Capítulo 5 - Bruno

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- Minha gata.

Bruno a olhava boquiaberto, como se não tivesse entendido muito bem como uma gata poderia ter um nome tão feio. 

- Sua gata se chama Chicória Maria.... – Bruno murmurou mais para si do que para ela. Porém, logo depois, ele negou com a cabeça, tanto pela exigência quanto pelo nome. – Nem pensar.

- Bruno... – Serena suplicou.

- Não. Sou alérgico à gatos, além de que eles trazem doenças, fogem para a casa dos vizinhos...

- Então eu não vou. – Serena bateu o pé, decidida.

Meia hora depois estavam os dois no carro. As mãos de Bruno apertavam tão forte o volante que os nós dos dedos estavam brancos.

- Onde a gata está? – Perguntou entre dentes.

- Eu a deixei em um hotel para gatos e cachorros.

Bruno deu partida no carro enquanto a olhava de esguelha. Um sorriso satisfeito estava estampado na boca de Serena. Ele respirou fundo e resolveu fingir que não viu.

Por deus.

Talvez ele nunca tivesse tido um dia tão estranho. Em uma hora estava tudo bem, na outra, estava correndo para o hospital com uma mulher desconhecida que supostamente esperava um bebê de seu irmão morto.

Se tudo aquilo não passasse de uma mentira ou um pesadelo ele não se surpreenderia.

Dava para ver que Serena estava com os olhos fixos do lado de fora, observando as paisagens que perpassavam por eles, com a cabeça imersa em pensamentos, bem como a dele, amontoada de preocupações. Bruno achava que sua atenção estaria no campeonato ou na mulher que deveria estar o esperando.Mas não... 

Puta merda, se Henrique estivesse ali Bruno podia jurar que o mataria novamente.

Eles estavam dando uma volta e tanto no Rio de Janeiro. A própria Serena derrotada pelo cansaço, estava aninhada ao seu lado, a cabeça pendendo do cinto de segurança. Ele parou em frente a um prédio e quando pensou em acordá-la, ela despertou sonolenta.

- Chegamos no endereço que você me deu. – Bruno explicou. Sem nada dizer, Serena massageou as pálpebras. Ela estava visivelmente cansada. Ele respirou fundo. – Me dê a nota. – ele a intimou. Serena apertou os olhos adequando-os a claridade.

- Eu ainda não paguei... – Serena murmurou grogue enquanto tateava a bolsa no colo.Sem esperar, Bruno saiu do carro e bateu a porta. 

Ele entrou no hotel quase às meia noite. Pelo menos ela escolhera um local 24h. A atendente tomou um susto quando percebeu que alguém entrou. Ele abaixou ainda mais o boné.

- Boa noite. – Ele cumprimentou. – Vim buscar um gato.

- Ok. Qual o nome dele.

- Chicória... – Se sentiu ridículo pronunciando novamente aquele nome. A atendente pareceu segurar uma risada.

- É fêmea ou macho?

Ele parou um pouco para tentar se lembrar.

- O nome é Chicória Maria... Acho que é Fêmea. Está no nome de Serena.

- Ah, nos lembramos da Sra. Serena e sua gata. Só um instante por favor. – A mulher desapareceu dentro do prédio, voltando depois com uma caixa de transporte de gato. Dentro, uma gata cinza deitada o encarava com os olhos azuis enquanto o rabo peludo balançava lentamente.

A mulher colocou a gata em cima do balcão enquanto ele quitava o que devia. A gata não tirou os olhos dele um minuto, como se estivesse o sondando. Depois que Bruno terminou, pegou a caixa e voltou para o carro.

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoWhere stories live. Discover now