𝔰𝔢𝔤𝔲𝔫𝔡𝔬 |secret|

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Jungkook era muito calorento

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Jungkook era muito calorento.

Era sempre assim. As cortinas bloqueavam um pouco a luz do sol que batia no vidro da janela, o led lilás ligado e o ar condicionado no dezessete.

O corpo nu, robusto, largava-se na cama, as costas viradas para o teto branco e os braços cruzados apoiavam o queixo. Ele riu baixinho e revirou os olhos numa zoeira silenciosa sobre o frio que eu sentia. Meu braço se encontrava extremamente arrepiado e meus pés gelidos.

Tratei de buscar o moletom escuro e grande jogado ao pé da cama e me visto rapidamente, vendo a vestimenta larga e confortável cair até a metade das minhas coxas. Mas é claro que nunca é o suficiente, enfio-me debaixo da coberta, buscando mais calor.

Eu odeio ar condicionado. Odeio sentir frio. O clima fica seco, arrepiante e pode até doer os ossos. Entretanto, a sensação de estar no quarto frio de Jungkook, me esquentar em suas roupas e seus cobertores, tudo com seu cheiro, após um sexo quente e intenso é simplesmente uma das melhores sensações do mundo.

— Ah para, hoje ta mó calor. — ele brincou, fechando os olhinhos numa risada divertida.

— Calor tá lá fora. Aqui ta um frio da porra, desnecessário. — funguei contra a maciez do cobertor, apertando os dedos por debaixo do mesmo.

Por mais que meu corpo esquentara pela transa, o pequeno suor que se formou secou e, com isso, o ar gelava tudo.

— Ta bom, vou te esquentar, gatinho.

Ele levantou num pulo e jogou o corpo em cima de mim, abraçando-me por cima dos tecidos. Seu rosto foi direto ao meu pescoço e seu cabelo fazia leves cócegas na minha pele.

— Sai, você é muito bobão. — resmunguei mexendo o corpo como se quisesse tira-lo de cima de mim.

Na realidade, queria que ele nunca saísse de cima de mim.

Ele se acomodou direitinho com a metade do corpo no colchão e a outra em cima do meu próprio corpo. Seu braço me apertou e continou com fungadas no meu pescoço, inalando minha fragancia natural, enquanto eu fazia leves carinhos no seus fios ondulados.

— Vai cortar o cabelo? — perguntei conforme alongava os fios nos dedos. Seu cabelo havia crescido bastante.

— Não sei. O que acha?

— Sei lá, ta bonitinho assim.

— Bonitinho?

— Tá. Você está muito gostoso. Não corta, por favor.

Ele riu, soltando ar pelas narinas, e me apertou mais em seu abraço. Fechei os olhos aproveitando cada mísero segundo daquele momento. Era meu ponto de paz.

E por um tempo, me peguei lembrando da primeira vez que eu e Jungkook fomos expostos um ao outro.

Era um projeto artístico num mural da escola, o diretor acabou por convidar nós dois pois nos destacávamos nas aulas de arte. Nunca tínhamos trocado nenhuma palavra. Ele não me conhecia.

Mas eu sabia quem ele era.

A bagunça que fizemos não fora programada. Havia tinta por todo lado, mas nosso trabalho estava ficando lindo. Então decidimos nos banhar no vestiário do ginásio — por liderar o clube de natação, Jungkook tinha uma chave extra.

Aquele dia foi tenso pra cacete.

Era uma fileira de seis duchas sem divisorias. Eu tentava não olhar pro seu corpo sendo banhado pela água morna, eu juro, mas era quase impossível. Quando arrancou as peças, antes de mim, seguiu para frente, e assim que a água o tocou, inicou um movimento nos cabelos. Pude assistir as gotas traçarem um caminho nas suas costas até a bunda, e merda, eu queria gemer só de olhar.

Jungkook era uma puta obra de arte.

Uma estátua escupida por anjos e deuses, modelada por dedos delicados e coberta de jóias e ouro.

Eu conseguia ver cada músculo posterior se movimentar conforme massageava as madeixas escuras. Após apanhar um sabonete nas mãos, ele desceu pelo pescoço e logo o peitoral. Era tudo lento e até parecia calculado.

— Não vai tomar banho? — ele me disse, inocente, percebendo que eu ainda me encontrava parado.

Uma massa invisível formou-se em minha boca e eu a engoli, secamente, antes de retirar a última peça que cobria meu corpo.

E então foi sua vez de assistir.

Seus olhos seguiram meus passos, atentos por meu corpo enquanto eu me juntava a ele, na ducha ao lado. E lá estava o garoto de ouro, virado para mim, pelado. Com aquele maldito sorriso bobo nos lábios rosados.

— Tem bastante tinta nas suas costas, Jimin-ssi.

Num reflexo, toquei o lugar, obviamente não podendo sentir textura alguma.

— Vira, eu esfrego pra você.

Antes que eu pudesse raciocinar qualquer coisa, suas mãos tocaram meus braços e quando vi, já estava de costas para ele.

Senti-o tocar meus ombros e iniciar movimentos circulares, investindo na lateral do meu corpo, onde havia muitas colorações quentes.

Acontece que, ele estava muito perto. Minha respiração estava um pouco desregulada, estava nervoso, com vergonha devido estar completamente sem roupa e ainda mais por ele me tocando.

— Você parece tenso.

Mordi os lábios me mantendo em silêncio quando ouvi sua voz se juntar ao som da água corrente e fechei os olhos atordoado. Ele começou a massagear meus ombros e com isso, seu corpo se aproximou ainda mais. E pude senti-lo. Duro.

E surtei.

Por um reflexo estupido, me virei e disse que estava tudo bem enquanto me enfiava complementamente debaixo da água, em uma tentativa rápido de me livrar de todo o sabão.

Eu queria sumir dali.

Ele provavelmente estava confuso, ou eu estava imaginando coisas. Não é possível que Jungkook ficaria assim, por causa de mim, ou algo do tipo.

Rapidamente sai da ducha e caminhei molhado até um banco que ficava a frente, onde estava nossas coisas. Me enxuguei com uma das toalhas do clube que ele buscara para  a gente, vesti minha calça, mesmo que suja, e o moletom que estava na minha mochila.

Jungkook continuava no chuveiro. Assistindo a minha pressa, banhando-se como se tivesse o tempo do mundo. Ele não disse nada, eu também não.

Apenas quando cheguei em casa notei que ainda havia tinta espalhada pelo meu corpo.

No segundo dia, assim que cheguei no mural, ele segurou meu ombros e alegou que não queria que as coisas ficassem estranhas.

Mas, o que ele não contava era que as coisas começariam sim a ficar estranhas. Estranhamente boas.

Antes daquele dia, Jungkook era apenas o bonitão da outra sala que eu assistia pelo corredor. Em uns dias, tornou-se meu parceiro de mural e em outros dias,

meu amante secreto.

Like me . jikookWhere stories live. Discover now