Capítulo 12

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As garotas ficaram no quintal do pai até dar o horário do metrô abrir, quando elas pegaram um ônibus e foram até a estação mais próxima, onde embarcaram a caminho de casa.
Melissa já estava decidida a ficar em casa naquele dia, então não sentia pressa, mas Melinda não queria perder um dia de aula.
Ela chegou em casa e se arrumou às pressas enquanto Melissa ia dormir.
Tom, que agora estava morando com elas, estava tomando seu café da manhã na sala de jantar quando Melinda chegou completamente desorientada depois de pronta.

— Se eu soubesse que tinha começado um apocalipse zumbi, eu teria me vestido melhor — zombou ele, tomando um copo de achocolatado — Imaginei que a tal festa ainda estivesse acontecendo.
— Deve estar, eu sei lá — bufou Melinda se sentando e apoiando a cabeça nas mãos — Eu saí de lá bem antes de terminar.
— Imaginei, você nunca foi de festa.
— Se fosse por isso, estava bom.

Melinda começou a contar todos os detalhes da festa pro Tom, que passava geléia em algumas torradas para ela.

— Putz, sua irmã é muito vacilona — disse Tom, levando uma torrada até a boca de Melinda, que a abocanhou.
— Não é? — questionou com dificuldade por estar de boca cheia — Mas não sei, acho que não devia ter ido pra essa festa de qualquer forma, olha meu estado, não dormi nada.
— Não quer ficar em casa e descansar?
— Não, hoje eu tenho que ir, a professora de biologia vai formar as duplas para a feira de ciências, esqueceu? Eu preciso começar a me organizar com a pessoa que ficar comigo.

Tom deu de ombros e eles logo terminaram de comer e seguiram caminho até a escola.
Estava frio aquela manhã e Melinda estava com um começo de resfriado por conta de ter ficado tanto tempo exposta ao vento gelado, ela usava um casaco felpudo cor-de-rosa, mas não adiantava muito.
Na escola, Camila e Alice conversavam juntas, o rosto de Camila estava repleto de maquiagem para esconder as feridas do dia anterior. Logo, Débora se juntou a elas.

— Oi Alice, oi Camila — cumprimentou séria.

Camila respondeu no mesmo tom, enquanto Alice respondeu animada como de costume.

— Desculpa por ontem — disse Débora cabisbaixa — Não queria ter dito aquelas coisas pra você.
— Tá — respondeu Camila, seca — Vocês viram a Melinda? Eu tenho que falar com ela.

Débora bufou ao ver que a Camila não iria pedir desculpas, já que foi ela quem partiu pra cima e começou uma briga física.
Ela respirou fundo e resolveu ignorar, apesar de tudo, ela ainda gostava da amiga.

— Por que você está procurando a Melinda? — perguntou Alice, mordendo as unhas.
— Pra dar na cara dela, onde já se viu beijar meu namorado na minha frente.
— Camila, você sabe muito bem que quem beijou alguém foi o Léo, a Melinda só ficou parada sem entender nada — Débora defendeu Melinda.
— Ficou parada deixando, gostando.. ela vai ver só.

Débora resolveu não dizer mais nada e elas seguiram esperando por Melinda, que acabou demorando, então elas desistiram e foram até sua sala.
Melinda e Tom na verdade tinham se atrasado um pouco porque haviam passado em uma lojinha de doces que ficava perto da escola, que era aberta nesse horário justamente para os alunos comprarem lá antes da aula. Eles compraram algumas balas e casquinhas recheadas com doce de leite, já que Camila não deixaria Melinda comprar no intervalo da escola.
Depois de terem de implorar para o porteiro deixar eles entrarem, eles finalmente conseguiram ir para a sala em que estudavam, onde a professora já estava citando as duplas para a feira de ciências.
Eles se sentaram descretamente e passaram despercebidos pelo professor.

— Nós somos uma dupla, Tom — Samantha afirmou num sussurro já que a sala estava em absoluto silêncio para descobrirem suas duplas — Ela já disse nosso nome.
— Graças a Deus — respirou aliviado — Se eu pegasse um desses otários da sala pra fazer dupla, eu ia ficar muito puto.
— Já falaram a minha dupla? — perguntou Melinda nervosa.
— Ainda não, ela não está dizendo em ordem alfabética, então só esperando mesmo.

Apenas mais um clichêOnde histórias criam vida. Descubra agora