Bruno se infiltrou em meio aos dois zagueiros, e esperou a bola que vinha por cima. Ele ergueu a perna direita o suficiente para dominá-la. E, prevendo que o chute deveria ser imediato, juntou força suficiente para desferi-lo, mirando instintivamente o canto da trave.
O goleiro se jogou na direção da bola, esticando as luvas para pegá-la. No entanto, a bola não só estava rápida e forte, como também quicou uma vez na frente do homem, tirando sua referência.
- GOOOOOOOOOOOOOL. – A torcida urrou.
Bruno correu na direção da nação rubro-negra. Seus colegas o seguiram, jogando-se em cima dele, em abraços suados e emocionados. Logo depois que os amigos o felicitaram, Bruno fez a comemoração que caracterizava seu nome.
Enquanto bufava, colocou os dois indicadores ao lado da testa, e com a chuteira ciscou o gramado verde natural, simulando o touro que era, assim como sua camisa exibia: Bruno Toro. Guilherme imitou um toureiro, balançando um lenço imaginário na frente dele.
Era o gol da vitória, faltando dez minutos para terminar o segundo tempo. A torcida berrava o hino do Flamengo a pleno pulmões.
Mas ainda tinha jogo.
E quando a partida recomeçou, Bruno já estava jogado a exaustão. Caiu duas vezes quando a cãibra o atingiu. Os músculos dormentes das coxas insistiam em pesar. Mas ele não desistiria. Sustentaria até o fim se preciso.
Ele retornou para marcar os zagueiros, mas um deles conseguiu ser mais rápido. Bruno esticou a perna novamente, mas dessa vez, para impedir que o homem continuasse a jogada.
Não conseguiu.
O bico de sua chuteira resvalou na lateral da bola logo depois de ralar na canela do homem. O adversário caiu no chão. Não antes de gritar e fazer uma bela cena para o juiz conceder a falta e aplicar um cartão amarelo à Bruno.
O que não seria problema, já que faltas táticas eram um instrumento importante para parar o adversário. O problema foi a dor que despontou acima da coxa direita.
- Merda! – Bruno blasfemou enquanto tombava no chão e segurava a virilha.
A dor veio aguda, e ele precisou se contorcer para aguentar. O juiz foi verificar a veracidade do seu tombo. Ele tentou dizer alguma coisa, porém tudo o que conseguiu foi xingar entredentes.
A equipe médica chegou com um carrinho, colocando-o em cima da maca e levando-o para fora do campo. Pelo gesto do treinador, iria ser substituído. Tentou contrariar o professor, no entanto, quando fez menção de se levantar, pisou em falso e caiu do lado do carrinho. A dor piorou dez vezes mais.
- RAFAEEEEL! – Ricardo, o treinador, chamou o reserva. Em um segundo, Rafa estava ao lado do professor, observando a prancheta que expunha a disposição tática do time. – Vai entrar entre o Dodô e Farley. – Ricardo coordenou, apontando a linha de três que seria a zaga.
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Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em Jogo
RomanceBruno Toro é um jogador, não só de futebol, mas da vida. Pra ele, a única coisa que merece importância é o seu trabalho, e o que resta de sua família. E bem...Mulheres. Mas, isso a carreira e a fama lhe davam de bandeja. No auge de sua carreira, tud...