Capítulo 10

55 7 4
                                    

Era sábado, Melinda finalmente estava dormindo até tarde depois de uma semana cheia como aquela, eram muitas coisas para digerir e ela só queria esquecer tudo por algum tempo e poder dormir o quanto quisesse, mas seus planos foram interrompidos por um vira-lata alvoroçado.

— Ai, o que é isso? — perguntou sonolenta, se dando conta de que havia um enorme cachorro em sua cama — Meu Deus, quem é esse cachorro? Como você entrou aqui?

Léo, Tom, Edu e Rafa entraram no quarto.

— Bom dia Melindinha — Edu cumprimentou com um sorriso.
— Que isso, virou invasão? O que vocês estão fazendo no meu quarto? — perguntou indignada mas ao mesmo tempo adorando, todos os integrantes da sua banda preferida, dentro de seu quarto, acordando-a, parecia que ela ainda estava dormindo e que aquilo tudo ainda era um sonho.
— Para de mentir, você tá adorando — sorriu Tom, mordendo seus piercings labiais, ele realmente conhecia Melinda melhor que qualquer um, talvez até melhor que ela mesma — E aí? O que você achou do Odin?
— É Odin o nome desse doido? — Melinda afagou o cão, que agora estava quieto, deitado em cima dela — Ele é um gracinha mas é muito sem-vergonha, combina com o dono.
— Beleza, que bom que gostou, cuida dele aí que eu e os meninos estamos ocupados trazendo minhas coisas pra cá, beleza? Então tá, te amo — Tom praticamente cuspiu todas essas palavras, dizendo-as rápido o suficiente para que Melinda mal tivesse tempo de responder, saindo em seguida junto dos meninos.

Melinda sabia que não havia nada que ela pudesse fazer, se não aceitar "cuidar" do cachorro, então ela pegou a coleira que ele estava usando e o prendeu em sua cama, indo em direção ao quarto que ficaria pra Tom.
Todos os garotos estavam lá, ajudando ele a dobrar suas roupas e instalar algumas coisas, já que Tom havia levado seu Playstation e afins.

— Po, Melinda, faz a boa, cuida do Odin lá — resmungou Tom colocando uma fronha em um travesseiro.
— Odin não vai morrer se ficar cinco minutos sozinho — ela se apoiou no batente da porta e começou a enrolar uma mecha de cabelo nos dedos — Vocês precisam de alguma ajuda?
— Não, meu bem, relaxa.
— Cê tem planos pra hoje, Melindinha? — Indagou Edu, limpando as mãos depois de mexer em algo empoeirado.
— Claro que tenho, o show de vocês no bar, acham que eu esqueci?
— Aí sim, mina comprometida mesmo — Edu sorriu  — Mas não era disso que eu estava falando. É que gente vai passar numa lanchonete aqui perto que é da hora, tá afim?
— Pô, verdade, Melinda tem que conhecer o Tubo Mágico.
— Tubo Mágico? — ela perguntou confusa.
— Aham, é uma lanchonete muito pica que fica perto daqui, cê é louco, muito foda — Rafa finalmente disse algo.
— Mas por que esse nome? Por que é tão legal assim?
— É que assim, lá eles vendem um doce muito gostoso que é em formato de tubo, é tipo um bolo roliço, sei lá, só que é muito bom e é especialidade da casa, além de ser todo coloridinho, igual um cubo mágico só que em forma de tubo, entendeu? — explicou Tom.
— Além disso, de dia é lanchonete mas a partir das sete, eles apagam as luzes e ligam uma música estouradassa, parece aquelas festas fechadas, tá ligado? Aí a gente gosta porque é dois em um — completou Edu.
— Aí, se até o Rafão resolveu falar é porque é da hora mesmo — Léo roborou — Bora com nóis, Melinda.

Melinda pensou um pouco, por mais que fosse os integrantes da melhor banda do mundo em sua concepção, talvez ela se sentisse desconfortável no meio de um monte de garotos, mas uma fala de Tom mudou todo a sua concepção:

— Pode chamar a Samantha e o Nando se quiser.

Sendo assim, Melinda concordou em ir com eles, ela foi até seu quarto e mandou uma mensagem no grupo "Um gay e duas seres humanos" que era o grupo de mensagem entre ela, Nando e Samantha, ela achava aquele nome um tanto ofensivo, mas Nando mesmo havia colocado ele então ela não se importava.
Depois de os convidarem pra irem na tal lanchonete, Melinda percebeu que Odin estava dormindo, então soltou sua coleira da cama e o deixou descansar, ela pegou algumas peças de roupas e levou até o banheiro para não precisar passar de toalha no corredor, com um monte de garotos na casa.
No quarto, os meninos terminavam de ajudar Tom com as suas coisas e combinavam o que iam pedir no Tubo Mágico já que já haviam comido praticamente tudo no cardápio.

Apenas mais um clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora