chapter 38

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//millie\\

Acordei com o alarme do meu celular. Dessa vez tive que colocar, melhor do que o Finn ter que me acordar.
Levantei da cama e me espreguicei, e me olhei no espelho. Eu estava com o meu rosto mais inchado do que o normal, acho que eu chorei antes de dormir, sei lá. Eu tô me sentindo meio estranha desde ontem, lógico.
Meu tornozelo não tá doendo igual ontem, a dor tá quase imperceptível... ainda bem.

Depois que me troquei e tentei disfarçar minha expressão exausta com um pouco de maquiagem, deixei minha mochila pronta e abri minha porta. Fui pra cozinha e lógico, hoje não teve café da manhã pronto. Mas eu não iria cobrar, já que ontem descobri que o Finn sai com a Sadie, e ainda mentiu sobre isso. Uau, esse fato realmente foi escondido pra me proteger né.

Bufei e peguei umas torradas junto com requeijão. Sentei no balcão e comecei a comer, e ouvi barulho do Finn no sofá. Acho que ele já está pronto.
Enquanto eu comia, os mesmos pensamentos de ontem me atormentaram de novo. Por quê ele teve que esconder de mim? E em primeiro lugar, por que ele ficava com a Sadie? O que levou ele a ir atrás dela e me deixar pra trás, e ainda mentir tudo? E o pior de tudo, a Sadie me avisou. Ela me disse que eu era trouxa em acreditar que o Finn só ficava comigo, que ele tinha mudado por mim.
E realmente, é bem idiota da minha parte em pensar que eu consegui mudá-lo. Pois no final das contas, as pessoas não mudam, e o Finn me provou isso. Porque se ele tivesse mudado, ele não teria que ir atrás da Sadie, ele não teria que mentir pra mim e esconder tudo de mim e ainda enrolar pra me contar.
Se ele tem os mesmos sentimentos que eu tenho por ele, isso já não sei. Ontem, antes dele sair, eu vi o jeito que seus olhos estavam quase lacrimejando, e ouvi ele socando a parede enquanto tomava banho mais tarde. Mas isso não é justificativa pra o que ele fez. Ele me fez acreditar que ele sentia coisas por mim, pra depois eu descobrir que todo esse tempo ele ficava com a Sadie. E sabe-se lá quando que isso tudo começou.

Acabei de comer e arrumei tudo rápido, e fui pro meu quarto pra poder ir pro banheiro. Mas nas duas tentativas falhas de abrir a porta, lembrei que o idiota do Finn tinha emperrado a mesma. É bom ele consertar isso, porque eu tenho certeza que não consigo.
Suspirei e saí do meu quarto, dando a volta e entrando no quarto do Finn, assim chegando no banheiro. Escovei meus dentes rápido e depois de secar meu rosto e arrumar meu cabelo direito, eu tava pronta pra enfrentar mais uma manhã na faculdade. Saí do quarto do Finn e tive que voltar pro meu só pra pegar meu celular e minha mochila. Assim que peguei tudo, saí do meu quarto e vi o Finn parado no hall de entrada, encostando na parede. Ele tava com as mesmas roupas de sempre assim como eu, e ele tava olhando pra baixo enquanto uma de suas pernas balançava.

Ele me percebeu ali, parada o encarando e logo me olhou e senti um certo nervosismo nessa troca de olhares, que foi bem rápida, já que desviei o olhar antes que ele falasse alguma coisa. Ele olhou pra porta e apenas assenti e fui até ele, ficando um pouco longe enquanto ele destrancava a porta e abria a mesma. Ele passou e em seguida passei também, e assisti ele trancar a porta e colocar a chave no bolso da sua mochila.

Ele passou por mim sem me olhar e logo apertou o botão pro elevador abrir, e assim o mesmo abriu. Entramos e a porta fechou, e ficamos naquele silêncio, evitando contato físico e visual. Fiquei mexendo nos meus dedos enquanto eu rezava pro elevador ir logo, e pelo o que pude ver, o Finn apenas se olhava no espelho, enquanto arrumava seus cachos de um jeito meio nervoso.
Mas tudo isso aconteceu em rápidos minutos, que pareceriam uma eternidade. Assim que chegamos no estacionamento, fomos andando até o carro do Finn e entramos no mesmo.

Assim que ele saiu com o carro e chegamos nas ruas, eu tentei me distrair com a paisagem de sempre. Se eu me concentro nos meus pensamentos, eu choro. E dessa vez não é piada. Não posso deixar minhas dúvidas e paranóias tomarem conta, se não eu choro na frente dele.
Mas nas poucas vezes que eu olhava pra ele pelo canto do olho, vi que suas pernas tremiam um pouco e ele também batucava o volante com seus dedos de uma maneira rápida. Eu realmente espero que ele não esteja tendo uma crise agora.

xanny » fillie !Onde histórias criam vida. Descubra agora