O encontro

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 Uraraka estava nervosa, se olhava no espelho e achava aquela roupa extravagante demais, já devia esperar aquilo vindo de Mina. Vagou seus olhos pelo guarda-roupas, encontrou um vestido branco que ia um pouco acima dos joelhos, o tempo estava um pouco frio, decidiu colocar uma meia calça preta e sobretudo vermelho.

— Assim está melhor — sorriu ao se ver no espelho — Uma boina, talvez? — colocou na cabeça — Não, não está tão frio assim — tirou em sinal de reprovação.

Olhou o horário no celular, faltavam 10 minutos para dar o horário, agora o frio na barriga era maior, seria seu primeiro encontro. Seu primeiro encontro seria com ninguém menos do que o garoto mais explosivo — literalmente — de toda a U.A. Quando contou para as meninas, todas foram à loucura, Uraraka e Bakugou, todas ficaram intrigadas.

— Tem certeza que Bakugou não estava brincando, Ochako? — a menina verde perguntou a amiga.

— YAAH — Mina interviu — Ele não estava brincando, fiquei sabendo que ele estava até nervoso sem saber onde te levar — disse animada — E minhas fontes são confiáveis — piscou para as outras.

Uraraka riu ao se lembrar da cara da amiga, até parecia que ela quem foi chamada para sair. Se olhou no espelho mais uma vez, a maquiagem era leve e o cabelo estava mais liso do que o normal, seu batom era um Lip Tint vermelho, nada muito chamativo, ao contrário do que Mina queria, mas nem tudo do look dela foi descartado, a castanha continuo com o coturno que tinha um salto discreto.

Era a hora, seu coração batia a mil, seu estômago se revirava e suas pernas queriam falhar. Bakugou não deu nenhum sinal para onde a levaria e ela não fez questão de perguntar, confiava nele. O oposto de suas amigas que pediram para ela deixar a localização do celular ativada e mandasse mensagem caso o encontro estivesse ruim, elas iriam aparecer para lhe salvar.

Katsukia esperava por ela impacientemente na sala, o perfume amadeirado que tinha passado já havia se misturado com cheiro de caramelo do seu suor, sabia que gostava da garota, mas porra, o que ela estava fazendo com ele? Com certeza a maldita o enfeitiçou.

Às 19 horas em ponto o elevador abriu, exalando uma fragrância de framboesa conhecida por ele, era ela. O loiro se colocou de pé assim que a viu apontar na porta, se permitiu observá-la por alguns segundos, agradecia mentalmente por ser o motivo de toda aquela arrumação.

— Caralho, você está linda — confessou.

— Você também está muito bonito, Kats — retribuiu o elogio ficando mais vermelha que a peça de roupa que vestia.

— Tsc — estalo a língua no céu da boca — Vamos? — tentava disfarçar sua vergonha.

— Vamos! — respondeu animada — Você vai me contar agora ou será surpresa? — perguntou curiosa.

— Aguenta aí, cara de lua — revirou os olhos — Será surpresa, vem — pegou em sua mão.

A castanha resmungou um pouco, mas logo começou a falar sobre como adorava sair à noite, sobre como ela gosta da árvore de Ipê, mas ao mesmo tempo não gostava das flores caindo, falou alguns assuntos totalmente aleatórios — que se fosse qualquer outra pessoa, Bakugo faria questão de ligar o foda-se — Porém, pelo contrário, ele a ouvia atentamente e até interagia.

OchaKo só parou de falar quando Katsuki avisou que eles haviam chegado ao destino, não era um restaurante como ela imaginou e nem algo romântico, mas sim uma casa de show. O lugar parecia ser pequeno, a fachada por fora era toda preta e a única parte visível era o fumódromo.

"Dei uma chance a ele, Ochako" — sua consciência dizia a si mesmo, não custava tentar, né? Na verdade, custava sim, mas quem iria pagar seria Katsuki.

Amor e ódioWhere stories live. Discover now