Capítulo 11.

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Pov. Autor
Pansy seguiu o caminho por quase todo o castelo de Hogwarts, imaginando onde estaria sua namorada. Encontrou a mesma perto da entrada onde ficava o salão comunal da Corvinal. A morena se surpreendeu em ver sua namorada de mãos dadas com Luna Lovegood, seu coração doeu. Ela tentou afastar toda o pensamento de traição e procurou uma resposta plausível para tal cena que presenciara, mas qualquer dúvida acabou ao ouvir Luna se pronunciar perguntando quanto tempo elas teriam de esconder relacionamento. Antes de Gina responder, Pansy se aproximou o que atraiu os olhares das meninas que se separaram e Gina se levantou, com um olhar preocupado.

—Gina: Eu não imaginei que estaria aqui.

—Pansy: E por isso resolveu me trair?

—Gina: Vamos conversar, eu posso te explicar.

—Pansy: Estou ouvindo.

E Gina explicou. Explicou como descobriu que gostava de Luna, explicou que gostava muito de Pansy mas que não era para ser e que sentia muito a ter machucado. Pansy ouviu e não disse nada, o que para ela era estranho afinal poderia ter simplesmente dado as costas ou lançado um feitiço. Mas algo lhe veio a cabeça: Hermione. Ela ficou confusa com a aparição da amiga de Harry em sua cabeça, mas tentou focar em Gina. Depois do monólogo de Gina, Pansy apenas se virou e saiu dali. Ela correu com lágrimas nos olhos para o jardim do colégio e se surpreendeu quando esbarrou com Draco, que também continha lágrimas em seus olhos.

—Draco: Ei, o que houve minha princesa?

—Pansy: A Gina... Ela me traiu, Draco! Ela me enganou e brincou com meus sentimentos. -Pansy abraçou Draco forte e Draco retribuiu, sentindo seu sentimento de raiva crescer.

—Draco: Ela o que? Eu vou matar aquela garota.

—Pansy: Não! Deixa para lá. Eu só quero encontrar Blaise agora e quero que me diga o porque de você estar tão triste.

Draco não respondeu mas respeitou o pedido da amiga, foi para a enfermaria encontrar Blaise e quando chegou lá se deparou com Rony e Blaise rindo, pareciam estar se dando bem.
Blaise olhou para seus amigos e seu sorriso morreu, percebendo que algo de errado aconteceu. Ele se levantou e perguntou o que tinha acontecido. Mas Pansy não respondeu, apenas o abraçou.

—Rony: O que aconteceu?

—Draco: Sua irmã.- Draco rosnou, sabendo que não era culpa de Weasley mas com raiva por ver duas das pessoas que ele tanto gostava magoadas em um único dia.

—Rony: A Gina está bem? -Rony se levantou sem entender.

—Draco: Vai ver por você mesmo.

Rony ficou entre ir e ficar com sua namorada, mas decidiu ir ver sua irmã e pediu a Blaise para ficar olhando Hermione que estava deitada ainda de olhos fechados, mas não estava dormindo. Ela queria abrir os olhos, mas não conseguia embora podia ouvir perfeitamente tudo o que estava ao redor. Pansy explicou a Blaise que ficou com raiva, mas depois logo os dois focaram em Draco. O loiro não queria explicar, mas sabia que se não o fizesse seria obrigado então resolveu contar. Contou sobre seus sentimentos constantemente reprimidos, contou sobre a carta de sua mãe, sobre seu medo de ter que fazer parte de um grupo doentio de assassinos e contou como se sentou inteiramente magoado ao ver o que havia falado a Potter. Sua voz estava embargada quando terminou e não percebeu que Hermione também o escutava, embora ainda fingia estar dormindo. Hermione estava consciente e com tudo girando em sua cabeça, ela estava com dor no peito pelo seu melhor amigo estar magoado, com raiva de Draco por ter machucado Harry mas também estava com pena de Draco. Ela sabia que Draco queria ficar com seu amigo, mas não imaginou que ele gostasse de Harry. Ela daria um jeito de fazer eles se acertarem mais tarde, quando se sentisse melhor.

—Pansy: E você simplesmente deixou ele ir?

—Draco: Ele estava mal, Pansy. Minha presença não iria ajudar.

—Blaise: Olha, Draco vou te dar um conselho. Essa é a primeira vez que vejo você falar que gosta de alguém então é melhor me escutar. Pelo menos uma vez na vida para de ser Draco Malfoy e passa a ser só Draco. Eu sei que é difícil simplesmente deixar de lado as opiniões de sua família e o caos que ela pode lhe causar, mas se você quiser mesmo ficar com Harry e eu sei que você quer, tenta ser a pessoa que ele merece ter para ele. Nunca tive nada contra apesar do fato de sermos de casa diferente e ter a rivalidade fingida, mas eu sei que ele é um bom rapaz. Eu já escondi sentimentos e me arrependi amargamente depois.

Blaise deu dois tapinhas nas costas de Draco, que assentiu pensando sobre o assunto. Blaise disse que tinha que ir ao banheiro e assim o fez, indo a caminho do banheiro e esbarrando com Rony, que ao o ver agarrou sua gravata puxando para mais perto deixando Blaise completamente sem reação.

—Rony: Por que não está com a Hermione?

—Blaise: Draco e Pansy estão lá, só vim no banheiro.

Rony soltou Blaise e corou um pouco, assentindo e murmurando um "desculpe". Rony estava triste pelas atitudes da irmã quando a encontrou aos beijos com Luna e entendeu o motivo de Pansy estar daquele jeito. Blaise passou por Rony a caminho do banheiro e então ele viu no relógio que já estava na hora de ir almoçar. Rony praguejou baixinho pois realmente não queria ter que deixar Hermione sozinha e não havia visto Harry desde que ele havia saído da enfermaria. Rony foi para o salão principal e no caminho encontrou Harry, com os olhos um pouco inchado, um corte na bochecha e a camisa com um pouco de sangue, quando Rony perguntou o que diabos tinha acontecido, Harry não quis responder e só murmurou estar com muita dor na cicatriz, torcendo para Rony não o perguntar mais nada. Eles almoçaram quietos e apesar do clima descontraído de todos naquele salão, Pansy, Draco, Rony e principalmente Harry estavam completamente desconfortáveis com os próprios pensamentos. Harry depois de ouvir tudo aquilo de Draco foi para o único lugar onde se sentia minimamente em casa: a casa dos gritos. Foi lá onde encontrou seu padrinho pela primeira vez e ia lá sempre que precisava chorar.Isso lhe custou um arranhão na bochecha que sangrava um pouco graças ao Salgueiro lutador. Mas ele não tinha percebido que sangrava pois estava ocupado demais chorando. Só percebeu o sangue quando caiu em sua camisa branca misturado com as lágrimas. "Droga" ele pensou, não teria tempo para trocar de roupa e torcia para que ninguém percebesse.

Mas perceberam, Rony preferiu não comentar no momento, mas notou o sangue na camisa do amigo. E não foi o único, Draco o olhava preocupado e triste pelo fato de estar com o rosto inchado, machucado e a camisa com sangue. Ele sentia que tudo aquilo era culpa dele e não via a hora de consertar aquela burrada que ele mesmo fizera. O almoço foi rápido e eles teriam aula de poções logo depois do almoço. Dividiriam novamente com sonserina e Harry não queria isso, ele queria um pouco de distância de tudo aquilo. Então Harry se lembrou das palavras de Dumbledore e automaticamente olhou para Horácio Slughorn. Ele teria que se aproximar se quisesse acabar com Voldemort e era isso que ele iria fazer. Terminado o almoço os alunos se encaminharam gradativamente até suas salas e quando Harry foi até a sala de aula, encontrou o trio de Prata. Observou Pansy com os olhos inchados e se lembrou mentalmente de perguntar depois o que havia acontecido. Blaise parecia normal, apesar de estar preocupado com seus amigos. Draco estava tentando disfarçar o quão mal estava, mas qualquer um notaria o quão cabisbaixo o loiro estava. Rony estava preocupado com seus amigos, triste com sua irmã e confuso, mas o sentimento de confusão não era novidade para o menino.

—Pansy: O que houve com você, Harry? Por que está sangrando?

—Harry: Só um arranhão, nada demais. E você? Por que está mal?

—Pansy: Depois eu explico, vamos acabar logo com essa aula chata.

E assim eles o fizeram. Dessa vez a aula foi inteiramente prática. Eles pegaram seus livros e teriam que preparar uma poção do morto-vivo, o que fizesse uma poção mais aceitável ganharia a poção Felix Felicis.
Harry havia esquecido seu material e pegou um livro emprestado que ficava no armário. O livro era velho e estava todo rabiscado, mas percebeu que com aquele livro conseguiria se sair muito melhor em poções, já que não era muito o seu forte. E assim o fez, Harry seguiu todas as instruções e conseguiu fazer uma poção do morto-vivo perfeita. Recebeu os parabéns de Slughorn e o frasco da poção, sentindo o tempo todo os olhos de Draco sobre si.

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Amor inesperado. ~Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora