 - A cura

Estou sentado do lado do corpo de Tomás coberto de sangue, eu olho para ele , não consigo tirar seu cabelo da frente dos seus olhos, estou paralisado, apenas chorando, ouço passos rápidos vindo da sala, dois socorristas aparecem na cozinha gritando para eu sair de perto. Não consigo nem me mover. Até que Liam chega na cozinha e me levanta me tirando de perto de Tomás.

Os socorristas pegam o Tomás e colocam numa maca, em seguida eles põe um certo tipo de máscara em seu rosto , depois de examinarem o furo e o corpo de Tomás, o socorrista olha para mim como se estivesse tentando entender algo.

- Meu deus, ele está vivo! - O socorrista diz.

Engulo em seco, um certo tipo de alívio vem a minha cabeça, olho para Liam que me encara, não consigo conter a minha emoção, Liam estende seus braços ao ver que mais lágrimas caem dos meus olhos, recebo o abraço e fico relaxado, ao olhar para o lado vejo os socorristas carregarem Tomás até lá fora.

Liam me solta e geme de dor.

- Vamos também, precisa colocar um curativo! - Digo e ajudo o Liam até chegar na ambulância.

- Você vem? - Liam pergunta.

Olho para Karen que está me encarando.

- Pode ir, tá tudo bem, vou ajeitar as coisas em casa e ir trabalhar, Mais tarde eu ligo pra você, tá bom? - Diz Ela.

- Tá bom, obrigado mana! - Digo.

Subo na Ambulância, Tomás está deitado numa maca ainda desacordado, Liam está do meu lado sentado enquanto o socorrista coloca um tipo de curativo em sua barriga.

Em menos de 10 minutos chegamos no Hospital, o bom de morar em cidade pequena é que tudo é perto. Saímos da ambulância e Tomás é levado rapidamente parar emergência e Liam é acompanhado por um socorrista até uma sala.

- Eu volto já. - Diz Liam antes de entrar na sala.

- Tudo bem! - Digo.

Sento em uma das cadeiras do Hospital esperando Liam voltar e esperando também notícias do Tomás.

Quando o socorrista me disse que Tomás ainda estava vivo, de primeira eu não acreditei, mas lembrei que Tomás é um vampiro, isso deve provavelmente ter ajudado.

Continuo esperando, passaram-se exatos 40 minutos, até que Liam sai da sala e vem até mim.

Ele se senta do meu lado.

- Como você tá? - Pergunto.

- Estou bem, queriam me manter aqui por 3 dias em observação, não vou ficar preso aqui por 3 dias, a gente consegue se curar rápido. - Diz Liam.

- E Tomás, como ele está? - Pergunto.

- Eu não sei. - Digo.

Uma médica vem até nós.

- Vocês são os amigos de Tomás? - Pergunta a médica.

- Somos! - Liam respondo.

- Eu tenho que admitir, o Tomás é um cara de sorte, o tiro pegou de raspão, ele vai precisar ficar duas semanas aqui em observação, mas está tudo bem, é só para nós ficarmos monitorando ele. Vocês poderão visita-ló nos dias específicos de visita. Explica a médica.

- Podemos ver ele agora? - Pergunto.

- Infelizmente não, fizemos uma cirurgia nele para removermos a bala , o mesmo que fizemos com Liam, que na verdade deveria estar deitado, porque está fora da cama? - Pergunta a doutora.

Liam se aproxima da doutora rapidamente.

- Liam está bem e não precisa ficar por 3 dias no Hospital, demos alta para ele. - Diz Liam enquanto olha profundamente para a doutora.

A doutora fica parada olhado para Liam.

- Liam está bem e não precisa ficar por 3 dias no Hospital, demos alta para ele. -  A doutora repete como se estivesse paralisada.

- Que bom doutora, obrigado por ajudar a mim e meu amigo. - Diz Liam.

A médica se vira e segue caminho pelo corredor do Hospital.

- É assim que funciona ? - Pergunto.

- Pelo jeito Tomás te falou da hipnotização! - Diz Liam.

- Sim , me falou sim, e não use isso em mim. - Digo.

- Eu não usaria isso em você. - Diz Liam olhando nos meus olhos. Tomás me disse isso uma vez e é estranho sentir a mesma coisa com Liam dizendo dessa vez.

- É melhor irmos para casa. Amanhã é o dia de visita, eu vi no formulário , a gente vem amanhã. - Diz Liam.

- Okay. - Digo.

Saímos, o Hospital fica um pouco perto de casa, então decidimos ir andando, minha cidade sempre foi um pouco calma, alguns vizinhos quase nunca saem para fora de suas casas.

- Cê ta bem? - Liam pergunta.

- Mais ou menos sabe, foi tudo muito rápido, em um dia descobri que Tomás é um vampiro, no outro , você vem e quase me mata, e depois Tomás leva um tiro na cabeça. - Digo.

- Eu sei, e eu nunca tive a chance de dizer realmente que eu sinto muito por ter te mordido, eu não havia me alimentado a muito tempo, e eu conseguia ouvir sua veia pulsando bem no seu pescoço. Eu sinto muito mesmo. - Diz Liam

- Tudo bem, agora tá tudo bem, tirando a situação de Tomás. - Digo.

- Ele vai ficar bem, ele vai curar rápido. - Diz Liam.

- É, to contando com isso. - Digo.

Depois de uns 25 minutos andando chegamos na calçada de Tomás. Tem dois policiais em frente sua casa.

- Oque eles estão fazendo aqui? - Pergunto.

- Tudo bem, eu vou falar com vocês, mandar eles ir embora. - Diz Liam.

Eu subo até minha varanda enquanto Liam vai até lá.

- Ei, se você quiser, pode ficar aqui por um tempo. - Pergunto.

Ele para de andar e se vira para mim.

- Cê quer que eu vá porque quer ficar mais tempo comigo, ou porque tá com medo de ficar sozinho? - Diz Liam com um sorriso malicioso.

- É claro que é porque estou com medo de ficar sozinho. - Minto, na verdade era pelos dois motivos.

- Volto já então. - Diz Liam dando uma risadinha!

Entro para dentro e percebo que não tem ninguém na casa,  subo para meu quarto e entro no banheiro, preciso tomar um banho , e só pra constar minha roupa ainda está suja de sangue, muito sangue.

Tiro minha roupa e entro debaixo do chuveiro,faço todos os processos do banho, me seco um pouco com a toalha  e saiu para me vestir, saiu sem toalha mesmo já que não tem ninguém em casa e a janela está fechada, é tão bom e estranho andar nu.

Procuro uma cueca na gaveta para vestir, me viro e vejo Liam na porta me olhando, surpreso como se acabasse de entrar.

- LIAM QUE MERDA CÊ TA FAZENDO? - Grito colocando a cueca para tampar meu pênis.

- Desculpa, desculpa, desculpa, foi sem querer, desculpa. - Liam diz enquanto eu corro para a porta e fecho na cara dele.