Cap.7 Especial feníxia e os elementos de Vénus

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Tudo começou quando Feníxia soube da verdade em torno da sua progenitora, quando ela deu as costas ao seu pai e se retirou do seu aposento, quando ela decidiu que não seria novamente humilhada por ninguém. Foi nesse momento que começou o desejo desenfreado de Feníxia pelo poder elementar.

O pouco que ela sabia dos elementos, ouviu de Shauna. Apesar da rainha de Koblák nunca ter alcançado a forma elementar, ela dominava apenas um dos quatro elementos de vénus o ar. A princesa estava convicta de que ouvira algum dia Shauna falando do templo de vénus, então é para lá que ela devia seguir. Entretanto ninguém sabia da existência do templo, muito menos da sua localização, ninguém excepto o seu pai.

***

Respirei fundo enquanto fechava os olhos sentindo a suave e pura brisa entrando pela minha janela e bater em minha face, já era de tarde e eu havia revirado todos cantos desse castelo, não encontrava nenhuma informação útil, se pelo menos Shauna estivesse viva, ela diria com certeza onde fica esse templo. Não me restavam opções a não ser perguntar ao meu pai.

Caminhei solenemente pelo corredor repleto de guerreiros, por mais que eu já não gostasse da ideia, eu ainda sou a princesa, então era natural que todos temessem olhar directamente para mim. Quando finalmente cheguei a gigantesca porta ao fim do corredor, empurrei-a fazendo com que todos presentes na sala olhassem-me incrédulos, ignorei todos os olhares e continuei caminhado em direcção ao rei.

— Vejam se não é a minha filha. — Proferiu Zac, aparentemente alegre sentado em seu trono.

Antes que pudesse esboçar qualquer reacção, o rei levantou do seu trono, e desceu os três degraus que nos separavam. Chegando a minha presença sussurrou:
— Feníxia, achei que tivesse deixado claro, você só continua nesse castelo porque Shauna assim quis, e não me agrada em nada ver essa sua prepotência.

   — Diga-me como chegar ao templo de Vénus, e o senhor não me verá por algum tempo. Falei e no mesmo instante o rei colocou-se a rir.

— Feníxia não me faças rir. — Disse voltando para o seu trono. — Você realmente acha que pode se tornar uma elementar? — Concluiu.

Por mais que eu tivesse vontade de gritar: “cale-se”, eu tinha de suportar as suas provocações, ele é o único que sabia a localização do templo.

— O senhor me dirá onde fica o templo ou não? — Perguntei.

Olhando para o escriba que estava ao seu lado, Zac consentiu abandando a cabeça, e o escriba trouce-mo mapa. Analisei-o com calma e fiquei surpreendida com o que avistara.

— Esse mapa é do reino. — Proferi ainda confusa.

— Isso porque o templo está aqui em Koblák. — Respondeu Zac.

  Saí da sala do trono, ainda estava surpreendida com facto do templo estar aqui no reino. Fui seguindo as indicações do mapa, caminhei nove vezes pelos mesmos corredores do castelo que estavam sem nenhum guerreiro. Parecia inútil. “Vou caminhar só mais uma vez” pensei seguindo novamente os corredores, decima volta e nada de anormal aconteceu.

” — Não acredito que o meu pai tenha feito isso comigo.  Ele me enganou.” — Gritava tentando rasgar o mapa. “— Ele deve estar lá, sentado em seu trono, achando engraçado ter me dado um mapa que somente me faria andar as voltas.” — Falei me deixando ainda mais furiosa, continuei tentando rasgar o mapa que com certeza não era feito de papel comum, na tentativa de me ver livre do mesmo lancei-o ao chão, e ele caio ao contrario, me permitindo ver algo que antes eu não avistara:

《 Pelos corredores de Koblák, pacientemente doze voltas farás, e um novo mundo em sua frente aparecerá .》

Peguei o mapa do chão, e caminhei pela decima primeira vez. Foi sinistro, porém espantoso, quando dei a décima segunda volta, não mais avistei nenhum corredor, todo reino de Koblak simplesmente desaparecera.

Estava em um outro universo, colorido e cheio de brilho, uma estreita e enroxada passarela surgiu em minha frente, um passo em falso seria suficiente para que eu caísse no intenso fogo que se fazia sentir por baixo da passarela, olhando para cima ficava espantada, podia ver as aguas do mar passando, na verdade é como se eu estivesse por cima do fogo e por baixo do mar.

Ainda apreciando a beleza daquele lugar, fui caminhando sutilmente até ao incandescente templo ao fim do estreito caminho enroxado, chegando, subi os inúmeros degraus até a enorme porta feita de rocha, que foi repentinamente aberta por uma força invisível. Por dentro do templo, era impossível vislumbrar o que quer que fosse, e antes que eu pudesse assimilar o que estava acontecendo, uma voz fina e doce surgira:

— Bem-vinda Feníxia. — Proferiu a voz.

Ainda imóvel em meio a obscuridade que pairava pelo templo, olhava para todos os lados com o intuito de identificar de onde surgira a voz.

— Quem é você? Onde você está? Exijo que você apareça. — Exasperei continuando a olhar as voltas.

— Exige? Ai não me faças rir. Engraçado você ter vindo até ao meu templo e exigir saber quem sou, e se quiser saber onde estou: — Estou em todo lado lado ado ado ado. — Gritou a voz e ecoou por todo templo.

— Então você é Ve…

— Cale-se. — Ordenou a voz me interrompendo. — Deixe que eu me apresento. — Concluiu fazendo com que toda obscuridade desaparecesse, todo templo ganhou brilho.
Era possível ver com claridade a dimensão daquele lugar, continha pedras espalhadas pelos cantos, possuía um altar com três formas humanas distintas: de fogo, água e rocha.

— Você não disse que apresentar-se-ia? — Perguntei caminhando em direção ao altar. E antes que eu chegasse, a voz fina e doce aparecera:

Eu sou fogo. —  pronunciou enquanto surgia uma intensa chama no centro do altar.  

Sou água. — Proferiu enquanto um anel de água se formava em volta do fogo.       

Sou rocha. — Falou e toda rocha que estava no templo, seguiu para o altar.      

Sou ar. — Disse a doce voz, fazendo com que o fogo, a água, e a rocha ficassem as voltas, e uma força invisível os levasse para o topo do templo. Os elementos transformaram-se em um só, originando uma exorbitante luz que ia ganhando uma forma humana, com rosto, traje, e cabelos de fogo.

A forma humana descia sutilmente, e antes que tocasse o chão, Proferiu:  — Eu sou Vénus, a elementar. Cuidadosamente colocou seus pés ao chão, e no mesmo instante foi lançado um pulso de energia, que afastou tudo ao seu redor, inclusive eu, fui projetada brutalmente contra parede.

— Então você que é a causa da Shauna nunca ter atingido a forma elementar. — Falou Vénus sem se importar com facto de eu ter sido lançada contra parede.

— Porquê eu teria algo haver com a sua relação com a minha mãe. — Disse me levantado, por sorte nenhuma pedra veio contra mim.

— Sua mãe? Achei que Zac tivesse deixado tudo bem claro para si. Feníxia, Feníxia, Feníxia.  — Proferiu caminhando em minha direção. — Entenda bem o que vou dizer: O poder elementar é atingido pela frieza de um coração puro, e Shauna nunca conseguiu deixar seu coração totalmente frio, pelo amor que ela sentia por você, pensando bem, foi por isso que ela partiu.

— E como você sabe que ela, ela, ela…

— Que ela deu a vida pela sua? — Falou me interrompendo e colocando suas mãos quentes em meu rosto. — Olha a sua volta, esse é o meu templo, eu sou uma elementar, eu sei de tudo e de todos acontecimentos de toda Sérvia. — Concluiu.

— Então porquê você nunca sai daqui? Você é tão soberba, não é? Então porquê não mostra a toda sérvia a sua imensa majestade e poder. Porquê que o único nome que consta nos livros antigos de magia, é da Renekton. Em que parte da história você entra?  — Exasperei tirando a sua mão quente do meu rosto.

— Quantas perguntas. — Rebateu. — O mago negro não incluiu curiosa como umas das suas características. — Proferiu caminhando em direção a saída do templo.

— Mago negro? Eu achava que somente existiam os magos supremos.

— Você não sabe nem da metade da historia, no momento certo eu irei contar-te o necessário. Agora vamos, você veio aqui para se tornar uma elementar ou não?

EVELYN o fruto dos bosques Where stories live. Discover now