Capítulo 43 - Bruno

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Já haviam se passado três meses desde que Luna nascera. E dizer que sua vida ia de mal a pior, era apelido.

Sua carreira fora resumida a entrar nos últimos dez minutos do segundo tempo. Claro, quando o time estava perdendo e o treinador queria arriscar colocando ele, um jogador infrutífero que contava com a sorte de balançar as redes.

Seu relacionamento com Serena? Rumpf. Que relacionamento?!

Sua única desculpa para conseguir vê-la, eram as visitas recorrentes à Luna e a gata. Que, a propósito, não era problema algum. Essas últimas duas haviam se tornado os únicos motivos que iluminavam sua vida.

E para ser sincero, pelo menos nessa coisa de estar presente e ser pai, ele mandava bem. Tão bem que, se sua carreira no futebol ruísse de vez, Diogo ironicamente havia proposto que ele se empregasse como babá. Porque aceitar a proposta de outros clubes que o levassem para a Europa, e principalmente, para longe delas, não era uma opção. 

Serena estava sempre por perto quando visitava Luna. Exatamente como agora, sentada no extremo oposto da sala, fingindo ler uma revista da Forbes, quando na verdade, ele sentia o peso do olhar dela sobre si.

Ele colocou Luna sentada, tirando um protesto dela por querer ficar em pé, e depois levou os olhos na direção da mãe, dizendo:

- Vai falar comigo ou vai continuar fingindo que está lendo?

Serena pigarreou e baixou a revista que estava à altura dos olhos. Mas ainda assim, ergueu o queixo e respondeu:

- Não tenho nada para dizer.

- E qual a razão para estar me encarando desde que cheguei?!

- Não estou fazendo isso.

Ele pendeu a cabeça, observando-a cravar os olhos nele.

- O que está fazendo, então?

- Eu estou...aí, Bruno! – Ela se levantou do sofá, alisando o vestido. - Para de me perturbar, ok?!

Bruno ergueu uma sobrancelha.

- Serena, não perturbando você. Apenas fiz uma pergunta.

Ela esfregou o rosto e suspirou. Por alguns segundos, os dois ficaram se olhando. O ambiente do quarto ficou denso, quase palpável.

Não se olhavam assim desde....

Bruno inspirou fundo, uma tristeza grande se impregnando dentro do peito. Ele abriu a boca para comentar, mas ela se antecipou, tirando as palavras da sua mente:

- Quando foi que chegamos a esse ponto?!

Era uma pergunta retórica, daquelas que sabemos a reposta, e ainda assim ficamos em silêncio. Com medo de que a verdade nos enterre em um limbo maior que a omissão.

Serena insistiu:

- E por que?!

- Tem certeza que não sabe?! - devolveu. Serena pressionou os lábios em reposta. - Chegamos a esse ponto quando paramos de conversar e de sermos sinceros um com o outro.

- Lá vem você com isso novamente...

- Serena, é verdade. Já se passaram três meses que tivemos uma espécie de briga e ''parece'' que nos separamos... e eu nem ao menos sei o motivo ou o que somos agora. 

Ela cruzou os braços e sorriu ironicamente.

- Está vendo?! Por isso é que não dá pra ser sincera. Você está mentindo na minha cara de novo. 

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoWhere stories live. Discover now