Capítulo 3 - Bruno

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- Serena! Acorda!

Bruno a balançou efusivamente. Mas ela não estava dormindo, estava desmaiada.Ele bufou e socou a almofada que estava ao lado dela. A virilha contundida ficaria muito mais fudida, mas que se dane. Não poderia deixar a mulher assim.

Ela a pegou no colo, e se surpreendeu em como Serena era leve e pequena. Enquanto saia pela porta da frente mancando com ela nos braços, olhou para sua sala toda vomitada e blasfemou uma última vez.

Mesmo morto seu irmão ainda continuava dando trabalho.

Ele a colocou deitada no banco de trás e se sentou no banco do motorista. Partiu cantando pneu. Enquanto saia às pressas do condomínio, ligou para sua governanta novamente e pediu ajuda na limpeza. O jantar estava oficialmente cancelado. 

Bruno mal sabia o que fazer. Sentia raiva da mãe e de Henrique. Sentia desespero pela mulher no banco de trás.

Ele a olhou por cima do ombro quando parou no semáforo. Mesmo inerte, a expressão ainda continuava serena. A face um pouco molhada devida as lágrimas que escorreram.

Ele tirou o celular do bolso e discou o número da mãe.

- Ai meu filho, por favor não brigue comigo! Eu não podia deixar ela lá no sul, sozinha! Henrique não faria isso...

-Mãe. – Ele falou calmamente enquanto contornava uma esquina e entrava no estacionamento do hospital.

- Ela está grávida! Meu deus! Vou ter um neto, e...e ... Henrique nem está aqui.. – Dona Izabel era um matraca aos berros e lágrimas.

- Mãe! – Ele berrou no telefone.

- O quê? O que foi?!

- Eu sei... depois vamos conversar sobre isso, tá bom? Agora preciso que venha me encontrar aqui no Hospital. Vou mandar o endereço por mensagem.

- Quê? Por que? Bruno, é o seu machucado, não é?! Eu sabia...

- Não mãe, não é isso. A mulher que a senhora mandou para minha casa está desmaiada no banco de trás. Então, por favor, venha ficar com ela. Pede para a Bia te trazer.

- Ai meu Deus! É o bebê?!...

Bruno desligou na cara de sua mãe e respirou fundo por alguns segundos. Depois, determinado, saiu com dificuldade do carro e foi até o banco traseiro pegar a mulher. Ele a aninhou nos braços e marchou para dentro do hospital.

Chegando na recepção, pediu por ajuda. Rapidamente uma mulher de meia idade foi ao seu socorro, trazendo uma maca com rodinhas. Um grupo de pessoas veio ajudá-lo. Varias mãos tiraram Serena dele, a colocando deitada na maca.

- O que houve?! – A enfermeira perguntou com uma prancheta na mão. Aturdido pela pergunta, ele piscou algumas vezes.

- Bem... Como vou saber? Ela está gravida, e desmaiou. Eu não sei o que é...- Dois enfermeiros começaram a empurrar a maca de Serena para longe dele enquanto ele ainda falava com a enfermeira. –Espera! Para onde vão levá-la?!

- Vamos examiná-la, senhor. – A enfermeira disse enquanto já acompanhava os homens que empurravam a maca de Serena. Bruno mancou rápido atrás dela. – O senhor é o pai? Ele parou por algum momento no meio do corredor. A enfermeira parou e olhou novamente para ele. – Ei... O senhor é tão parecido com aquele jogador do flamengo... Qual é o nome mesmo, Geraldo?! - Ela perguntou para o maqueiro que parou de empurrar a maca para inspecionar Bruno.

- Maria... É ele mesmo! Bruno Toro! – O cara berrou, largando a maca de Serena. Bruno olhou em volta, a procura de outro fã ensandecido. O outro senhor que empurrava foi obrigado a parar – Cara, meu filho é seu fã! Eu preciso pegar o seu autógrafo! Bruno olhou preocupado para Serena.

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora