Sentada em cima da bancada, Serena estava linda.
Os lábios avermelhados se encontravam entreabertos, como se não acreditasse em tudo o que ele havia dito. Os fios cor de ouro formavam ondulações ao redor do rosto, emoldurando ainda mais a beleza. E os olhos...
Puta que pariu.
As pigmentações azuis e verdes o observavam atônitos, completamente perdidos. Do mesmo jeito que ele se encontrava.
O vestido que ia até as coxas agora estava embolado perto do quadril, revelando a calcinha vermelha.
Bruno apertou os olhos, custando acreditar que a parte mais escura do tecido significava que Serena estava molhada. Seu pau pulsou dolorosamente, lembrando-o de que estava tão pronto quanto ela.
- Droga. – blasfemou, perpassando os dedos pelos cabelos enquanto ia a passos rápidos para o quarto.
Bruno deitou na cama, desejando desaparecer sob o colchão.
A imagem deliciosa de Serena rebobinava infinitas vezes na sua cabeça, como um sonho que jamais poderia ser realizado.
Estava sendo castigado, e sua punição pelas escolhas erradas durante toda a vida era essa: estar ao lado da mulher mais doce do mundo, e não poder tê-la.
Serena era uma flor. E como tal, ser cortada sem ser replantada, significaria que murcharia até a morte. Ele era o ser humano inconsequente, que sem observar os cuidados necessários, estava prestes a sucumbir ao desejo de ter para si algo que não poderia ser de ninguém. Só da natureza.
Bruno precisava seguir o conselho de Bia: entender o que sentia e escolher o que queria.
O problema? Não fazia ideia do que estava sentindo. Talvez porque não conseguisse enxergar outra coisa, senão o desejo. Talvez porque o sentimento dessa vez era inédito, algo nunca antes experimentado por ele.
De toda forma, não poderia sucumbir sem entender o que estava acontecendo.
Porém, lutava contra o tempo. A cada segundo que passava, o tic tac o espremia a fim de tomar decisões. Se você não faz a escolha, alguém escolhe por você. E ele estava arriscando colher algo que não teria plantado.
Fechou os olhos, rolando para o outro lado. Era só concentrar e entender. Não devia ser tão difícil.
Respira, Bruno. Só respira...
O perfume floral impregnado na fronha voou até sua narina, trazendo a imagem de Serena novamente. Ele resmungou, tentando ignorar a mente que o apresentava um leque de perguntas mais urgentes.
Onde ela estaria agora? Dormiria sozinha? Na verdade, conseguiria ele dormir sozinho?
Praguejou mentalmente, se levantando da cama a contragosto com seu travesseiro debaixo do braço.
Bruno saiu, passando pela sala e cozinha para procurá-la.
Ninguém. Nem sinal da gata, também.
Ele girou nos calcanhares, seguindo para o quarto dela.
- Serena?
Adentrou o cômodo com a porta entreaberta. O ambiente estava escuro, somente com a luz bruxuleante do abajur ao lado da cama acesa.
A gata estava recolhida em cima do cobertor, e Serena... os olhos dele escorregaram pelo quarto, encontrando-a sentada no parapeito da janela aberta.
Ela estava de perfil, e tinha os olhos fechados e os ouvidos tampados por fones. Sua cabeça erguida balançava em um ritmo imaginário e lento.
Bruno ficou observando os detalhes dela à meia sombra.
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Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em Jogo
RomanceBruno Toro é um jogador, não só de futebol, mas da vida. Pra ele, a única coisa que merece importância é o seu trabalho, e o que resta de sua família. E bem...Mulheres. Mas, isso a carreira e a fama lhe davam de bandeja. No auge de sua carreira, tud...