Mesmo que na escola fossemos estranhos. Dois alunos que não eram amigos, não se falavam. Ninguém fazia a mínima ideia de que sua pele se juntava a minha, e pelo menos, por algumas horinhas, em alguns dias da semana,
Jeon Jungkook era meu.
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Eu estava pensativo.
E Taehyung percebeu. Era a quarta vez que ele estralava os dedos em frente ao meu rosto tentando me tirar do mundo da lua.
Ou como Gguk diria, dos anéis de saturno.
— Vai me contar o que está acontecendo ou eu vou ter que abrir sua cabeça e descobrir?
— Nossa que horror! — resmunguei espantado e ele me mostrou a língua, de maneira infantil.
— Jimin-ah. — diz com a boca quase fechada, o som saindo baixo e grave.
— Taehyung-ah. — imito seu tom, encontrando seu rosto em frente ao meu.
E por fim ele suspirou frustado. Talvez desistindo de insistir.
Não é que eu não queria contar para ele. Eu só estava esperando o momento certo. Além do mais, quando eu contasse para Taehyung, tudo seria verdade.
— Não é nada, juro. É só que lá em casa está um inferno e eu to meio... — terminei a frase crua pela falta de vocabulário para me expressar.
Talvez a palavra que eu estava buscando era fodido. Ou atordoado. Sei lá!
Mas por um lado, eu não menti. Meus pais estavam prestes a se separar e acredito ser a melhor coisa. Todo dia eu acordo com a briga dos dois e sempre vou pro quarto da Sunmi acorda-la com música pra ela se distrair e não ouvi-los se xingar.
Eu tinha que proteger minha irmã da merda da nossa vida familiar. Yay!
— Se quiser conversar, já sabe.
— Valeu, eu to bem. Juro juradinho de dedinho. — digo ao esticar o mindinho para ele e em seguida ele o conecta com o seu, sem receio.
— De dedinho.
— Agora come logo que eu quero ir lá pra fora um pouquinho, tem muita gente aqui. — resmungo ao cutucar sua pizza com o dedo e ele me estapeia em reflexo.
Taehyung volta a dar atenção a sua bandeja e apoio o queixo em minha mão, inclusive, ai, doeu!
Rodeio meus olhos pelo lugar, mas quase como um instinto inofensivo e completamente consciente, travo meu olhar nele.
Eu já tinha visto que ele estava ali mas tudo o que eu menos quero é parecer um psicopata que assiste Jeongguk vinte e quatro horas por dia.
Ele parecia tão feliz hoje. Conversava animados com seus amigos do clube e gesticulava bastante. Eu amava ver seus dentinhos aparecerem e as ruguinhas se formarem no canto dos olhos quando ria da maneira mais expontânea possível.
O refeitório da escola é todo de vidro. Assim a gente usa apenas a luz solar em dias que não estão nublados. O problema é que, Gguk está na mesa da ponta, a luz do sol está refletindo bem seu rosto. Eu conseguir ver as notas castanhas do seu cabelo e sua pele com aquele subtom dourado, combinando perfeitamente com o sol. Aquilo era demais para mim. JK era uma das pessoas mais lindas que eu já conheci em minha vida e o fato dele ser inteligente e gentil e me dar orgasmos todas as semanas piora tudo para o meu pobre lado.
