Consequências

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Ochako se sentia cansada, suas roupas estavam encharcadas e estava com frio. Sua cabeça pesava a cada passo que dava, não sabia há quanto tempo estava andando, mas sentia que estava na hora de voltar, querendo ou não.

Durante toda a caminhada, ela realmente tentou entender o porquê de Katsuki ter feito aquilo, por que ele não abriu o jogo logo no começo? Por que esconder? Estava chateada, se sentia enganada e no fundo se perguntava se Bakugou realmente a amava.

Já era tarde e ela esperava que não tivesse mais ninguém acordado, não queria dar explicações e nem ouvir broncas, só queria ficar sozinha. Queria tomar um banho quente e se deitar, agradecia por ser domingo, assim ela poderia dormir o dia inteiro.

Katsuki a procurou onde podia, estava encharcado também, olhou em seu relógio e já marcava 22 horas da noite, ela provavelmente já devia ter voltado para o dormitório. Tentava pensar em maneiras de se explicar para a garota, fez e refez planos, mas nada parecia bom o suficiente.

Se sentou nos degraus da porta da frente, dobrou os joelhos, apoiou seus cotovelos neles e levou as mãos aos cabelos. Como ele poderia se justificar sendo que ela nem queria vê-lo na frente? Teria que dar um jeito nisso, talvez seria melhor deixá-la esfriar a cabeça.

O barulho da chuva era a melodia da noite, algumas gotas de água pingavam de seu cabelo e escorriam pelo seu rosto se misturando com algumas lágrimas que faziam o mesmo trajeto. Como ele pode ser idiota a esse ponto? Nunca se perdoaria se perdesse a pessoa que mais o fez feliz em toda a sua vida.

Seus pensamentos foram interrompidos por passos apressados e um espirro delicado, ele sabia de quem era aquele espirro, sempre zoava a dona dele. Levantou a cabeça apressado na intenção de enxergar algo através da forte chuva que caia, semicerrou seus olhos e viu um vulto, era ela.

Se levantou correndo, pegou um guarda-chuvas que estava ali perto e foi de encontro a ela. Foda-se que ela estava nervosa. Ele a viu ensopada, o rímel que antes enfeitava seus olhos, agora estava borrado em seu rosto e os olhos inchados de tanto chorar. Ele causou isso, ele e somente ele, era o culpado.

Se aproximou em silêncio e entregou o guarda-chuvas a ela, a deu as costas e refez o caminho pelo qual veio, deixando que a chuva o molhasse ainda mais. Que diferença iria fazer agora? Estava fodido de qualquer jeito.

Uraraka estava estática, vê-lo daquele jeito doeu, por mais que — naquele momento — ele merecesse, ela ainda o amava e não queria o ver mal. Demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, aquela era a maneira de Katsuki dizer que estava lhe dando um tempo. Ela respirou fundo, aliviada e magoada. Uma boa ação não elimina as outras más ações.

Ela passou por ele ao entrar e mais uma vez seu coração se partiu, céus como é difícil brigar com quem amamos. Se direcionou ao seu quarto, tudo o que precisava naquele momento era um banho quente.

Abriu o chuveiro e deixou que a água quente caísse sobre seu corpo pesado, aquele dia tinha sido um verdadeiro inferno. Agora sozinha, sentindo a água quente cair sobre seu corpo, recordava cada palavra dita por ele, cada momento vivido com ele.

Se recordou do dia em que estavam deitados na cama dele trocando carícias — Eu nunca pensei que fosse capaz de amar alguém — ele a olhou — Você apareceu em minha vida para provar que tudo é possível — beijou sua testa — Eu te amo, minha cara de anjo — sorriu a fitando.

Uma lágrima teimosa teimou em cair, foi então que ela se lembrou do dia em que estava chorando e ele a ajudou.

— Cara de lua, por que você está chorando? — se desesperou a ver daquele jeito — Quem fala quem foi o maldito que eu vou explodir agora — disse se alterando.

Amor e ódioWhere stories live. Discover now