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(Vocês sabem que a Emma é negra, não é? Acho que muitos não sabem, então queria deixar claro que especifiquei isso em uns dois ou três capítulos. É claro que todos podem imaginar ela como quiserem, eu sou a prova de que característica física, quando tô lendo um livro, raramente fica na minha cabeça, a descrição do personagem se transforma numa completamente diferente e aleatória. Mas pra quem não sabe, eu me inspirei na atriz Alisha Boe, a Jessica de 13 Reasons Why e que também participou do clipe de Lost in Japan do Shawn Mendes, ela é a minha Emma. Enfim, boa leitura ❤️)

































Você realmente me conhece
A futura e a velha eu
Todos os labirintos e a loucura da minha mente
Você realmente me ama
Você me conhece e me ama
E é o tipo de coisa que eu sempre esperei encontrar













Emma












O grupo de apoio tem sido uma ajuda e tanta para mim. Confesso que já faltei a maioria dos dias, mas voltei a frequentar diariamente e estou ansiosa para saber como serão as próximas reuniões. Não sei se posso chamar de reunião, mas é o que eu tenho em mente no momento, quero dizer, é um grupo para falarmos sobre o nosso transtorno, contar o que houve durante a semana e comentar sobre a história do outro. É definitivamente uma reunião.

Ser uma pessoa muito lógica é algo extremamente entendiante. Theo chega em mim e tenta me encher com possíveis soluções e não me fazer me sentir estranha por ser deste jeito. Também tem o fato de Dahyun jurar que positividade melhora absolutamente tudo. Eu, francamente, sei que essas soluções são apenas meros remédios para fazerem seres humanos não se matarem, mas de qualquer forma eles vão morrer. Eu me sinto apenas um animal que veio para o mundo no objetivo de procriar, não importa o quanto eu sofra, ou quão sonhadora eu seja... no fundo eu sou apenas um animal racional que vai morrer como qualquer outro.

Metade de mim quer sim uma melhora, mas a outra metade sabe que... não vai adiantar. Acho que não passo dos vinte e cinco anos. Nesse caso, está tudo bem, eu já aceitei meu fim. Eu sei que no final eu vou tirar a minha vida. Sinto que não será um acidente, uma doença, velhice, alguém... sinto que vai ser eu, somente alguém farto de tudo.

Se o inferno existe mesmo e tudo que estiver na Bíblia for verdade, provavelmente, eu já tenha meu lugar reservado no inferno. O que é péssimo, pois eu teria que sofrer para garantir meu lugar no céu? Eu não quero sofrer, estou cansada de sofrer.

Mas é claro que eu não vou falar isso no grupo de apoio.

— Apesar de tudo, eu sinto que posso melhorar — eu disse e Theo sorriu para mim.

Menti. Não sinto isso, mas estou empurrando com a barriga, como eu disse, eu sei que não passo dos vinte e cinco, talvez nem dos vinte. Queria não ter os pés no chão, ser sonhadora o suficiente para fazer as pessoas rirem de mim. Deve ser surreal a sensação de ter esperança em alguma coisa.

Taehyung tem.

Ele acredita em tudo, é simplesmente adorável. Mesmo com tudo que acontece em sua vida, aos prantos ele diz ter esperança. E se não houver hoje, ele vai ter amanhã. Queria ser como ele.

Conforme as outras pessoas foram contando sobre elas, eu apenas as escutei com atenção e tentei não reclamar quando elas falavam de escolhas burras e momentos de pura falta de vergonha na cara. Até tentei dar conselhos, mas um dos meus colegas de grupo simplesmente ignorou. Fiquei calada durante o restante e quando acabou, me levantei para ir conversar com Theo.

Pinte a sua dor | kth [CONCLUÍDA] Where stories live. Discover now