A nova chefe do Trauma

Capítulo 19 - Todas as coisas cooperam para o bem

**Recadinho da autora**

Eu disse que voltaria aqui ainda hoje, não disse? Então vamos lá. Comentem e votem muito pq hoje eu escrevi seis novos capítulos e vocês vão pirar!

Também quero indicar a fanfic "The Sloan" que é de uma leitora aqui de ANCT e também tem o Jackson como um dos protagonistas. Confiram lá que vão gostar!

É isto, amores. Espero que gostem!

**Fim do recadinho da autora**

Eu estava há três dias internada e tomando os remédios, mas a falta de ar ainda me perturbava. Jackson passava as noites comigo e sempre que não estava atendendo aparecia no quarto para saber como eu estava me sentindo. Link, DeLuca e Meredith também eram presença constante ali, mas Teddy e Alex quase não apareciam. Eu achava estranho, mas não questionei, já que provavelmente eles deveriam estar sobrecarregados com o caso da garotinha com problemas no coração. 

— Hey! — Jackson chegou no quarto me tirando dos meus pensamentos. 

— Oi, meu bem… — Sussurrei, pois já nem tinha mais força de ficar falando. 

— Hoje estive com o Richard, ele está louco para vir te visitar, mas não achamos uma boa ideia agora. Você entende? — Fiz que sim com a cabeça e ele continuou. — Alex e Teddy estão trabalhando muito naquele caso da Violet e parece que ela não vai precisar ser transferida. 

— Sério? Que coisa boa! — Comemorei e senti meus pulmões queimando. Eu estava na máscara de oxigênio, mas temia que brevemente poderia ser entubada por causa da constante falta de ar. 

— Sim. Verdade. De qualquer forma Karev disse que passaria aqui à noite para saber de você. 

Eu fechei os olhos assim que senti o toque da sua mão no meu rosto. Podia sentir seu olhar preocupado queimando sobre mim e me esforcei para sorrir e parecer bem. 

— Você vai ficar boa logo… — Ele comentou, mas não vi muita firmeza em sua voz. 

— Vou, se Deus quiser. — Falei sorrindo para ele, mas algo me dizia que aquilo estava longe de acabar. 

[...]

Já era noite quando Karev bateu na porta do meu quarto e entrou com um sorriso todo desengonçado. Eu estava lendo a bíblia quando ele chegou. Lia em Romanos 8:28. Fechei o livro e olhei para ele sorrindo. 

— Estava com medo de se infectar? — Perguntei a fim de quebrar o gelo. 

— Eu não. Sou osso duro de roer. 

Ele disse rindo e sentou ao meu lado. Todas as pessoas que passavam por ali estavam devidamente aparelhadas com seus equipamentos de proteção e só conseguíamos algum contato pessoal através de seus olhos. Os olhos de Alex estavam preocupados. 

— Escute, me desculpe não ter vindo antes, ok? Eu tenho dificuldades em ver meus amigos doentes. Não gosto muito pois fico com vontade de chorar e isso é coisa de gente fresca. — Eu ri. 

— Está tudo bem. — Assenti segurando sua mão. — Estão trabalhando muito no caso da Violet?

— Sim, Jackson te contou? Nós talvez consigamos deixá-la aqui. Teddy está pesquisando uma nova solução para substituir o marca-passo agora mesmo. 

— Fico feliz. Queria participar, mas sei que ela está em boas mãos. — Eu disse sentindo meu corpo enfraquecer. 

No mesmo instante os aparelhos que me monitoravam começaram a apitar e nós dois olhamos para a tela. A saturação de ar caiu para níveis baixíssimos e a pressão arterial explodiu. Na minha boca eu sentia o ar cada vez mais rarefeito e levei as mãos a garganta. Alex se levantou e colocou a cabeça para fora gritando por um carrinho de emergência. Voltou e então eu segurei em seu braço. 

— Você precisa fazer, Alex. Precisa me entubar agora, antes que seja tarde. — Disse com muita dificuldade e senti minha vista escurecendo. 

— O quê? Não, não vai ser preciso, Camille. Fique comigo. 

Sua voz parecia distante e eu só via agora flashes do que estava acontecendo na sala. Injetaram um líquido em meu braço que provavelmente era o último recurso para normalizar a oxigenação antes de entubar, mas meu corpo não apresentou reação. Finalmente ouvi a voz de Alex:

— Vamos entubá-la. — Ele se voltou para mim: — Aguente firme, Camille. — Depois disse para a enfermeira: — Aplique a local…

Senti a anestesia entrar e os sentidos já estavam indo embora. 

— Tubo orotraqueal 10 — Karev pediu e agora estava tudo mais real. 

Nos últimos segundos de consciência, com a vista escurecida, lembrei das palavras do apóstolo Paulo que tinha acabado de ler: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”. Me agarrei a essas palavras, respirei como pude e em seguida sucumbi a fraqueza que se apoderava de mim, fechando os olhos. 

Depois disso não vi mais nada.