⊱Cinco⊰

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á era quase uma da manhã.

Henrique parou o carro assim que chegamos em frente à minha casa. Por alguns instantes fiquei ali parado olhando para a frente para um ponto qualquer. Nenhum de nós quebrou o silêncio. Respirei fundo e em seguida desci fechando a porta do carro. A janela do banco do carona ficou aberta e por ela pude ver o rosto de Henrique se voltando para mim. Ele mantinha aquele olhar decepcionado no seu semblante e por um momento fiquei triste por ele, porém não queria servir de sua putinha particular. Só de pensar me deixava com a bunda dolorida.

― Bem, então isso é um adeus! ― disse erguendo a mão para um aceno.

― Bem, poderia não ser! ― disse ele esbanjando um sorriso maroto. ― Você tem certeza sobre a minha proposta?

― Tenho sim.

― Olha, não é todo dia que a gente ganha dez mil reais ou até mais assim de bandeja.

― Eu sei, mas não quero deixar ninguém me penetrar. Não sei nem como tem gente que curte sexo pelo cu.

Ele riu.

― Bem, a minha proposta foi lançada. Eu sei que mais breve do que você imagina você vai precisar desse dinheiro, então já sabe o que fazer.

― Eu dou o meu jeito, acredite. Não gosto e nunca gostei de depender de ninguém.

― Não vai estar dependendo de mim, vamos estar juntos em um negócio, que será benefício para nós dois. Eu me satisfaço e você ganha grana, talvez em algum momento também possa ser prazeroso para você.

― Bem, vocês ricos acham que só porque têm dinheiro, podem comprar o que quiserem pela frente, mas nem todos são tão corruptíveis assim.

― Dinheiro é algo necessário amigo. Alguns tem mais outros menos. Além do mais vi como estava se sentindo no meu apartamento. Era algo que preenchia os seus olhos. Mais cedo ou mais tarde você vai me ligar. Eu tenho certeza disso.

― Pois não tenha tenta certeza! ― disse da maneira mais ríspida que consegui.

― Olha, não quero te ofender, me desculpa. Essa não era a minha intenção. Só quero que pense bem na minha proposta. Quem sabe você não muda de ideia. Esteja apenas fazendo as coisas no calor do momento.

― Estaria fazendo as coisas no calor do momento se tivesse aceitado a sua proposta.

― De todo modo, vou estar esperando a sua ligação a qualquer momento.

― Pode esperar sentado! ― disse dando uma gargalhada sarcástica.

― Bem, a proposta estará de pé, mas não demora demais se for pensar ou então alguém já terá preenchido a sua vaga.

Ele deu partida no carro e avançou para longe dali, sumindo no horizonte. Abri o pequeno portão que ficava em um muro baixo e comecei a andar pela estrada de pedra até alcançar a pequena varanda, então peguei as minhas chaves e abri a porta, entrando em seguida. Davison estava sentado no sofá com uma expressão ansiosa.

― Você ainda está acordado? ― perguntei impressionado.

― Bem, estou e vi você lá fora conversando com o bilionário. Queria ter visto a cara dele mais com a baixa iluminação da rua não deu para ver nada, ainda mais porque ele estava dentro do carro.

Respirei fundo.

― O que foi? ― perguntou ele ao ver minha expressão.

― Estou um pouco cansado.

― Você demorou hein!

― Eu acabei indo conhecer o apartamento dele.

― O quê? ― interpelou Davison imediatamente embasbacado com aquela informação que eu acabara de jogar. ― Você não me disse que não era gay?

Quem dá mais por ele?Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz