Mesmo que na escola fossemos estranhos. Dois alunos que não eram amigos, não se falavam. Ninguém fazia a mínima ideia de que sua pele se juntava a minha, e pelo menos, por algumas horinhas, em alguns dias da semana,
Jeon Jungkook era meu.
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Jeon Jungkook, para de me olhar assim.
Sabe aquela quedinha que você tem por alguém? Então, eu definitivamente tenho isso por Jungkook. Mas a minha quedinha é infinita. Eu estou caindo, caindo, caindo, fundo e eu nunca atinjo o chão. Talvez seja uma coisa boa, talvez não. Não sei.
E a cada vez que ele me olha assim, com um sorriso sincero e as orbes brilhantes, a velocidade da queda parece aumentar e a adrenalina no meu corpo se torna consequência.
A gente parecia um casal. Era quinta-feira, depois da escola, pegamos um ônibus público para chegar na sua casa. Eu estou vivendo aquela típica cena adolescente onde o mocinho oferece um lado do fone de ouvido para o outro mocinho. E por mais brega que soasse, eu até que curtia esse tipo de romance. O problema era que, não estávamos vivendo um romance de verdade e eu tenho que acordar antes que caia de cara no chão desse sonho — clássico — bobo.
— A gente vai descer no parque. — ele disse, tirando minha atenção da música para a sua voz.
— Ta bom. — apenas concordei, voltando meu olhar para a janela.
O clima estava muito gostoso hoje. De manhã cedo estava um pouco friozinho mas agora, de tarde, o sol já se faz bastante presente e o calor invade nosso espaço pessoal.
A praça está meio vazia por conta do horário, mas ainda sim é possível ouvir crianças no fundo e de vez em quando alguém passa se exercitando. É muito relaxante escutar apenas o som do vento batendo nas árvores, eu poderia dormir tranquilamente aqui. Ainda mais por estar apoiado no menino que eu gosto.
Ah! Ainda soa estranho admitir isso para meu eu consciente.
Gguk está escorado na árvore e estou sentando entre suas pernas. Eu consigo ouvir sua respiração calma contra meu ouvido e seus braços me rodeiam como se me protegessem do mundo.
— Sábado de manhã tem competição do nosso clube, bem que você podia dormir sexta em casa e me deixar bem relaxadinho pra competir. O que acha? — ele iniciou uma conversa e eu logo abri os olhos.
— Dormir com você? Entrar e sair pela janela? — questionei confuso.
— Minha mãe vai visitar minha tia que mora umas horinhas daqui, ela vai ir na sexta a tarde e volta só no domingo. Eu não quero dormir sozinho. Eu tenho medo, Jiminnie-ssi! — ele disse com dengo e eu me virei na expectativa de ver o bico formado em seus lábios. E certamente, o encontrei.
— Você já está bem grandinho, pode dormir sozinho. — passei o indicador por sua boca e ele mordeu meu dedo. — Ai! Eu não sei, Jungkook. Talvez dê.
— Vou esperar sua mensagem dizendo que sim.
Bati em seu peito antes de me aconchegar no seu ombro. Jeongguk era cheio de músculos, entretanto, por mais que seu corpo fosse duro e robusto, era confortável. E alimentava meu pequeno fetish por força física.
— E se alguém da escola visse a gente? — ele perguntou, baixo e transparecia inseguro.
A verdade é que nunca realmente conversamos sobre isso. O que as pessoas da escola pensariam de ver a gente juntos? Jeogguk se importa de as pessoas saberem que ele me beija de vez em quando? Sei lá, território ainda não explorado.
— Você se importa? — perguntei.
— Não sei. Você se importa?
Dei de ombros em concordância com a sua resposta.
— Eles provavelmente iriam achar que a gente namora escondido. — comentei, tentando levar aquilo para um lado mais diferente.
— É, quase isso.
Quase.
— Gguk. — o chamei. Eu juro que iria me aprofundar no assunto, mas ele abriu um sorriso tão largo que eu não me contentei em tentar entender o motivo do sorriso. — O que foi?
— É gostoso ouvir você me chamar de Gguk. — retrucou simples e eu ri baixinho, espalmando minha mão sobre seu peito. — Mas o que você ia falar?
— Vamos pra sua casa, eu to com fome e com tesão. — mudei o rumo, alisando seu peitoral com mais destreza.
— Nossa Jimin-ssi, eu não posso nem ficar de chameguinho que você já vem todo safado.
— Olha quem fala! Vem com discurso que tem medo de dormir sozinho mas na real é que você quer transar até não poder mais! — joguei na sua cara, enquanto nos levantávamos esfregando as mãos sobre os jeans para retirar quaisquer resquícios de grama. Ao me ouvir, ele armou os braços na cintura como se estivesse indignado.
— Quer saber? Tem razão. — deu de ombros, sorrindo ladino. — A gente é muito safado,
