33. o barulhento fundo do poço

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vão ler além das ondas e eu digo o que eu penso sobre vocês

boa leitura!
#SóUmaSentadinha 🍓☀️

Pela primeira vez em meses, Jungkook não estava em casa naquele sábado de manhã.

As coisas não andavam muito agradáveis na tal casa ocupada pelas duas mentes barulhentas e vazias na mesma questão de intensidade. Sorrisos pouco trocados, abraços pouco intencionais, palavras ligeiramente esquecidas e carícias não mais convidativas, facilmente forçadas. O turbilhão de sentimentos negativos dentro do ambiente dava àqueles dois a definitiva sensação que tudo estava acabado. Motivos para isso eram difíceis de serem analisados, mas era evidente que, enfim, Jungkook estava pensativo mais uma vez.

Melancólico como ele ainda estava para nascer, sem dúvidas.

As questões bastante intensas ainda não tratadas entre os dois tornava tudo mais complicado, talvez a sensação quebradiça de conforto finalmente estava despedaçada no chão, estilhaçado feito vidro. Tornando tudo ainda mais difícil, Jimin não tinha com quem desfrutar daquele sentimento libertador de finalmente desabafar.

Bom... até o momento.

ㅡ Sinceramente, não sei. ㅡ Jimin suspirou. Estava cansado.

Taehyung acariciava seus fios loiros naturais com cuidado, sabendo que o amigo estava sensível demais até mesmo para carinhos naquela situação. Era difícil conversar sobre seus sentimentos, ainda mais com alguém que estava completamente satisfeito com os próprios. Era difícil identificar se Taehyung era, de fato, a melhor pessoa para aconselhar-lhe numa situação de extremo desespero de carência e falta de vergonha na cara. Taehyung, no entanto, só entendia dessas situações nos finais de semana em que viaja; certamente para fora do país, ficando longe de qualquer tipo de afeto vindo do namorado ou dos amigos mais íntimos.

Todavia, ele ainda era a única salvação que Jimin poderia ter naquela arriscada batalha entre orgulho, ter uma casa para morar e, enfim, a paixão.

Céus, só ele sabia qual batalha era a mais complicada entre as três.

Era o dia de Taehyung visitá-lo, finalmente algo que fosse útil para sua vida um tanto complicada demais, mas que tudo podia ser resolvido como um piscar de olhos. Complicada demais para ele, dramática demais para olhos curtos e supérfluos que tornam tudo superficial demais.

Naquele dia, então, Taehyung aproveitou para chegar bem cedo. Não trocou palavras com Jungkook, ainda não estava inteiramente pronto.

Jungkook não era a pessoa adequadamente sensata para uma conversa com alguém ainda magoado por tudo que rolou. Com isso, Kim aprendeu a entender seus próprios motivos e aceitar tudo o que for melhor para sua própria saúde mental. Jungkook preferiu não forçá-lo, não incentivar um cumprimento ou talvez um "bom dia" amigável; sabia que Tae podia não estar nas suas melhores condições para isso, era melhor quando vindo dele, diretamente. Depois de uma longa conversa com Jimin sobre tudo que Taehyung poderia ter pensado e passado naquela situação anterior, Jeon sabia que não era certo forçar uma reconciliação de maneira exagerada ou agir como se nada tivesse acontecido.

Jimin já estava acordado e devidamente arrumado quando Taehyung já estava na casa, esperando pelo amigo no andar inferior. Jeon nada disse pela manhã, apenas tomou café e deixou a casa com sua moto barulhenta. Sem pressa, sem conversa, sem satisfação; como o Jungkook que ainda não conhecia Jimin, ele ainda era o mesmo de antes.

ROOMMATES ᨞ jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora