Cap. 60

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Pov Josh 

Decidi que não olharia para trás, não estava pronto para encarar Any e seu olhar preocupado. Eu sabia que ela ainda estava ali, parada no vão da porta próxima a aldraba, suas mãos se retorciam em sinal de nervosismo e seus olhos estavam fixos no carro. Se eu a encarasse não conseguiria chegar até o palácio.

Encarei a foto que estava no carro, próxima ao retrovisor, ela estava sorrindo, suas mãos acariciavam seu ventre coberto por um vestido amarelo, ela é tão linda, tão bela que não consigo definir em palavras o que sinto ao encarar seu rosto.

Uma sensação de mau agouro surgiu em meu peito, enquanto ainda encarava a foto, apertei o volante até meus dedos ficarem esbranquiçados. Eu sabia que Miguel estaria lá para protege-la mas a sensação horripilante fez meu coração se contorcer em uma dor atroz.

Ela está bem. - Repeti mentalmente, para que aquela maldita sensação se dissipasse, mas meu peito novamente se contorceu.

Então olhei para trás, e só consegui avistar uma estrada de terra, já estava muito longe dá casa de Miguel para avista-la, apertei ainda mais o volante e olhando para o céu, clamei:

- Por favor, se existe um Deus que olha por nós, proteja minha Any e minha filhinha, por favor. - Meus olhos marejaram, algum tempo atrás ter uma família era a última coisa que eu não queria, condenava essa ideia de todas as maneiras, mas agora, a única coisa que desejo é não perder a minha pequena família.

💜💜💜💜💜

O caminho até o castelo pareceu muito mais longo do que eu imaginava, foram quase quatro horas de viajem e agora eu estava alí, contemplando a sua beleza, o castelo que era todo revestido em pedra e pintado a ouro, que possuía uma bela porta de madeira maciça e uma aldraba de ouro puro, além dos muros inquebráveis que o protegiam, apesar de ter sido construído no século XIII os anos não diminuíram sua magnitude.

Os portões se abriram assim que cheguei próximo a eles, com um aceno de cabeça cumprimentei os guardas, que vestiam um quepe branco com listras azuis e o uniforme branco com uma estrela e duas espadas enfiadas em seu meio, a insígnia de Elos.

Minha mãe estava no jardim, sentada em um dos bancos, pelo movimento de seus ombros percebi que estava chorando, me aproximei tocando suas costas. Ela me olhou e pareceu surpresa, os olhos arregalados que exibiam lágrimas e a boca levemente aberta.

Mãe: Filho? - Ela se levantou e seus braços me envolveram. - Você não podia ter vindo, sabe que seu pai está com raiva, ele... - Sua voz morreu, enquanto ela encarava meu rosto. - Onde está Any?

- Preciso de ajuda mãe, Any pode ganhar o bebê a qualquer momento e ainda não encontramos a carta, eu não sei mais o que fazer. Preciso falar com ele, talvez ele saiba de alguma coisa.- Senti meus olhos ficarem marejados e um nó se formar em minha garganta.

Mãe: Temo que ele não ajudará, está louco de ódio dês de que você abdicou o trono. - Eu assenti, a uma semana atrás eu estava aqui nesse mesmo jardim, olhando as Dálias e Hortênsias e decidi que não queria mais ser rei, queria ter uma vida normal, com uma casa normal, e uma família normal, nada de holofotes e pressão para ser um bom governador, apenas um bom emprego e uma família, percebi que nada poderia me fazer mais feliz.

- Então me ajude, preciso falar com ele. - Ela assentiu.

Mãe: Ainda bem que dei ordens aos guardas para que te deixassem entrar, vamos me acompanhe. - A segui por entre as enormes escadas, cobertas por um tapete vermelho, até chegarmos a porta revestida em madeira escura, que me era tão familiar. E ele estava sentado na cadeira de veludo azul, sua mão esquerda acariciava seu encosto e a direita segurava um charuto na mão.

Grávida de um príncipe - beauany ( concluída)Where stories live. Discover now