forty seven.✨

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Larissa

Minha mãe chegou aqui em São Paulo para me ver e conversamos um pouco sobre tudo o que aconteceu. Faz exatamente 1 mês em que tudo isso aconteceu, e eu permaneço internada pelo meu útero ainda não estar saudável da maneira correta.

Como eu perdi o meu bebê, eles tiveram que tirar o feto, e meu corpo ainda não se adaptou a vida normal. Ou seja, ele ainda considera que eu esteja... grávida.

A boa notícia disso tudo é que, eu posso engravidar novamente e a alopécia não altera nada além disso, e nem eu, nem o Victor somos estéreis.

- Sabe filha, eu só queria entender o que se passa na cabeça da Alice. Eu sou a culpada disso tudo, eu que deveria ter dado uma educação boa a ela... - minha mãe disse, chorando. 

- Não, não mamãe..  A culpa não é sua, nem da tia Aline. A culpa é da própria Alice. A senhora sabe que ela sempre se envolveu com pessoas que mexem com tráfico.

Passava a mão em seu rosto, tentando a acalmar. Minha mãe estava despedaçada. Ela considera Alice como filha, e saber que ela queria me matar, é o fim pra ela. Um dos pedidos que minha tia fez antes de morrer pra minha mãe, foi cuidar da Alice até ela ser maior de idade.

A minha mãe acreditou bastante no pedido e sempre fez o possível e o impossível para cumprir.

- Eu só queria saber onde ela está. Só isso, minha filha. Aquela menina tá nas mãos daquele desgraçado e louco do Pedro, ele pode fazer mal pra ela assim como fez com você e eu não quero isso, meu Deus... - ela disse em meio de soluços, por conta do choro.

- Mamãe, olha pra mim. Não vai acontecer nada. Confie em Deus. Vamos ter fé. Por mais que a Alice fez isso comigo, o que eu posso fazer é apenas orar por ela. Vamos fazer isso? Fica calma. Vai dar tudo certo. - disse, e ela assentiu, me abraçando forte. Enxuguei suas lágrimas e ela deu um sorriso fraco. 

- Te amo minha filha. Te amo.. - ela disse, me abraçando mais forte.

- Te amo mamãe. Muito, muito.

Estávamos abraçadas até que vimos a porta abrir. Eram os agentes da Polícia e a delegada.

- Bom dia, Larissa e..

- Liliane. Sou mãe da Larissa. - minha mãe se apresentou.

- Prazer, dona Liliane. Sou a delegada Kátia, que está cuidando do caso da Larissa. Bom Larissa, viemos dar uma notícia. O seu ex namorado, acusado de espancamento, foi encontrado morto na Itália.

Na hora, minha ficha não caiu. Minha mãe me olhou assustada. O Pedro morreu? Como?

- Como assim? Na Itália? - perguntei, ainda em choque.

- Sim. Há indícios que ele tenha saído do Brasil com alguém. E esse alguém, aparenta ser sua prima. Acreditamos que ela tenha assassinado ele.

Comecei a chorar desesperadamente. A Alice teve coragem de matar alguém. Ela matou o Pedro. Só pode ter sido ela. A única pessoa que estava com ele e a única que ele conhecia na Itália.

- Mas.. mas.. Como sabem disso? - minha mãe perguntou, com as mãos trêmulas. 

- Imagens de segurança do aeroporto indicam os dois. Vejam. A polícia federal está indo a caminho da Itália para apurar os fatos e trazer ao Brasil.  -   Kátia disse, mostrando uma imagem no computador que indicavam Alice e Pedro. Era ela. Ela que matou. Eu tenho certeza.

- Tudo bem. Obrigada. - disse, ainda assustada.

- Qualquer informação, viremos aqui.

Eles se retiraram e minha mãe me abraçou forte, chorando muito. Me doía saber que minha mãe passaria por uma coisa dessas. Saber que a menina que a minha mãe deu um lar, uma família, matou alguém.

Victor

Fui na gravadora resolver umas coisas e voltei para o hospital encontrando Larissa com uma feição triste.

- Oi meu amor. Aconteceu algo? - perguntei, dando um selinho em seus lábios. 

- Oi, anjinho. Senta, preciso falar com você. - ela disse, com a voz meio falhada. Me sentei, aguardando que ela falasse.

- O..  Pedro foi encontrado morto na Itália. Ele viajou com a Alice pra lá, e ela matou ele.

Não acreditei na hora no que ela disse. Aquela menina além de surtada, pervertida, era psicopata?

- Como, como assim? Meu Deus do céu... - disse, impactado.

- A polícia veio aqui mais cedo. Na hora que minha mãe esteve aqui. Ela está despedaçada, amor. Não consegue acreditar no que aconteceu, e nem eu. Eu não acredito que ela teve coragem..

Ela começou a chorar e eu a abracei, beijando sua cabeça.  Passei a mão em seus cabelos, e ela beijou meu ombro.

- Fica calma. Eu não acredito no que essa menina fez, mas eu só sei de uma coisa. Deus sabe de todas as coisas. E se ela realmente matou o Pedro, ela vai pagar pelo o que fez. De alguma forma. Vai ficar tudo bem, Eu prometo. Vamos ter fé, que vai ficar tudo bem.. - disse e ela assentiu, beijando meus lábios com um beijo carinhoso.

- Te amo. - sussurrou, e eu sussurrei o mesmo.

Eu tentava a acalmar e imaginava o desespero da mãe de Larissa. Eu imaginava em como e o que aconteceria com ela, e eu só esperava que ficasse tudo bem.

Pouco tempo depois, Larissa acabou dormindo em meu ombro. Coloquei sua cabeça devagar na cama, e manti nossas mãos entrelaçadas, assim como tínhamos feito antes de ela dormir.

Eu esperava que ficasse tudo bem.  Esperava, porque não sabia se isso realmente aconteceria.

eu tão sensível
escrevendo, de eles estarem vivendo um momento tão difícil desse..
e vocês? chorando muito?
pq eu, jesus na causa

olhos castanhos • vitão | concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora