"Eu realmente não consigo entender como tantas garotas gostam de você, Black"
"Por que você não me deixa te mostrar?"
A família de Alexia tem um segredo. Em um período de quinhentos anos, na linhagem, nasce uma Fênix, uma "criatura mítica" com habil...
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𝐍𝐎 𝐌𝐎𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 em que Alexia Hawthorne viu a família em volta do leito de sua ancestral, ela sabia que as coisas estariam prestes a mudar. Fora preparada a vida toda para aquilo, mas isso não quer dizer que algum dia estaria pronta.
Mesmo com quase onze anos entendia a gravidade que a morte da anciã significava para a sua vida. Ela sentia inveja do irmão mais velho, que nunca precisaria passar por aquilo, a benção da Fênix era algo que acometia apenas as garotas da família. Tudo que ela queria era ser uma criança normal e ingressar em seu primeiro ano em Hogwarts.
A Fênix fez um movimento fraco com a mão, chamando Lexa e sua prima, Mayreth. As duas caminharam receosas para perto dela.
"Uma de vocês carregará um pedaço de mim, assim como a que sucederá você" a voz estava rouca, quase inaudível "A sabedoria da fênix deverá iluminar o seu caminho"
Alexia, certamente, não queria ter a sabedoria de uma Fênix. Ela sabia como a sua vida seria dali para frente. Uma fênix deveria dedicar sua vida toda para a família, não poderia se casar, nunca deveria deixar que tentações mundanas atrapalhassem seu objetivo. Ela assistiria todos que ama morrerem. Como alguém poderia querer aquilo?
Mas ela parecia ser a única a não querer esse destino para ela. Mayreth, como o resto de sua família, estava ansiosa para receber a honra de toda aquela sabedoria.
"Eu... eu não quero tamanha sabedoria" sentiu os olhos agudos de sua mãe machucarem sua pele.
"Não cabe a você decidir. Quem a chama escolher será responsável pela prosperidade dessa família" o tom da Fênix era severo e Lexa se encolheu com a sua voz autoritária.
"E eu a receberei com notória honra se assim desejar" Mayreth mantém a pose ereta. Sua mãe mantém um sorriso convencido.
Puxa saco, Lexa pensa.
Todos os Hawthorne sabem que Mayreth será a escolhida. Alexia nunca pareceu do tipo que carregaria a Chama dentro dela. Sempre quebrou as regras e tinha que ser obrigada a participar das tradições e feriados da família.
"Amanhã é meu quinquagésimo aniversário" ela volta a falar. Apesar de o corpo estar jovem, beirando os trinta - a idade em que a Fênix deixa de envelhecer fisicamente -, cada movimento que faz parece requerer todas as suas forças. Aquilo era loucura. Alexia a visitou uma semana atrás e ela parecia estar em sua total vitalidade "Assim que eu morrer, uma de vocês renascerá. E isso é inevitável"
* * *
As primas caminharam de mão dadas até o altar posto no meio da sala. O corpo da Fênix descansava pacificamente em cima da cama de pedra, a pele levemente alaranjada pela luz atravessando os vitrais que contam a história durante os séculos da família de Lexa.
O coração da garota está quase saindo pela boca quando faz o caminho até lá. A capela, que fica nos terrenos da residência, está cheia de familiares. Todos para assistir à cerimônia da chama. As três gerações de Hawthorne ocupam quase todos os bancos. Os pais da antiga Fênix já estão mortos.
Esse pensamento quase a faz tropeçar. Se a chama a escolhesse hoje tudo mudaria.
May será escolhida. Ela é perfeita para o cargo. Pensar nisso a reconforta.
Philipus Hawthorne permanece em cima do altar. A varinha em sua mão.
"Hoje, presenciaremos um milagre e receberemos a nova Fênix para iluminar nossos caminhos" a voz branda e ecoa em toda a capela. Ele movimenta a varinha e toca sua ponta na testa da fênix, murmurando as palavras em seguida "Flamma Transportae"
Uma pequena bola flamejante atravessa a testa dela, seu corpo virando cinzas instantaneamente. A bola paira no meio das duas primas, e as encara, como se estivesse travando uma batalha silenciosa. Ela faísca, quando chega mais perto de Mayreth e todo mundo solta suspiros. Mas a bola vai em outra direção.
Alexia olha vesga para a chama que está perto de mais de seu rosto. A bola se contorce em gavinhas de fogo, tomando a forma de um pequeno pássaro. Uma dor excruciante atinge a têmpora dela quando o pássaro voa em direção a sua cabeça, penetrando sua mente.
Tudo que consegue ver antes de apagar é o rosto raivoso da prima a encarando.