Capítulo 6 - O primeiro segredo

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Acordo do meu pós susto quando percebo Tomás se movendo na cama como se estivesse acordando, fecho a gaveta do armário rapidamente a ando silenciosamente para o banheiro, entro e fecho a porta.

Olho para o espelho e só agora pude ver nos meus olhos o quanto estou surpreso, assustado e confuso com toda essa situação, porque Tomás teria uma arma dentro de casa? O que ele está planejando fazer? 

- Felipe? Tá tudo bem? - Ouço baixinho a voz de Tomás mas consigo entender o que ele fala!

- Tá, quer dizer.. to, to sim! - Respondo quando a porta abre rapidamente e eu acabo tomando um susto.

Felipe nota o susto que ele me deu.

- Nossa, te assustei? Desculpa, cê ta bem mesmo? - Tomás pergunta.

- To, estou sim.... - Digo gaguejando um pouco. 

- Vem, vamos deitar! - Diz Tomás me dando um beijo na testa e indo deitar.

Lavo minhas mãos para fingir que estava urinando, saiu do banheiro, fecho a porta e vou deitar.

Estamos deitados e por incrível que pareça nenhuma situação é capaz de me deixar acordado na noite, acabo pegando no sono rápido.

Acordo e vejo no relógio na parede que já são 7:36, levanto da cama, me viro para olhar e Tomás não está lá, uma sensação de medo percorre meu corpo quando lembro da arma dentro da gaveta, olho para a gaveta, Tomás entra no quarto e me pega encarando a estante.

- Bom dia Felipe. - Diz Tomás.

- Bom dia. - Digo olhando agora para ele, o mesmo está vestindo um short, provavelmente sem cueca, está sem camisa, seu cabelo está novamente amarrado com um coque redondo e em suas mãos estâo segurando uma caneca com.... pelo cheiro, café. Ele se sobre-sai a cada dia no quesito beleza.

- Quer tomar café? - Pergunta ele. 

- Eu adoraria, mas tenho que ir, tenho que ver como Karen está. - Digo levantando da cama e catando algumas coisas minhas do chão.

- Tudo bem, eu entendo. - Diz ele saindo da frente da porta me permitindo passar.

Desço as escadas e antes de abrir a porta da frente ouço Tomás me chamar.

- Tenho um bom dia viu, mais tarde passo na sua casa. -  Diz ele, novamente me pegando de surpresa. 

- Você passa lá? - Pergunto meio confuso.

- Sim.. quer dizer, se você quiser que eu passe. - Diz ele envergonhado. Aaah.. não consigo resistir a cara dele de envergonhado.

- Claro, pode sim, até mais tarde. - Digo saindo e batendo a porta.

Corro pela frente de sua casa até chegar na varanda da minha, pego as chaves no bolso, abro a porta e entro.

Subo correndo as escadas e  vou direto para meu quarto, vejo a porta, jogo minhas coisas no chão e deito na cama.

É quase impossível não pensar na arma dentro da gaveta de Tomás, era uma pistola que do lado estava um pacote de balas, posso não me lembrar bem de tudo devido ao susto mas, lembro que estava faltando algumas balas, será que ele já tenha usado a arma, um turbilhão de pensamentos invade minha cabeça, fecho meus olhos lentamente e acabo cochilando.


[____]



- Ei, acorda, vem, levanta. - Ouço a voz de Karen chamar, abro os olhos e é ela de pé em frente a minha cama. - Vamo acorda, almoço já tá feito.

Abro os olhos por completo e me sento na cama.

- Tomás passou aqui mais cedo, queria te entregar o celular que você esqueceu. - Diz ela.

- MEU CELULAR? - Uma lembrança rápida vem a minha mente e sim, lembro que esqueci o celular na gaveta, bendita gaveta que eu tanto procurava. - Cadê meu celular? 

- Está com ele! - Diz Karen.

- Porque você não pegou? - Pergunto sem entender a resposta dela.

- Ele disse que queria entregar pessoalmente, disse que queria falar com você sobre algo. - Diz Karen.

- Droga. - Digo levando as minhas mãos até a cabeça.

- O que foi?  Aconteceu algo? - Pergunta ela.

Penso, penso, penso, não, agora não, não até eu saber o porque!

- Nada não, tá tudo bem! - Respondo.

Nós saímos do quarto e descemos as escadas até a cozinha. 

Levamos uns 30 minutos para por o almoço e comer.

- Ei, vai ter uma festa na casa da Ana, hoje a noite, 23:00hrs, vamos? - Pergunta ela.

- Eu acho melhor não sabe, você pode ir, eu fico aqui. - Digo.

- Ah porque? Vai vamos, beber, dançar e se divertir. - Insiste ela.

- Vou pensar. - Respondo.

Ouvimos batidas na porta, Karen vai até la , abre e é Tomás.

- Oi Felipe, esqueceu seu celular lá em casa. - Diz ele me entregando o celular.

- Eu percebi, obrigado por vim deixar. - Digo sorrindo. 

Karen vem saltitando da sala, toda sorridente e chega até o meio de nós.

- Já que você está aqui na nossa casa, eu tenho um comunicado, vai ter uma super festa hoje a noite na casa da minha amiga e eu estou convidando os dois, nós vamos todos juntos, hoje, 23hrs, oque cê acha Tomás? - Pergunta Karen.

- Acho bacana, eu adoraria ir, iai? - Diz Tomás olhando para mim, como se a decisão fosse minha e pelo jeito a decisão é minha sim.

Demoro um pouco para responder, por estar pensando e no final digo que sim, vejo os dois sorrindo para mim, felizes por eu ir.

- Eu vou subir para avisar a Ana, já volto. - Diz Karen antes de subir as escadas correndo.

Ouço a porta do quarto de Karen bater e volto o olhar para Tomás.

- Karen disse que você queria conversar comigo, sobre o que? - Digo indo até a sala e sentando no sofá, Tomás faz o mesmo.

- Eu só queria te falar que ontem a noite foi incrível, cada momento, conversa, tudo, e eu só queria te ver de novo. - Diz ele.

- Eu também adorei, passei a manhã de hoje pensando em ontem. - Digo.

- E nós fizemos uma bagunça ein, a cama bagunçada, roupas pelo chão, as gavetas bagunçadas, até parece que passou um furacão no meu quarto. - Diz ele rindo, meu corpo gela ao perceber sua menção sobre as gavetas.

- Sim, acabamos nem percebendo. - Digo rindo de volta.

Tomás se aproxima de mim e me beija a boca. 

- Eu tenho que ir, mais tarde passo aqui para irmos para a tal festa, tchau. - Ele diz levantando do sofá e indo embora pela porta.

Tento dizer "Tchau" mas ele já havia saído.



É, tenho que me preparar para a festa. - Digo para mim mesmo.

Um Vizinho EstranhoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora