23 - The sky is the limit

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- Srta. Williams, - Ruel pronuncia respirando com dificuldade pelo esforço que fez há alguns segundos - a senhorita está bem? - seus olhos percorrem todo o corpo da jovem em busca de alguma lesão, mas à vista aparente ela estava bem.

O olhos de Clarissa se abriram e encararam os dele por uma pequena fração de tempo até se arregalarem. Mas ela não dizia nada, então Ruel estava começando a ficar muito preocupado.

- Clary? - ele a chamou mais uma vez de um jeito mais familiar e gentil - Está me ouvindo?

- R-Ruel? - ela finalmente diz com o rosto um pouco espantado - O que aconteceu?

- A senhorita não se lembra do que aconteceu?

- É claro que me lembro. Me referia à explicação de como vim parar aqui. - ela diz calmamente, tentando não soar rude.

Clarissa ainda estava sentada entre as pernas de Ruel, e o braço direito dele ainda a envolvia no peito.

Ruel percebe a situação um pouco...constrangedora em que estavam e resolve colocá-la no chão.

- Oh sim, claro. - ele pisca freneticamente - Primeiro irei ajudá-la a descer, depois explico. Está bom assim?

Clarissa nem havia percebido em como eles estavam tão próximos. Seus rostos a apenas alguns centímetros de distância um do outro. Ela nem conseguia se recordar da última vez em que isso ocorreu. O braço dele a envolvia de forma segura, como se ela sentisse que nada mais poderia afetá-la naquele exato momento, pois Ruel estaria ali para protegê-la. E isso bastaria.

Mas Clarissa apenas concordou com ele.

- Acho uma ótima ideia. - ela responde sorrindo com os lábios serrados.

Apenas alguns segundos depois, ambos já estavam de pé no longo gramado verde.

- Está se sentindo bem? - Ruel pergunta após observar que Clarissa estava desviando o olhar com lágrimas e os olhos vermelhos.

Ela esfrega as mãos no rosto tentando se livrar das provas do contrário do que pretendia dizer à ele, e se vira novamente.

- Estou sim, muito bem. - Clarissa sorri - ...Graças ao senhor. — completa — Serei eternamente grata.

Ruel dispensa o comentário com um aceno.

- A senhorita faria o mesmo por qualquer um.

- A não ser pela parte de não ter força para carregar um corpo, mas sim. — ela diz sorrindo com um pouco de humor.

Ele se diverte com o comentário de Clarissa.

- Pelo visto desde que voltei à Londres meu trabalho é sempre segurá-la em meus braços nos últimos instantes, não é mesmo? - Ruel se gaba, continuando com a diversão.

- Isso só me leva a conclusão de que o senhor está me seguindo, certo?

- Errado. - ele esfrega a mão no peito de seu cavalo que estava começando a ficar agitado - Estava apenas dando uma volta e me lembrei deste lugar. — Ruel observa o seu redor — Gosto de vir aqui, por alguns momentos consigo ter a sensação de...

- Liberdade? - Clarissa tenta concluir a frase, recordando que tinha posse dos mesmos sentimentos.

- Liberdade. - ele confirma desviando o olhar para ela - Estava na trilha norte quando escutei gritos, desviei meu percurso e acabei lhe encontrando aqui.

— Isso explica eu ter ido parar em cima de seu cavalo, então.

Ruel ri.

— Acredito que sim.

Through the time • RuelOnde histórias criam vida. Descubra agora