Capítulo 14.

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Pov. Harry
O resto da semana passou rápido e quando eu dei por mim já era o dia do jogo. Rony estava se preparando junto comigo pois ele seria o goleiro do time da Grifinória esse ano. Eu estava nervoso pois era meu primeiro jogo desde que voltamos a estudar e isso me deixou muito animado. Eu não via a hora de voltar a jogar, poder me sentir livre e sentir que posso tocar o céu quando estou voando. Eu estou nervoso, sinto que algo não daria certo, mas talvez seja só um frio na barriga por causa da emoção de poder finalmente voltar a jogar.

—Rony: Preparado, Harry?

—Harry: Mais do que nunca, Roniquito. -Rony faz uma careta com o apelido e nós gargalhamos.

—Rony: Boa sorte, meu amigo.

—Harry: De onde eu venho a gente fala "quebre a perna" para dar sorte.

—Rony: Que coisa estranha. Mas já que é assim, quebre a cabeça logo porque em você é a única parte do corpo que não funciona.

Dou língua para ele e o resto do time nos chama para irmos para o campo. Entro sentindo borboletas no estômago e procuro com os olhos por meus amigos, na verdade por um certo loiro de olhos azuis cinzentos. Por breves segundos meus olhos se encontram com os de Draco e todas as preocupações que eu senti antes desse jogo sumiram. Fomos para o centro do campo e a professora Hooch apitou o começo do jogo.
Não demorou muito para a Grifinória marcar o primeiro ponto na Corvinal, seguido de outro, outro e outro. Eu nem lembrava mais quantos pontos a Grifinória estava quando eu avistei o pomo de ouro. Voei o mais rápido possível indo atrás do pomo com o apanhador da Corvinal ao meu lado. Voei um pouco mais alto e o pomo foi para baixo, o segui. Eu estava escutando os gritos gritando meu nome e sorri e tentei ir mais rápido, até olhar para o lado e ver que o apanhador da Corvinal não estava mais tão perto de mim, fiquei um pouco confuso e olhei por cima do ombro percebendo o motivo do afastamento repentino e dos gritos agudos com o meu nome: um balaço.
Não tive nem tempo de raciocinar quando senti o balaço se chocando contra meu ouvido. Escutei tudo zumbindo e um silêncio, logo não vi mais nada.

Pov. Draco
Eu estava observando Potter muito animado, ele estava muito bonito naquela vassoura. Os cabelos dele mais bagunçados que o normal e observando o ar atentamente, procurando o pomo. Até que o batedor da Corvinal bateu em um balaço para desviar dos jogadores da Corvinal e o balaço foi na direção de Harry. Meu coração gelou, mas ele quase parou mesmo quando vi o balaço acertando a cabeça de Harry e o mesmo caindo no chão, provavelmente desacordado. O estádio inteiro ficou quieto e o apanhador da Corvinal agarrou o pomo. Mas apesar da vitória da corvinal ninguém comemorou. Dumbledore correu junto de alguns professores até o campo e eu não consegui me mexer. O medo se estalou no meu estômago e eu quis chorar. Senti uma mão na minha e senti Pansy me puxando. A gente corria, mas não na direção de Harry e sim na direção da enfermaria, pois ela sabia que Harry estaria lá. Ao chegarmos lá madame Pomfrey já estava cuspindo ordens para abrirem espaço para Harry ser colocado na cama. De longe eu podia ver que Potter estava desacordado, com o ouvido sangrando e pálido demais. Meu coração se apertou ainda mais, o medo estava ali mais forte do que nunca. O medo de perder a única pessoa que ainda me fazia sentir vontade de ser melhor. Segurei as lágrimas e quando percebi os amigos de Potter e até Blaise estava conosco. Granger segurava a mão de Potter enquanto todos estavam em choque. Madame Pomfrey terminou os testes em Harry e disse que o mesmo ficaria bem, mas tinha possibilidade de demorar até 2 dias para acordar. Eu suspirei, não acreditando que ficaria sem ouvir a voz de Harry por dois dias... Não aguentei mais e me aproximei, tocando em Harry. Hermione se levantou e disse que iria nos deixar sozinhos e que mais tarde ela voltava. Ao passar pela porta ela arrastou Pansy e Blaise, olhando para Rony que os seguiu. Eu me sentei ao lado de Harry e Dumbledore segurou meu ombro.

—Dumbledore: Achei que eu nunca iria presenciar essa cena.

—Draco: Acho que nem eu achei que estaria envolvido nessa cena também. -Eu rio fraco, sabendo que não tinha humor nenhum em minha voz por saber que apesar de tudo, eu não tinha mesmo ódio de Harry.

—Dumbledore: O amor é um sentimento puro e poderoso, jovem Malfoy. O amor da mãe de Harry o salvou de Voldemort. E eu não sei se você também sente, mas eu acho que Harry sente algo também por você, algo que não é ódio.

Eu assenti. Eu nunca tinha parado para pensar nisso, Harry realmente gostava de mim? Se ele não gostasse ele não agiria tão timidamente e carinhosamente como ele tem feito, não é? Eu tenho certeza que no fundo no fundo Harry gostava de mim, ou pelo menos é o que eu quero acreditar. E se Harry nunca me aceitar como eu sou? E se ele me odiar depois que aquela marca estiver entalhada em meu pulso? E se ele me odiar ao descobrir quantas pessoas eu machuquei apenas por me sentir vazio e completamente quebrado por dentro, buscando algum sentimento de diversão? Por Merlin e se Harry nunca corresponder os meus sentimentos na mesma intensidade que eu os sinto?

—Dumbledore: Eu sei que o sentimento de dúvidas nos castiga, senhor Malfoy.- Dumbledore disse como se pudesse ler meus pensamentos, e talvez tivesse lido, sabe-se lá o que aquele velho gagá é capaz de fazer? -Mas eu acho que é melhor pensar em coisas boas do que ruins, não acha? - Eu apenas balanço a cabeça em concordância e ele se afasta de mim, murmurando que voltaria mais tarde para ver como Harry estava.

—Draco: Você é um idiota, sabia Harry Potter? Com esse jeito metido a herói, com todos te amando por ser um garoto de ouro. Você tem um lugar no coração de todo mundo... Até mesmo no de Voldemort, apesar de que ele sente é ódio de você. -Eu fiz uma pausa pensando, lembrando das informações da carta de minha mãe.- Todos tem sentimentos fortes por você, Harry. Ou eles te amam ou te odeiam. Você tem um pedaço do coração de cada pessoa e puta que pariu, você tem meu coração por inteiro! Eu nunca imaginei que eu iria admitir isso em voz alta, muito menos ao seu lado. Talvez seja o fato de que eu esteja com medo de te perder e o fato de você estar inconsciente, mas eu juro por Merlin que eu nunca me importei tanto com o que alguém iria pensar sobre mim. Se iriam gostar de mim, se iriam aprovar minhas atitudes e nunca me preocupei realmente se o que eu faço iria machucar alguém. Mas aí você chegou, Potter. Você chegou e me fez ficar tão puto da vida por não querer ser meu amigo... Mas eu não te culpo, afinal eu era mesmo um puta de um cuzão. Eu espero que você volte logo, Harry... Por incrível que pareça até com seus amigos eu me importo agora... eles não são tão chatos assim. -Eu acabo rindo sabendo que nunca iria falar isso em voz alto de novo. E aperto a mão de Potter, suspirando. Tomara que isso passe logo.

Pov. Autor
Sem Draco saber Rony os observava, ele estava extremamente surpreso com a declaração de Draco com Harry. Ele desconfiava que Harry poderia estar gostando de Draco e isso fazia seus neurônios ferverem. Por que Diabos Harry iria gostar de um idiota feito Malfoy? Era algo que passava várias e várias vezes na mente do ruivo. E foi só ali, vendo que quem Draco era quando ninguém estava por perto e da confissão sobre Harry e até sobre Ron, que o ruivo percebeu que estava agindo de maneira egoísta ao pensar que Harry simplesmente era um completo idiota por querer ser mesmo amigo de Draco. Ele não confiava 100% em Draco, mas agora ele com toda a certeza gostava mais do Loiro como pessoa. Harry merecia ser feliz e se a pessoa que o faria feliz seria Draco, então Rony estaria feliz também.

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Demorei um pouco mais para postar hoje pois tive que ir ao médico, mas espero que gostem❤

Amor inesperado. ~Drarry Where stories live. Discover now