Cap. 51

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Seus cabelos eram negros, tão escuros quanto uma noite sem estrelas. Seus olhos verdes me traziam uma sensação de esperança, um novo começo. Ela me olhou e sorriu, eu não a conhecia, nunca a tinha visto antes mas a sensação que ela me trazia era diferente de todas que eu já havia sentido. Ela tocou minhas mãos e me puxou, um sorriso brilhava em seu rosto, percebi que ela tinha o sorriso de Josh a mesma covinha do lado direito do rosto. Ela soltou minha mão e correu de encontro a braços que estavam postos para segura-la, era meu pai, mas ele estava diferente, não era o mesmo homem deitado na cama e impossibilitado de se mover, ele era o homem de quando eu tinha cinco anos, que me amparava assim como amparou a pequena menina. Ele se aproximou tocando meu rosto e sorriu, seus olhos castanhos  brilhavam. Mas antes que pudesse falar qualquer coisa eles desapareceram.

Meu coração estava disparado, minhas mãos suadas, parecia tão real, eu nunca havia dito um sonho tão absurdamente realista. O rosto daquela menina ainda era tão vívido como se ela estivesse ao meu lado. Levantei a blusa e me recostei na cabeceira da cama, minhas mãos passando sobre minha barriga.

- Será que você vai ser parecida com ela?

- Parecida com quem ? - Josh estava encostado sobre o batente da porta, sua blusa branca marcava seus músculos e sua bermuda deixava expostas suas coxas torneadas, sua voz me causou arrepios.

- Com ninguém, foi só um sonho estranho que eu tive. - Ele assentiu e se aproximou sentando ao meu lado na cama.

Josh: Joalin está aqui . - Sua voz estava estranha mas a informação fez meu coração acelerar e um sorriso de doer bochechas se formou em me rosto.

- Aí meu Deus! Você já contou que é menina? Aí meu Deus! Eu ia ligar para ela, mas é melhor pessoalmente. Aí meu Deus ela vai pirar. - Josh tocou minhas mãos e me conduziu até a cama me obrigando a sentar. Ele estava estranho, uma linha formada em sua testa, as veias de suas têmporas estavam pulsando.

- O que houve? Me deixe falar com a Joalin . - Ele olhava para frente como se não soubesse o que fazer.

Joalin: Any, eu preciso te falar uma coisa. - Assenti enquanto um nó se formava em minha garganta.
Ele suspirou e tocou minhas mãos.
-Jô me ligou enquanto você dormia e me pediu o endereço, bem, ela veio aqui a pedido da sua mãe. - Ele suspirou e eu fui atingida por uma náusea e um aperto se formou em meu peito, o nó na garganta latejava.

Josh: Ela veio avisar que seu pai está no hospital. - Minhas pernas pareciam mortas, por um momento fui incapaz de sentir qualquer outra sensação que não fosse a dor atroz no meu peito.

Josh me puxou pelo ombro fazendo com que eu me recostasse em seu peito.

- Ele mor...- As palavras ficaram presas nas minhas cordas vocais.

Josh: Não, mas eles acham que não passa de hoje. Eu sinto muito. - A dor me tirou o ar, foi insuportável.

- Eu preciso vê-lo. - Josh assentiu. E logo depois ouvimos uma batida na norta, Jô entrou, seus olhos estavam vermelhos e inchados, eu sabia que também era difícil para ela. Fomos criadas juntas, nossas famílias sempre foram muito amigas, éramos como irmãs e ele era como se fosse seu segundo pai. Ela me abraçou e senti lágrimas molharem meus ombros as minhas molhavam suas costas.

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As paredes absurdamente brancas pareciam me sufocar o cheiro me causava um embrulho no estômago. Josh tocou minhas mãos geladas e as acariciou.

Josh: Vai ficar tudo bem. - Assenti e apertei suas mãos. Minha mãe saiu com um rosto inchado e com as mãos sobre os olhos, não deixou que falássemos nada e correu porta a fora, antes que pudesse ir atrás dela meu nome ecoou sobre a pequena sala de espera.

Mãe: Seu pai quer falar com você. - A enfermeira me apontou o lugar e meu coração imediatamente acelerou, olhei para Josh desesperada.

Josh: Eu estarei aqui para o que precisar, agora vá. - Ele sussurrou em meu ouvido e depois encostou seus lábios nos meus, aquilo por alguns instantes me confortou.

A sala era gélida aquelas cortinas listradas com cores entre o lilás e o azul pareciam querer me sufocarem. Ele estava cheio de aparelhos e um bip irritante ecoava no quarto. Toquei suas mãos frívolas e seu olhar se focou em meu rosto. Vi a sombra de um sorriso se forma em seus lábios.

- Papai, sou eu a Any. - Ele apertou minhas mãos e seu olhar desceu para minha barriga, ele sorriu, um sorriso que não via a muito tempo.

- É uma menina, descobrimos ontem.Eu... - Meus olhos marejaram e não pude controlar as primeiras lágrimas. - Eu queria tanto que o senhor estivesse aqui para vê-la. - Novamente um aperto de mãos.

- Por favor papai, por favor não vá.-  Agora as lágrimas caiam sem parar e meu coração parecia rasgar. Deitei em seu colo e com as mãos trêmulas ele acariciou os meus cabelos. - Estou com medo papai.

Me sentia novamente com cinco anos quando tinha um pesadelo e corria para seu quarto, ele me pegava no colo e cantava enquanto acariciava meus cabelos até que eu pudesse dormir novamente.

O sol se vai, o dia muda de cor anunciando um novo luar.
Seus olhinhos brilhantes esperam ansiosos a lua chegar.
Você me olha e sorrir, um sorriso sem dente que me faz suspirar.
Como posso tanto te amar?
Como posso tanto te amar?
E quando o pesadelo te atormentar eu estarei aqui para te abraçar.
O minha pequena Anna você trouxe a lua para o meu céu escuro e cor para os dias cinzas, e eu prometo que nunca deixarei nada te machucar. Agora feche os olhinhos querida, que os anjos iram os seus sonhos iluminar.
Como posso tanto te amar?

Ele continuava acariciando meus cabelos enquanto eu recitava as palavras que ele me dizia quando tinha um pesadelo.

- Como posso tanto te amar? - Repeti a última parte me desvencilhando de seus braços, toquei em seu rosto pálido e sorri. Peguei suas mãos e coloquei sobre a minha barriga, seus olhos brilharam.

- Querida esse é o vovô. - Ele começou a acaricia-la e um movimento estranhoseguido de outro surgiu.

- Ela chutou - Afirmei emocionada.
Ele sorriu, seus olhos continham um brilho diferente, desejava tanto que ele fosse capaz de falar de que movimentasse mais do que as mãos, só queria que ele tivesse tido mais luas para observar, só desejava que aquilo fosse apenas um pesadelo.
Ele procurou por minhas mãos e vi uma lágrima cair sobre seu rosto.

Pai: Eu... Amo. - Sua voz foi falha e confusa, tão baixa que se não estivesse tão próxima a ele não teria escutado.

- Eu te amo papai. - Ele sorriu e apertou minhas mãos e logo depois a apito do bip se tornou insuportável.

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Oiii!

Ele se foi! É triste.

Só posso dizer que agora é ladeira a baixo, tanta coisa vai acontecer!

Quem é a menina que a Any estava sonhando????

Kisses, Ceci💜

Grávida de um príncipe - beauany ( concluída)Where stories live. Discover now