Capítulo 12- Férias de Natal e brigas.

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Capítulo 12- Férias de Natal e brigas.

Harry não tinha uma idéia muito clara de como conseguira voltar ao porão da Dedosdemel, atravessar o túnel e sair mais uma vez no castelo. Só sabia que a viagem de volta parecia não ter demorado nada, e que ele mal se apercebera do que estava fazendo, porque sua cabeça continuava a latejar com a conversa que acabara de ouvir. Esther queria ir com ele, mas não podia, tinha que voltar com os outros, então fez Harry prometer que quando ele chegasse esperaria ela na salão comunal.

Por que ninguém lhe contara? Dumbledore, Hagrid, o Sr. Weasley, Cornélio Fudge... por que ninguém jamais mencionara o fato de que seus pais tinham morrido porque o melhor amigo deles os traíra?

Se perguntava Harry toda vez que pensava no que ouvirá nós três vassouras.
Rony e Hermione observaram Harry, muito nervoso, durante o jantar, sem sequer se atrever a conversar com ele sobre o que tinham ouvido, porque Percy estava sentado perto deles, só Esther que o abraçava de vez enquanto ou pedia por favor que ele comece alguma coisa, nem que fosse só um pouco.

Quando subiram para a concorrida sala comunal, foi para descobrir que Fred e Jorge tinham soltado meia dúzia de bombas de bosta num arroubo de animação de fim de trimestre. Harry, que não queria que os gêmeos lhe perguntassem se tinha chegado ou não a Hogsmeade, subiu sorrateira e silenciosamente para o dormitório vazio e foi direto ao seu armário de cabeceira.

Empurrou os livros para um lado e não demorou nada a encontrar o que estava procurando – o álbum de fotografias encadernado em couro que Hagrid lhe dera havia dois anos, repleto de fotos mágicas de seus pais. O garoto se sentou na cama, fechou o cortinado e começou a virar as páginas, procurando, até que...

Parou numa foto do dia do casamento dos pais. Lá estava seu pai acenando para ele, sorridente, os rebeldes cabelos negros que Harry herdará apontando para todas as direções. Lá estava sua mãe, radiante de felicidade, de braço dado com o seu pai. E lá... aquele devia ser ele. O padrinho... Harry jamais lhe dera atenção antes.

Se não tivesse sabido que era a mesma pessoa, jamais teria pensado que era Black naquela velha foto. Seu rosto não era encovado e macilento, mas bonito e risonho. Já estaria trabalhando para Voldemort quando a foto fora tirada? Já estaria planejando as mortes das duas pessoas ao seu lado? Saberia que ia enfrentar doze anos em Azkaban, doze anos que o tornariam irreconhecível?

Mas os dementadores não o afetam, pensou Harry, examinando atentamente aquele rosto bonito e risonho. Ele não tem que ouvir minha mãe gritando quando eles chegam muito perto...

Harry fechou com violência o álbum e, abaixando-se, guardou-o de novo no armário, tirou as vestes e os óculos e foi dormir, cuidando para que o cortinado o escondesse de todos.
A porta do dormitório se abriu.

-Harry? – chamou a voz de Rony, hesitante.

Mas Harry continuou quieto, fingindo que estava dormindo. Ouviu o amigo se retirar e virou de barriga para cima, os olhos muito abertos.
Um ódio que ele jamais conhecera começou a crescer dentro dele como veneno. Viu Black rindo-se dele no escuro, como se alguém tivesse colado a foto do álbum em seus olhos. Assistiu, como se estivesse vendo um filme, a Sirius Black explodir Pedro Pettigrew, (que lembrava Neville Longbottm), em mil pedaços. Ouviu (embora não tivesse a menor idéia do som que teria a voz de Black) um murmúrio baixo e excitado. "Aconteceu, meu Senhor... os Potter me escolheram para fiel do seu segredo..." E então ouviu outra voz, rindo-se histericamente, a mesma risada que Harry ouvia mentalmente sempre que os dementadores se aproximavam...

Do cando do quarto Esther andou até a cama de Harry, que estava em tão concentrado em seus pensamentos raivosos que nem a viu ou sentiu sua cama afundar perto dele, ele só a notou quando sentiu a mão da garota em sua testa.

Esthefanie Em O Outro Mundo.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant