Cap 45

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Um, dóis, três, quatro...vinte...cinquenta...
Contei cada passo que dava naquela casa, as paredes cinzas estavam perdendo a cor, o chão de madeira era frágil e sentia que a qualquer momento poderia rachar, aquilo parecia mais um porão abandonado do que uma casa. Heyoon e Josh conversavam sozinhos em um canto, sentei no sofá empoeirado e senti meus olhos marejarem, estava cansada de tudo aquilo, aquela altura eu já sabia que Josh escondia alguma coisa e que eu estava diretamente ligada a ela. Quando Heyoon foi embora, prometendo voltar no dia seguinte. Josh se aproximou tocando minha perna.

Josh: Eu sinto muito, não queria que tivesse que passar por isso. - Sua voz estava embargada, fazendo o nó aumentar em minha garganta, sentia que estava prestes a desabar.

- Eu vou embora! - Tentei soar firme mas falhei vergonhosamente.
Ele me olhou, e sua expressão continha compreensão e desespero ao mesmo tempo.

Josh: Embora? Pra onde? Você não pode ir. - Sua voz desesperada vez as lágrimas que eu tentava segurar caírem em cascata sobre meu rosto.

- E o que você quer que eu faça? Por que não me fala o que está acontecendo? Do que estamos fugindo? Que merda! Eu estou cansada. - Ele se aproximou enxugando minhas lágrimas.

Josh: Any...

- Não! Me deixa em paz, chega dessa merda toda. Ou você me fala o que ta acontecendo ou eu saio agora. -
Ele não fez menção de me falar o que estava acontecendo. Mas dessa vez eu cumpriria com minha promessa, ele teria que me falar caso contrário eu não permaneceria ali. - Estou esperando.

Josh: Any, tenta me entender, eu não posso te contar, eu...

- Tentar te entender? E você, por que não tenta me entender? Eu sei que é sobre mim, eu sei. Agora me diga o que querem comigo? Por que temos que ficar escondidos? - Seus olhos se encheram de lágrimas e vi que ele estava prestes a desabar.

Josh: Não é sobre você. Nunca foi sobre você. É sobre ele. - No começo não entendi quem era ele, mas quando seus olhos desceram para minha barriga, eu entendi. E foi aí que meu mundo desmoronou. Eles nunca me quiseram, eles queriam o bebê, o meu pontinho, o meu filho. Senti as lágrimas caíram sem parar sobre meu rosto, minhas tocaram minha barriga de quatro meses recém completados, não, ele não.

- Por que? - Foram as únicas coisas que consegui falar, com minha voz falha.

Josh: Ele é o herdeiro Any, o herdeiro de tudo isso, um herdeiro mestiço. -Foi aí que consegui entender, não era porque ele era um bebê real, não era porque ele era filho de Josh. Era porque ele é meu filho. Filho de uma plebéia, seu sangue real manchado com um sangue não real, um sangue mestiço.

- O que vão fazer com ele?

Ele não respondeu, mas não precisou, eu vi no seu olhar, a dor, que também estava refletida no meu. Eles nunca quiseram que ele assumisse o trono. Essa insistência para que nos casássemos, era para matar o bebê, o bebê mestiço.

- NÃO! - Soluços irromperam da minha garganta e uma dor dilacerou meu coração, o rasgando ao meio. Ele era o meu bebê, o meu pequeno pontinho, não era just. Eu não viveria sem ele, não suportaria.

Josh me abraçou, ele também chorava. Não havia palavras de consolo, nada diminuiria minha dor, a nossa dor. Éramos três corações unidos, que juntos batiam mais forte, três corações que carregavam a mesma dor.

- Ele é nosso bebê, josh. Nosso! -Suas mãos foram até meu queixo o forçando para que olhasse em seus olhos.

Josh: E isso não vai mudar. Eles não tocaram nele, eu vou proteger você e nosso filho. - Sua voz soou firme e queria muito acreditar em suas palavras, mas não consegui, ele não seria capaz de enfrenta-los, era só um homem contra um reino.

- O que você pode fazer? Não podemos nos esconder para sempre.

Josh: Uma carta. Tem uma carta de Erick Elos, que anula essa lei. A lei que diz, que todo bebê mestiço não poderá ocupar o trono. - A esperança cresceu em meu coração, a uma esperança.

- E onde está a carta?

-Eu não sei, tentei procura-la esses meses, mas não encontrei. - Meu coração se apertou novamente, só tínhamos cinco meses até o nascimento, precisávamos ser rápidos.

Josh se levantou e começou a mexer em uns papéis que ele havia trazido. Quando pareceu achar o que queria, pegou o papel rosa, desdobrou e me entregou.

Josh: Leia.

Carta:

"Olá querido, quando estiver lendo está carta provavelmente não estarei mais aqui. Mas não se preocupe eu estou bem, porque vou encontra-la.
Só quero que saiba que eu te amo filho, muito mais do que a minha própria vida, mas espero que entenda que eu já não suportava a dor que assolava meu coração. Eu precisava vê -Ia de novo, a minha pequena Eleanor, minha filhinha. Espero que um dia seja capaz de me perdoar. Desejo que seja muito feliz Josh, meu pequeno Joshua. Mas antes de terminar esta carta quero lhe fazer um pedido, se ainda for digna do mesmo. Quero que procure uma carta, a carta de nosso maior governante e quando acha-la saberá o que fazer com ela. Essa carta ainda salvará muitas crianças querido.
Em meio a joias raras, se esconde o meu bem mais precioso.

Eu te amo, meu pequeno príncipe, meu pequeno grande herói. "

Ass: Isabel

Fim da carta

O olhei com um olhar repleto de confusão. Quem era Isabel? E por que chamava ele de filho?

Josh: Úrsula não é minha mãe. Ela se casou com meu pai quando Isabel morreu. - Percebi que ele não a chamou de mãe.

- Por que não chama ela de mãe?

Josh: Porque ela não é minha mãe, Úrsula sim, ela me criou não essa mulher. - Seus olhos se encheram de lágrimas e ele passou a olhar para um ponto fixo. - Só lhe mostrei a carta, para você saber sobre a carta de Erick Elos. - Ele pegou a carta e saiu da "sala".

Josh: Preciso ficar sozinho. - Logo depois o ranger da porta ecoou pela sala.

Então aquele quatro, aquela mulher, a bebezinha de cabelos loiros. Era sua mãe sua irmão. Ele... o nome escrito na maçaneta agora estava completo, Eleanor, esse era o nome da pequena bebezinha. Olhei para minha barriga e sorri, ainda havia esperança.
Vai ficar tudo bem, eu prometo pontinho.

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Oiii

Muitas descobertas nesse capítulo!

Kisses, ceci 💜

Grávida de um príncipe - beauany ( concluída)Where stories live. Discover now