1.1 Nem tudo é como a gente quer

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Lili

Hoje Cole saiu cedo para resolver umas coisas pendentes no banco, e eu aproveito para tirar a manhã com minha pequena Anna. Não tenho dado a atenção devida a ela dês de que Cole voltou, e me sinto péssima.

Observo enquanto ela chupa sua chupeta rosa em meu colo, e me pego pensando em como essa pequena coisinha linda e delicada pode sair de dentro de mim. Parece brincadeira, mas mesmo depois de 5 meses, não caiu a minha ficha ainda que eu, Lili Reinhart aos meus 23 anos, tenho uma filha.

Eu realmente não planejava ser mãe assim tão cedo, na verdade, eu definitivamente não planejava ser mãe nunca, e hoje não me vejo sem está coisinha fofa de olhos azuis. Como as coisas podem mudar, do dia para a noite.

Eu queria ter tido Rihannon em outra época, onde eu estivesse bem de vida, tivesse dinheiro sobrando e uma casa enorme. Mas a vida decidiu me entregar o pacotinho antes que isso possa ser possível, e não me arrependo de nada.

Apesar das más atitudes que quase tomei quando descobri a gravidez de Anna, me considero uma boa mãe. Eu a amo tanto, a amo com cada fibra do meu ser, cada pedaço meu pertence a ela e me sinto a mulher mais feliz do mundo.

Quando olho pro relógio, ainda não passa das 9 da manhã e sinto o tédio tomando conta de mim. Decido então ir ao supermercado, já que é uma das tarefas que eu mais amo.

Dou um banho em Anna e coloco uma roupinha fresca nela, já que faz um sol de 26° lá fora. Não está tão quente, mas também não está frio. Coloco uma calça jeans clara e uma regata preta. Faço um rabo de cavalo em meu cabelo e coloco um tênis preto.

Após pegar as chaves do meu carro e a bolsa de Rihannon, desço com minha filha até o estacionamento e coloco Anna na cadeirinha, ela resmunga um pouquinho, mas logo já se acalma.

Ela é exatamente uma Sprouse.

Uma Sprouse. É engraçado pensar nisso, quer dizer, nem eu tenho oficialmente o nome de Cole ainda.

E do jeito que anda nossa vida, nem sei se terei.

A galeria tem me dado bastante lucro, e o Kendall está voltando a tona aos poucos. Fico feliz por estar conseguindo reerguer o clube após tanto caos.

Cole provavelmente voltará com suas funções na Muller, e creio que nossa vida financeira voltará ao normal aos poucos, ao que era antes.

Quando paro no estacionamento do mercado, confiro para ver se meus cartões estão aqui, e, após me certificar que sim, desço com Anna e minha bolsa.

Coloco minha pequena filha na cadeirinha do carrinho, e entro com ela no mercado. Os panfletos de promoções estão estampados em um balcão antes da entrada, e decido pegar um.

Quando entro no corredor de doces, fico me perguntando se devo ou não comprar alguns. Dês de que tive Anna, não levei minha dieta muito a sério, o que me deixou um pouco mais gordinha.

Minha cintura está bem mais larga e meu busto está mais cheio. Anna mudou completamente o meu corpo, mas de certo modo eu gosto mais dele assim.

Meus peitos continuam os mesmos, já que o leite materno que era pra mim estar dando para minha filha secou. Graças ao meu egoísmo e a minha teimosia, não posso amamentar minha Anna.

Pego três latas de leite ninho, já que lá em casa ainda tem uma fechada. Anna é uma criança com a imunidade extremamente baixa, o que a deixa vulnerável demais a certos tipos de doenças. Então procuro sempre alimentá-la bem.

Quando paro em um corredor de cremes, meus olhos se direcionam a um cicatrizante de estrias de embalagem rosa, que há em uma gondula acima dos cremes corporais.

Me aproximo, e fico apreensiva de comprar um deles. Ontem Cole viu como minha barriga ficou flácida e cheia de estrias depois da gravidez, e me senti extremamente insegura.

Apesar de ele te dito que estou linda mesmo com minhas marcas, sempre preservei muito o meu corpo, e até mesmo por isso não gostava da ideia de ter filhos. Então queria poder voltar com o corpo que eu tinha antes.

Aposto que Cole gostava muito mais dele antes.

Contudo, acabo pegando o creme e jogando no carrinho. Junto com alguns cremes corporais e uns sabonetes. Não gosto de comprar essas coisas no mercado, mas não estou com saco para dirigir até farmácia hoje.

Quando estou no corredor de verduras, me pego pensando em como eu preservava uma boa alimentação antes. Eu vomitava só de pensar em todos esses doces e chocolates que estão no meu carrinho, mas agora sinto que não posso mais viver sem eles.

Isso é culpa da ansiedade que eu senti nas últimas semanas de gravidez, e depois também. Eu ficava muito nervosa com tudo, e acabei encontrando na comida um refúgio. Então, sempre que ficava estressada demais - O que era quase sempre. -, eu comia muito.

Decido pegar algumas verduras, afinal sei que Cole gosta, e que eu preciso tomar vergonha na cara e voltar a comer bem. Enquanto estou pegando algumas cenouras, avisto Austin perto dos rabanetes, e nossos olhares se encontram.

Meu coração acelera ao ver a mulher que eu mais amo na vida, tão distante de mim, literalmente. Ela pisca algumas vezes, e desvia o olhar.

Eu viro de costas para colocar as cenouras no carrinho, torcendo para que isso seja apenas uma miragem. Mesmo sabendo que não é.

- Oi.. - A voz que soa tão familiar, e ao mesmo tempo tão desconhecida ecoa pelos meus ouvidos, em meio a tantas vozes no ambiente.

- Oi. - Digo me virando para Austin, que está com uma cesta cheia de frutas nós braços.

- Como você está? - Ela pergunta, sem jeito.

- Eu tô.. indo. - Digo, e sinto que meu peito dói. -. E você?

- É, eu também.

- É.. - Tem como o clima ficar mais estranho que isso?

- Como está Cole?

- Bem, é. Ele me perguntou de você.

- Jura?

- Sim.

- Eu pretendia mesmo ligar pra ele, mas estive ocupada com meus processos está semana.

- Eu sei, imagino que deve estar puxado.

- Está, sim. Mas isso não é desculpa. Manda um abraço pra ele, e diz que assim que as coisas se acalmarem, eu prometo que vou ligar.

- Pode deixar. - Eu afirmo, mesmo sabendo que essas coisas na qual ela está se referindo seja a nossa amizade.

Ela da um beijinho na testa de Anna e brinca com ela um pouquinho. Depois, se despede e diz que precisa voltar para casa, e meu peito grita para que eu peça pra ela ficar, e chore em seu peito, assim como eu fiz a minha vida toda.

Mas, infelizmente, nem tudo é como a gente quer.

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Climaun

BBFY - 2 Nada será como antes. ↬ sᴘʀᴏᴜsᴇʜᴀʀᴛWhere stories live. Discover now