Puta merda!

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A morena se encontrava em frente a porta do estressadinho, no braço machucado ela enrolou a coberta que ele tinha lhe emprestado e no outros os livros para pedir ajuda. Se perguntou várias vezes se aquilo realmente era o certo a fazer, não sabia nem o real motivo dela estar diante o quarto dele.

"Você precisa de ajudar, Ochako — disse para si mesma — Suas notas em matemática não estão boas assim para você negar ajuda, não seja cabeça dura"

Respirou fundo, se questionou mais uma vez se era necessário estar ali, queria dar meia volta e sair correndo, mas antes mesmo de pensar em algo a porta se abriu.

"Não tem como fugir agora" — ela pensou.

— Hã-ã Ka-Kacchan — ela disse gaguejando.

O garoto percebeu o nervosismo da castanha e sorriu por dentro, ele adorava ter esse efeito sobre as pessoas — Desembucha, cabeça de lua — apesar de querer ela ali, ele não poderia demonstrar.

— É ... É — suspirou e organizou a frase em sua mente — Eu vim trazer seu cobertor, ia te perguntar se você quer que eu o lave? Acho que ficou com meu cheiro — perguntou com aqueles grandes olhos castanhos.

— Tsc — resmungou — Acho bom seu cheiro ser bom, eu não tenho outro cobertor aqui e com esse tempo de chuva não vai secar — mentiu, tudo o que ele mais queria era poder sentir o cheiro dela novamente.

— Podemos trocar, então — disse oferecendo uma solução — Eu tinha lavado o meu um dia antes do festival, nem cheguei a usar, posso ir lá pegar — disse se virando.

— EU QUERO O MEU, BUZZ LIGHTYEAR — se alterou — Puta merda, Ochako — passou a mão pelos cabelos — Depois eu me viro com essa merda.

— Você sabe que os cobertores são todos iguais, né? — ele concordou com a cabeça — Tudo bem, só quis te oferecer uma solução.

— Era só isso? — perguntou já sabendo a resposta.

— Era sim — sorriu, tinha se magoado pelo modo como ele falou, não iria mais querer ajuda.

— E esses livros na sua mão?

— Ah ... Ah não é nada não — sorriu tímida.

— Entra logo, vou te ajudar com essa merda — a puxou para dentro do quarto.

Ela nunca tinha entrado no quarto dele, aliás só Kirishima e Denki entraram. Ela reparou na organização do quarto, tudo em seu perfeito estado, aquilo refletia bem a personalidade do loiro: controlador. Não tinha muita coisa, algumas fotos dele com a família, um poster do All Might e uma figurinha enquadrada.

— Essa é uma figurinha rara? — ela perguntou olhando de perto.

— Sim e fique longe — a puxou — Você é atrapalhada o suficiente sem seus poderes, se tocar nisso é capaz de mandar para a lua — disse de maneira grosseira.

Uraraka apenas revirou os olhos, típica frase Katsuki. Se sentou no chão e abriu os livros, graças a Deusa superior, ela só não tinha entendido 3 exercícios — Eu só não entendi muito bem essas equações — disse mostrando a ele.

Ele tomou o livro de sua mão e para poder ver os exercícios — Até que você não é tão burra assim — voltou a analisar o exercícios — Esses daqui estão bem difíceis, eu penei um pouco no 10, não sei se ta certo mas vou tentar te ensinar — sentou ao lado dela — Você tem certeza que não entendeu o 6? Porque você fez certo — olhou para ela.

— Sério?! Eu nem sei como eu fiz — riu — Só fui fazendo, nem fazia lógica.

— Se não tem lógica é porque tá fazendo certo.

Ela riu e o rosto dele queimou, adorava fazer ela rir. Explicou todos os exercícios para a castanha e sem gritar, era impressionante a calma que ele tinha perto dela. Ao contrário de Denki e Kirishima, a menina se esforçava para entender a matéria e não se fazia de burra só pra no fim ele acabar fazendo. Já estava perto do horário de jantar quando eles acabaram, Uaraka agradecia ao loiro em sua frente, mas sentia que não era o suficiente.

— Katsuki, que tal um cachorro quente para te recompensar? — perguntou animada.

— Já falei que não precisa, caralho — ele se sentia incomodado em receber algo em troca — Pode me recompensar dando tudo de si nos treinos.

— Vou dar meu melhor — sorriu vitoriosa, ficou em silêncio em alguns segundos — Mas ... — olhou para ele — Você realmente não quer ir comer um cachorro quente? É aqui pertinho — pediu fazendo um biquinho.

Ele a olhou de lado e perguntou sem pensar — Você não faz nenhum tipo de regime?

— Não acredito que você disse isso — disse magoada — Tudo bem, entendi seu recado — disse recolhendo suas coisas e seguindo para a porta — Até terça.

Katsuki ficou sem entender a situação, não sabia o que tinha feito de errado, mas com certeza tinha falado algo de errado. Ficou olhando enquanto ela fechava a porta com força e logo em seguida para o cobertor em cima da sua cama, como se ele fosse lhe dizer algo, mas foi em vão

— Que se foda.

Se arrumou e foi para o salão principal, o bakusquad estava lá acompanhado de alguns rostos que não estavam ali durante o dia. Vagou o olhar à procura da castanha, porém não resultou em nada.

— Bro — o ruivo o chamou — Resolveu dar as caras — zoou o loiro.

— Vai se foder

— Ela não está aqui — o surpreendeu — Vai dizer o que tá rolando entre vocês ou não?

— Não sei de quem você está falando, idiota — se fez de desentendido.

— Então, não vai se importar com o fato da Uraraka ter passado por aqui com cara de choro? — especulou.

— Ela passou como? — não conseguiu disfarçar

— Ué, ela quem? — o ruivo fez a sonsa.

— NÃO SE FAÇA DE IDIOTA, INUTÍL — pronto, ali estava o Bakugou que todos conhecem.

— Calma, Bro — riu do amigo — Ela só foi comer um cachorro quente e ia comer um Ichigo Daifuku Mochi.

— Credo, essa menina é viciada nisso — deu de ombros.

— Mas conta aí, o que você fez? – o ruivo perguntou mais uma vez.

— Como assim, idiota? Eu não fiz nada de errado — deu um tapa na cabeça do amigo.

— Bro, ninguém fica com cara de choro à toa, ainda mais a Ochako — passava a mão onde tinha levado o tapa — Você falou algo errado, certeza.

— Tsc ... que seja — deu de ombros — Ela só me chamou para comer um cachorro quente idiota com ela — o ruivo continuou olhando para ele — E eu perguntei se ela não fazia nenhum tipo de regime, depois disso — ele parou para pensar — CARALHOOOOO

— Porra Bakugou — exclamou o amigo — Você fez uma grande merda.

— PUTA MERDA KIRISHIMA — finalmente ele se tocou — PUTA MERDA

— Vai atrás dela, idiota — o ruivo revidou o tapa que tinha levado há minutos atrás.

Amor e ódioWhere stories live. Discover now