Dormindo com o inimigo - Cap 14

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Eu estava meio atordoada das medicações que havia tomado. Definitivamente não estava no meu juízo perfeito quando dei as chaves pra Keyla.

Mas, se eu queria começar a contar a verdade, era a hora de ver tudo e desistir se achasse melhor.

Ela segurou as chaves e ficou me olhando séria. Eu estava sonolenta. Meus olhos fechavam-se sem querer.

Porra! Vou dormir e deixar ela mexendo em tudo sozinha, mas não vou aguentar...

Despertei um tempo depois, Keyla estava sentada a meu lado me olhando séria, com um olhar atencioso.

Deus... ela ainda está aqui! Bom... só devo estar sonhando.

Virei- me por cima do braço.

Não! Não estou sonhando. A dor me deixou isso bem claro!

— Você ainda está aí? – Murmurei.

— Por quê? Deveria ter ido embora?

Olhei a minha volta, a caixa estava sobre a cama.

— Acho que eu iria embora depois de ter essas chaves. – Falei receosa.

— Não abri!

— Como não?

— Você dormiu! Não poderia mexer numa coisa sua sem você estar presente.

Não sei se me acalmei, ou se fiquei mais nervosa.

— Pega ali pra você olhar. – disse com o rosto vermelho e suando frio.

Minhas mãos estavam geladas.

— Por acaso eu vou ver alguma coisa bizarra?

— Depende do seu contexto de bizarro...

— Tem alguma coisa morta aí dentro? Um pedaço do corpo de alguém? Armas? Drogas?

— Ei! Ei! Calma! Calma! – Ri puxando a caixa na minha direção.

Sentei-me pegando as chaves que ela tinha na mão, colocando-a no fecho. Meu corpo paralisou por um momento.

— Abre! – disse a ela, que levantou a tampa.

Meu rosto se contraiu e o dela também. Fechei os olhos por um instante.

A primeira vista, era uma coleção de strap on, gel anestésico, gel térmico, plugs e outros acessórios de sex shop.

Ela tirou um por um analisando-os. Eu acho que mal conseguia respirar! Minha cabeça rodava, mas teria que me manter firme!

— É só isso?

— Não! 

Num rompante, eu virei a caixa sobre a cama, espalhando muitos papéis e fotos. Uma náusea muito forte veio, minha cabeça rodou.

— Preciso ir ao banheiro!

— Vem eu te ajudo!

— Não! Preciso ir sozinha.

Ela me acompanhou com o olhar, sentei-me no chão frente ao vaso, precisava literalmente por tudo pra fora.

Demorei-me uns longos minutos.

— Me ajuda a levantar?

Ela me deu a mão, e quando cheguei no quarto, as fotografias e folhas estavam organizados na cama quase que milimetricamente. Uma disposição clara de quem tentou entender.

As Fases da Lua (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora