Prólogo

3.3K 178 63
                                    

Oi gente! É a minha primeira fanfic. Sou muito apaixonada por Rabia, então me inspirei nelas para criar essa história. Espero que gostem. <3

-----

Narrador P.O.V – 01 de abril, 17h30, São Paulo. 

O sol punha-se imponente ao céu de outono, no começo de abril, em um dia incrivelmente ensolarado na capital da mais populosa cidade do país, São Paulo. Rafaella Kalimann sentia seu peito sufocar e a ansiedade bater à sua porta, sentimento esse infelizmente persistente em quase todos os dias de sua vida. Pensava que a sua mente iria lhe trazer alguma trégua, pelo menos um dia antes do seu aniversário, mas não. Obviamente. 

Hoje, aos 26 anos e algumas horas de vida, observava o bairro Pinheiros de cima do 20º andar, em uma visão imponente e encantadora de uma grande metrópole: o ir e vir das pessoas e a correria do dia a dia; sua visão era banhada a um deslumbrante pôr do sol. Esperava o relógio bater 19h, para anunciar o final de mais um dia de trabalho – e a sua breve liberdade. Sentiu o celular tremer em cima da mesa e sorriu ao ver a mensagem na tela de bloqueio: 

Manu Gavassi:

Rafa, tem certeza sobre isso? Eu realmente consigo despistar minha família e passo o final de semana do seu aniversário contigo lá no Rio. Vamos, vai? :/ 

Rafa Kalimann:

Obrigada, amiga. Mas eu realmente preciso desse tempo sozinha, ok? Quando eu voltar, prometo que vamos comemorar juntas. Te amo! Quando eu chegar lá,te aviso. <3 

Manu Gavassi:

Teimosa que é uma porta mesmo. Nem adianta tentar. Boa viagem, trevo. Luv u!

 Abafou um riso ao ver que mesmo irritada, a sua melhor amiga ainda a chamara pelo apelido carinhoso que lhe deu há anos atrás, "trevo". Manoela era o seu braço direito no outro prédio da empresa, Kalimann's Beauty, em São Paulo. Mas especialmente era a sua grande amiga, uma irmã que nunca pôde ter. Manoela estivera presente em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins – pelo menos desde que Rafaella se mudou para SP, há 6 anos atrás.

 Apagou a tela do celular e colocou o aparelho na bolsa, sentindo uma súbita energia e alegria por aventurar-se sozinha em uma viagem de seus sonhos.Quando o relógio marcou 19h, trancou a sua sala e despediu-se do porteiro, o Alexandre – a única alma viva que costumava ficar até tarde com ela no prédio. 

Mesmo sendo a Diretora Executiva de sua empresa, Rafaella permanecia até o anoitecer no escritório, todos os dias úteis, sem exceção. Workaholic, seus poucos amigos diziam. Pegou a sua mala e entrou em um Uber, dirigindo-se ao aeroporto de Congonhas, em destino à capital mais bonita do país: o Rio de Janeiro. 

Desde os 25 anos Rafaella tivera tudo o que alguém sempre sonhou: independência financeira, sucesso na carreira e uma vida social badalada – ao menos era o que os seus 600 mil seguidores no Instagram e a mídia pensavam. Mas nada era realmente o que parecia: a mineira, na verdade, desejara todos os dias trocar de lugar com qualquer desconhecido, na ânsia de viver uma realidade paralela – onde ninguém a conhecesse, e especialmente onde não houvesse cobranças e ela pudesse finalmente viver, e não sobreviver. 

E é por isso que decidiu embarcar ao Rio de Janeiro um dia antes do seu aniversário, para saborear finalmente os seus 27 anos sem quaisquer máscaras que aprendeu a construir ao longo da vida.

 Ao subir no avião, pela primeira vez em pelo menos dois anos, sentia o seu coração acelerado pela ânsia de viver algo novo – e não pela sensação de pânico tão constante em seus dias. Sentia-se feliz por embarcar em uma aventura até então nova, e não pelo peso de ser a CEO de uma das maiores empresas de cosmético do país, nem tampouco por ser filha única da já falecida e renomada Márcia Kalimann. 

Não sentia o abandono do seu ex-noivo, nem a solidão que carregava no peito; era apenas uma mulher qualquer prestes a se aventurar na praia. O peso do seu sobrenome não caía mais em seus ombros. De hoje, sexta-feira à noite, até o anoitecer do próximo domingo, o seu nome era  apenas Lorena. 

Foda-se, Rafaella (ou Lorena) pensou, Rio de Janeiro – here i go. 

Sinestesia | RabiaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang