⊱Nove⊰

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― ℬom dia! ― foi a primeira coisa que ouvi naquela manhã.

Abri os meus olhos gradativamente pela forte luz que preenchia todo aquele quarto. Esfreguei os meus olhos com o dorso da minha mão abrindo-os totalmente por fim. Olhei ao meu redor e percebi que já era a manhã de outro dia. A luz que entrava vinha da varanda do quarto de Henrique. Eu precisava voltar para a minha vida, mas sem falar uma palavra sequer de tudo que vivi na noite anterior.

― Bom dia! ― respondi ainda me espreguiçando.

Henrique estava na minha frente com uma bandeja em mãos, onde pude ver um café da manhã bastante reforçado. Havia torradas em um prato, um copo de leite, Sucrilhos e um copo transparente contendo sala de frutas com leite condensado misturado às frutas. Sentei-me imediatamente na cama para receber o que Henrique havia trazido para mim. Ele tirou o copo de leite, me entregando todo o resto na bandeja e colocando o copo sobre o criado mudo, pois já conhecia o meu desastre.

― Fiz esse café da manhã para você! ― disse ele orgulhosamente pelo seu feito.

― Você cozinha? ― perguntei estupefato. ― Você realmente é o homem perfeito!

Henrique sorriu.

― Acha mesmo isso? ― indagou ele mordendo o lábio.

Senti uma onda gélida me percorrer. Eu nem sequer havia pensado no que eu estava falando. Estava me comprometendo demais. Senti meu rosto esquentar imediatamente, então apenas sorri e enfiei um pedaço generoso de torrada na minha boca, mastigando-a. Para mim, torrada era apenas torrada, mas essa em questão era simplesmente magnífica. Não sabia que uma simples torrada poderia ter um gosto tão bom. Coloquei mais na minha boca fazendo sons de delírio.

― Essas torradas estão muito boas! ― disse empolgado.

― Bem, dizem que o pão é que faz a torrada! ― revelou ele sorrindo. ― Portanto, um pão de qualidade, faz uma torrada de qualidade!

― Muito bom mesmo!

Peguei o copo de leite que estava ao lado, no criado mudo e dei um gole. Era apenas leite, mas o leite também era de qualidade, pois senti logo de imediato em meu paladar.

― Na verdade esse leite era para os Sucrilhos! ― confessou Henrique caindo numa gargalhada.

― O quê? ― interpelei embaraçado.

― Era para o Sucrilhos, mas já que você tomou não importa!

― Qual é, aqui ninguém toma leite puro?

― Bem, eu não. Costumo colocar nos Sucrilhos ou no café!

― Você não sabe o que é a alegria de tomar um copo de leite com açúcar!

― Bem, talvez eu tome qualquer dia desses!

Assim que terminei de comer as torradas, comi os Sucrilhos e coloquei o resto do leite que havia no copo dentro do recipiente misturando bem. O gosto era bom, pois era bem docinho. Comi tudo enquanto Henrique me observava de pé de frente para mim. Ele estava sem camisa, com os braços cruzados e usava um calção folgado de malha fina e dava para ver que estava sem cueca, devido ao grande volume concentrado na parte dianteira.

― Bem, eu mandei a Rosa levar as suas roupas para lavar na lavanderia, espero que não se importe.

Eu assenti. Eu havia trazido roupas novas dentro da minha mochila do trabalho, portanto não me importaria se ele havia mandado lavar ou não.

― Eu vou te devolver assim que estiverem limpas tudo bem?

Eu assenti novamente, então comecei a comer a salada de fruta com leite condensado. A primeira colher me levou ao céu. Fechei os olhos aproveitando a explosão de doçura em minha boca. Tinha pedaços de maçã, pêra, uva, laranja, melão, até mesmo pedaços de morango. Nas saladas de fruta que eu já havia degustado, nenhuma delas havia pedaços de morango, até porque era uma fruta bastante cara para pessoas que querem economizar comer. Era algo novo para mim, porém era bastante bom. Devorei tudo em um minuto.

Quem dá mais por ele?Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang