22. um tapinha não dói

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esse capítulo é um dos acontecimentos do twitter que eu fiz acontecer aleatoriamente e acabou tendo um feedback muito bom do pessoal de lá e, por votação, acabou vindo pra cá também.

e se você ainda não criou vergonha na cara e não acompanha os personagens lá, eis um pedacinho do que você perde.
boa leitura!

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Segunda-feira. Desta vez, o dia estava calmo e silencioso. O trabalho pesado começou mais leve do que o esperado e, bem, Jungkook ainda esperava silencioso; mais do que antes.

Steve não estava mais ali e Jeon não podia negar que era uma tristeza e tanto não ter aquela companhia fixa de alguém que tanto amava e confiava. Sentindo-se sozinho e melancólico, tinha a companhia figurativa de sua música e uma garrafa de cerveja mais gelada que seu próprio coração. Quase fundindo com o sofá, sua mente estava no quão interessante tinha sido a faculdade hoje.

Uma amizade inesperada foi feita. Uma garota super aleatória da sessão de medicina da Universidade. A mulher quase formada e pronta para ser médica legista acabou criando um vínculo diferente com o moreno dos cabelos longos, aquele perdido e com o mapa em mãos. Acabaram ficando dois intervalos inteiros conversando sobre coisas aleatórias, conversando como amigos fiéis e já íntimos. Jeon decidiu não demonstrar seus problemas numa discussão com uma desconhecida e, bem, acabou fluindo super bem. Ela era divertida, não podia negar. E, pela primeira vez em anos, Jungkook conversou com uma garota por mais de quinze minutos e não trocou um beijo que fosse.

Fora uma manhã difícil quando ele decidiu ficar sozinho nos intervalos e acabou recebendo uma companhia um tanto inesperada de uma mulher perdida. Mesmo que ela já frequentasse o lugar há anos, havia se perdido dos amigos e deduziu que era simples encontrar um ponto vermelho no meio de tanta gente ㅡ como o cabelo de seu amigo era. Ela estava errada, afinal. Encontrar o amigo foi impossível, já que nem Jungkook tinha prestado a atenção. A fim de bater um papo, ela sentou ao lado dele e puxou assunto como se tivessem um grande vínculo a zelar.

Conversaram sobre tudo. Discutiram sobre as aulas, a comida, as pessoas que passavam, amizades que tinham em comum, a maneira insuportável que o proprietário falava ridiculamente lento em reuniões ㅡ Jeon não arriscou contar que conhecia ele, muito menos que era seu pai. Ela arriscou perguntar o motivo para Jeon estar tão cabisbaixo e sozinho, mas desistiu quando viu o desconforto que ele sentiu ao responder esse tipo de perguntar. Foi mais do que bom sentir-se menos sozinho numa situação de desespero, ainda mais com uma garota tão entusiasmada com tudo e todos; ela era de fato muito divertida, chegava a ser assustador.

Marriot, Lyrica Anderson invadia seus tímpanos, relembrando a ele que essa era a playlist que escutava sempre que sentia-se carente ou abalado, com vontade de transar ou até mesmo beijar na boca. Para saciar esse desejo de pura vontade de alguém, uma cerveja era o suficiente para fazê-lo respirar o ar puro que procurava há muito tempo. Não muito alto no celular ao lado, a música subia em ondas sonoras até às orelhas caídas de tédio e movimentava os lábios quase automaticamente, cantarolando de uma maneira que só ele escutava.

Nunca chegou a usar a playlist para transar com alguém. Já usou algumas vezes para criar um clima, claro. Mas quem disse que o clima rolou ou levou para algo? Sempre que o clima acontecia, ele não tinha tempo para parar e colocar uma música qualquer. Mas sempre tem uma primeira vez, não é?

He straight, I'm straight… ㅡ Jungkook cantarolou baixinho, fechando os olhos quando deu mais um gole. Parecia estar sozinho em casa mais uma vez, mas Jimin estava apenas alguns passos de distância do local em que se encontrava.

ROOMMATES ᨞ jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora