Capítulo 23 - Serena

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- Então, o que achou? – Renato indicou com o queixo o ambiente de pouca luz e som alto.

Estavam em um barzinho cool, com mesas e cadeiras coloridas de madeira, música ao vivo, e gente risonha, entretidas com suas companhias.

- Parece divertido. – Sorriu.

- Espere para ver a torre de batata que servem aqui, esse divertido vai se tornar delicioso. – Ele balançou as sobrancelhas sugestivamente. 

Ela riu, tentando entrar na vibe dele, mas os seus olhos retornaram para o próprio celular, à procura de alguma mensagem de uma pessoa específica.

Depois que dissera que ia jantar com Renato, Bruno sumira. Parecera ter ficado incomodado, e pra ser sincera, até ela estava começando a achar errado estar ali enquanto desejava estar ao lado de outra pessoa. 

Serena franziu o cenho, decepcionada.

- O que foi? – Renato perguntou.

- Nada! Vamos lá.

Eles se sentaram em uma mesa pra dois, colocando em dia as últimas novidades.

Era o primeiro dia dele no Rio depois do churrasco na casa de Bruno. Renato, ainda que carioca, morava atualmente em Porto Alegre, para ficar mais perto do clube em que há seis meses jogava, o grêmio. A cada quinzena ou quando possível, retornava para o Rio de Janeiro, a fim de visitar sua família que morava nas areias cariocas.

Tinha 26 anos e era divorciado, embora se mostrasse esperançoso com o amor. Gostava de futebol, luta e mulheres – como Bruno -. Tinha acabado de fazer mais uma tatuagem no antebraço, onde agora um coração tribal estava revestido em papel plástico. 

Apesar de ser o primeiro dia da curta estadia dele, não era a primeira vez que se falavam. Renato se fizera presente em suas redes sociais, se mostrando um ótimo amigo. Era tão prestativo e dedicado que até havia se oferecido pra pegar o restante das roupas dela que ainda restavam na casa que morava com Hector, em Florianópolis.

E era lindo. Estava com uma camisa de botão vermelha quadriculada, com as mangas dobradas na altura dos cotovelos. Os cabelos castanhos estavam penteados para trás, e os olhos claros a miravam com expectativa.

A pele bronzeada dele tomou um tom brilhante, iluminada pela meia luz da luminária industrial posicionada em cima da mesa.

- Como ficou esses dias? – perguntou, se arqueando na direção dela.

- Ah, fiquei bem. E você?

- Também. Senti saudade disso tudo. - Um sorriso torto se formou nos lábios, adornados por uma barba rala. – E de você.

Serena sentiu as bochechas queimarem. Estava envergonhada. E não era porque compartilhava do mesmo sentimento dele. 

Era porque não sentia o mesmo.

Um homem apareceu ao lado, salvando-a do tormento de elaborar uma reposta. Um incômodo que não passou despercebido por Renato.

- Já fazia um tempo que não te via por aqui, Renatinho.

- E aí, cara?! – Renato levantou, cumprimentando o homem uniformizado com um abraço e tapinhas nas costas. – Como vocês estão?

- Bem, mano. Tudo na mesma. Só a chefona que está soltando fogo pelas ventas. – ele se virou pra Serena. Os olhos amistosos com piercing nas extremidades a observaram. – Prazer, Fernando.

Ela sorriu, se apresentando rapidamente e o cumprimentando.

- E onde Rebeca está?- Renato perguntou. - Depois vou trocar umas ideias com ela.

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoWhere stories live. Discover now